Capítulo 1
- Paulo, servo de Jesus Cristo; chamado para ser apóstolo, separado ao evangelho de Deus.
- O qual ele desde antes, por seus profetas, nas Santas Escrituras havia prometido.
- Acerca de seu Filho, que foi feito da semente de Davi segundo a carne;
- E declarado Filho de Deus com poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, isto é, nosso Senhor Jesus Cristo.
- Pelo qual recebemos a graça e o apostolado; para a obediência da fé entre todas as gentes, por seu nome.
- Entre as quais sois vós também, os chamados de Jesus Cristo.
- A todos os que estais em Roma, amados de Deus, e chamados santos: tenhais graça e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
- Primeiramente dou graças ao meu Deus, por Jesus Cristo, acerca de todos vós outros; de que a vossa fé é divulgada em todo o mundo.
- Porque o Deus a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, me é testemunha de que, sem cessar, me lembro de vós outros.
- Rogando sempre em minhas orações se, porventura, em algum tempo, possa vir a ter ocasião de, pela vontade de Deus, ir até vós outros.
- Porque desejo ver-vos, para vos repartir algum dom espiritual; para que fiqueis confirmados.
- Isto é, para que eu, juntamente convosco, fique consolado, pela fé mútua, tanto a vossa como a minha.
- Ora irmãos, não quero que ignoreis que, muitas vezes, me propus de ir até vós outros – fui, porém, estorvado até o presente –, para que também tivesse algum fruto entre vós, como também entre as demais gentes.
- Tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes, sou devedor.
- Assim que, quanto a mim, pronto estou para também aos que estais em Roma, vos anunciar o evangelho.
- Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crer: do judeu primeiramente, e também do grego.
- Porque nele se revela a justiça de Deus, de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.
- Porque a ira de Deus se manifesta do céu sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, porquanto detêm a verdade em injustiça.
- Porque aquilo que de Deus se pode conhecer, neles está manifesto; porque Deus lho manifestou.
- Porque suas coisas invisíveis, tanto seu eterno poder como sua divindade, claramente se entendem e se vêem pelas criaturas desde a criação do mundo; para que fiquem inescusáveis.
- Porque conhecendo a Deus, não o glorificaram como a Deus, nem lhe deram graças. Antes, se esvaeceram em seus próprios discursos, e seu néscio coração ficou entenebrecido.
- Dando-se por sábios, tornaram-se loucos.
- E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem do homem corruptível; bem como de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.
- Pelo que também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, para a imundícia; para contaminarem seus próprios corpos entre si.
- Como aqueles que mudaram a verdade de Deus em mentira; e honraram e serviram à criatura mais que ao Criador, o qual é bendito eternamente. Amém.
- Pelo que Deus os entregou a afetos infames; porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no que é contrário à natureza.
- E semelhantemente, também os machos, deixando o uso natural da mulher, se acenderam em sua concupiscência uns com os outros, cometendo infâmias machos com machos; e recebendo, em si mesmos, a retribuição que convinha a seu erro.
- E como a eles não lhes pareceu bem de a Deus reconhecerem, assim os entregou Deus a um perverso sentido; para cometerem coisas indecentes.
- Atestados de toda injustiça, fornicação, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade.
- Murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores; soberbos, presunçosos, inventores de males, rebeldes a pais e a mães.
- Sem entendimento, quebrantadores de concertos, sem afeto natural; irreconciliáveis, sem misericórdia.
- Os quais, havendo conhecido a justiça de Deus, de que os que tais coisas cometem são dignos de morte; não somente as cometem, mas também dos que as cometem, se agradam.
Capítulo 2
- Portanto, inescusável és, ó homem, quem quer que sejas, que aos outros julgas, porque naquilo que ao outro julgas, a ti mesmo te condenas; pois tu, que aos outros julgas, cometes as mesmas coisas.
- Ora, bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre aqueles que tais coisas cometem.
- E pensas tu, ó homem – que julgas aos que tais coisas cometem –, que cometendo-as tu, hás de escapar do juízo de Deus?
- Ou desprezas tu as riquezas de sua benignidade, e paciência, e longanimidade; ignorando que a benignidade de Deus te convida ao arrependimento?
- Mas por tua dureza e teu coração impenitente, te amontoas ira como a um tesouro; para o dia da ira e da manifestação do justo juízo de Deus.
- O qual recompensará a cada um segundo suas obras:
- Aos que, perseverando em fazer o bem, buscam glória, honra e incorrupção, a vida eterna.
- Mas aos que são contenciosos, e se rebelam contra a verdade, e obedecem à injustiça, indignação e ira se recompensará.
- Tribulação e angústia haverá sobre toda alma do homem que faz o mal: do judeu primeiramente, e também do grego.
- Porém glória, e honra, e paz, a qualquer que faz o bem: ao judeu primeiramente, e também ao grego.
- Porque não há acepção de pessoas diante de Deus.
- Porque todos os que sem Lei pecaram, sem Lei também perecerão; e todos os que debaixo da Lei pecaram, pela Lei julgados serão
- (Porque não os ouvintes da Lei são justos diante de Deus, mas os obradores da Lei hão de ser justificados.
- Porque quando as gentes, que não têm a Lei, fazem naturalmente as coisas que são da Lei; estes, não tendo Lei, para si mesmos são Lei.
- Mostrando a obra da Lei inscrita em seus corações; dando juntamente testemunho sua consciência, e acusando-se ou também escusando-se entre si seus pensamentos)
- No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.
- Eis que tu te chamas por sobrenome judeu; e te repousas na Lei, e te glorias em Deus.
- E sabes sua vontade, e discernes o contrário; sendo instruído pela Lei.
- E confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas;
- Instrutor dos ignorantes, mestre dos néscios; que tens a forma da ciência e da verdade na Lei.
- Tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se há de furtar, furtas?
- Tu, que dizes que não se há de adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio?
- Tu, que te glorias na Lei, desonras a Deus pela transgressão da Lei?
- Porque blasfemado é o nome de Deus por causa de vós outros entre as gentes, como está escrito.
- Porque bem é a circuncisão proveitosa, se tu guardares a Lei. Porém, se tu da Lei és transgressor, tua própria circuncisão se torna prepúcio.
- Pois se o prepúcio guardar os direitos da Lei, não será seu prepúcio reputado por circuncisão?
- E se aquele que de sua própria natureza é prepúcio cumpre a Lei, não te julgará a ti? O qual, pela letra e circuncisão, és transgressor da Lei?
- Porque não é judeu aquele que por fora o é; nem é circuncisão aquela que por fora é, na carne.
- Mas judeu é aquele que por dentro o é, e circuncisão é aquela que é do coração; em espírito, e não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas sim de Deus.
Capítulo 3
- Que tem a mais, então, o judeu? Ou qual o proveito da circuncisão?
- Muito, em toda maneira; sobretudo em que as palavras de Deus lhes foram confiadas.
- Pois quê? Se alguns foram infiéis, anulará sua incredulidade a fidelidade de Deus?
- De maneira alguma! Antes, seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso, como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando julgares.
- E se nossa injustiça encarece a justiça de Deus, que diremos? Será Deus injusto trazendo ira sobre nós? (Falo como homem).
- De maneira nenhuma! Doutro modo, como julgaria Deus ao mundo?
- Porque se a verdade de Deus, por minha mentira, para sua glória foi mais abundante; por que ainda sou condenado como pecador?
- E não dizemos, antes (como acerca de nós blasfemam, e segundo alguns dizem que nós dizemos): façamos males, para que venham bens? A condenação dos quais é justa.
- Pois quê? Somos nós mais excelentes? De nenhuma maneira! Porque já temos acusado, tanto a judeus como a gregos, que todos estão debaixo de pecado,
- Como está escrito: Não há justo, nem um sequer.
- Não há ninguém que entenda, não há ninguém que busque a Deus.
- Todos se apartaram, e foram juntamente feitos inúteis. Não há ninguém que faça o bem: não há nem mesmo um.
- Sepulcro aberto é a sua garganta; com suas línguas tratam enganosamente, peçonha de áspides está debaixo de seus lábios.
- Cuja boca está cheia de maledicência, e de amargura.
- Seus pés são ligeiros para derramar sangue.
- Destruição e miséria há em seus caminhos.
- E o caminho da paz não conheceram.
- Não há temor de Deus diante de seus olhos.
- Ora, nós sabemos que tudo o que a Lei diz, aos que estão debaixo da Lei o diz; para que toda boca se cale, e que todo o mundo seja condenável diante de Deus.
- Pelo que nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da Lei; porque pela Lei é o conhecimento do pecado.
- Mas agora se manifestou a justiça de Deus sem a Lei, sendo testificada pela Lei e pelos profetas:
- A justiça de Deus pela fé de Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença alguma.
- Porquanto todos pecaram, e estão destituídos da glória de Deus.
- Sendo justificados gratuitamente por sua graça, pela redenção que está em Jesus Cristo.
- Ao qual Deus propôs para aplacação pela fé, em seu sangue,; para mostrar sua justiça, pela remissão dos pecados outrora cometidos debaixo da paciência de Deus.
- Para a manifestação da sua justiça no tempo presente; para que ele mesmo seja o justo, e o que justifica àquele que é da fé de Jesus.
- Onde está, logo, a jactância? Excluída está. Por qual Lei? Das obras? Não, mas pela lei da fé.
- Assim que concluímos que o homem é justificado pela fé, sem as obras da Lei.
- É Deus somente Deus dos judeus? Porventura, não o é também das gentes? É certo que também o é das gentes.
- Porque ele é um só Deus; o qual justificará da fé a circuncisão, e pela fé o prepúcio.
- Desfazemos, logo, a Lei pela fé? De nenhuma maneira! Antes, estabelecemos a Lei.
Capítulo 4
- Que diremos, logo? O que Abraão, nosso pai, achou segundo a carne?
- Pois se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar; mas não diante de Deus.
- Porque que diz a Escritura? “E creu Abraão a Deus, e foi-lhe contado por justiça”.
- Ora, àquele que obra, não lhe é o galardão contado por graça; mas sim por dívida.
- Porém àquele que não obra, mas crê naquele que justifica o ímpio, sua fé lhe é contada por justiça.
- Como também Davi diz ser bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça, sem as obras,
- Dizendo: Bem-aventurados aqueles cujas iniquidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos.
- Bem-aventurado o homem ao qual o Senhor não imputa os pecados.
- Está, pois, esta beatificação somente na circuncisão, ou também no prepúcio? Porque dizemos que a fé foi contada por justiça a Abraão.
- Como, pois, lhe foi contada? Estando na circuncisão, ou no prepúcio? Não na circuncisão, mas sim durante o prepúcio.
- E recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé, a qual lhe era imputada no prepúcio; para que fosse pai de todos os que crêem, estando no prepúcio, a fim de que também a justiça lhes fosse imputada.
- E também pai da circuncisão: não somente daqueles que são da circuncisão, mas que também seguem as pisadas da fé de nosso pai Abraão, a qual durante o prepúcio teve.
- Porque a promessa não foi feita pela Lei a Abraão, ou à sua descendência, de que seria herdeiro do mundo; mas pela justiça da fé.
- Porque se os que são da Lei são herdeiros, então vã é a fé, e anulada é a promessa.
- Pois a Lei opera ira; porque onde não há lei, também não há transgressão.
- Portanto, é pela fé, para que seja por graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a semente: não somente à que é da Lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de nós todos
- (Como está escrito: Por pai de muitas gentes te pus); diante de Deus, ao qual creu, o qual dá vida aos mortos, e chama às coisas que não são como que se já fossem.
- O qual, com esperança, creu contra a esperança, para que fosse feito pai de muitas gentes, conforme ao que lhe fora dito: Assim será tua semente.
- E não se enfraqueceu na fé, nem atentou para seu corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos; nem tampouco para a madre de Sara, já amortecida.
- E não duvidou na promessa de Deus, por desconfiança; mas foi fortalecido na fé, dando glória a Deus.
- E sabendo certamente que o que lhe tinha prometido, era também poderoso para o fazer.
- Pelo que também lhe foi contado por justiça.
- Ora, que lhe fosse contado, não só por ele foi escrito.
- Mas também por nós, aos quais será contado, isto é, aos que crêem naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor.
- O qual foi entregue por nossos pecados, e ressuscitou para nossa justificação.
Capítulo 5
- Sendo pois justificados pela fé, temos paz para com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.
- Pelo qual também temos entrada, pela fé, a esta graça, na qual estamos; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
- E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações; sabendo que a tribulação produz paciência.
- E a paciência, experiência; e a experiência, esperança.
- E a esperança não envergonha; porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações, pelo Espírito Santo que nos foi dado.
- Porque Cristo, estando nós ainda bem fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
- Porque dificilmente morrerá alguém por um justo; porque pelo bom, poderá até ser que alguém ousará também morrer.
- Mas Deus encarece seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
- Logo, muito mais agora, sendo justificados em seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
- Porque, se sendo nós ainda inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho; muito mais, sendo já reconciliados, seremos salvos por sua vida.
- E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual alcançamos agora a reconciliação.
- Pelo que, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte; e assim a morte passou a todos os homens, no qual todos pecaram.
- Porque até à Lei, estava o pecado no mundo. Ora, o pecado não é imputado, não havendo Lei.
- Mas a morte reinou, desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à maneira da transgressão de Adão; o qual é figura daquele que havia de vir.
- Mas não é o dom gratuito tal como a ofensa; porque, se pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e a doação pela graça de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.
- E não é o dom como a culpa, que era por um só que pecou. Porque a culpa é de uma só ofensa, para condenação; mas a graça é de muitas ofensas, para justificação.
- Porque, se pela ofensa de um só, reinou por um a morte; muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por este um só: Jesus Cristo.
- Assim que, como por uma só ofensa, veio a culpa sobre todos os homens, para condenação; assim também, por uma só justiça, veio a graça sobre todos os homens, para justificação de vida.
- Porque assim como pela desobediência deste um só homem, muitos foram feitos pecadores; assim, pela obediência de um só, muitos serão feitos justos.
- Porém sobreveio a Lei, para que a ofensa abundasse; mas lá onde o pecado abundou, aí abundou mais ainda a graça.
- Para que, assim como o pecado reinou para morte, assim reinasse também a graça pela justiça, para vida eterna, por Jesus Cristo, Senhor nosso.
Capítulo 6
- Que diremos, pois? Perseveraremos em pecado, para que a graça seja mais abundante?
- De nenhuma maneira! Nós, os que estamos mortos para o pecado, como ainda viveremos nele?
- Ou não sabeis que todos quantos somos batizados em Jesus Cristo, em sua morte somos batizados?
- Assim que estamos sepultados com ele na morte, pelo batismo; para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos para a glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
- Porque, se com ele fomos feitos uma mesma planta, na conformidade de sua morte; também o seremos na conformidade de sua ressurreição.
- Sabendo isto: que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, para que não mais sirvamos ao pecado.
- Porque o que já é morto, justificado está do pecado.
- Ora, se já com Cristo morremos, cremos que também com ele viveremos.
- Sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre mais; nem a morte tem mais sobre ele domínio.
- Porque, que morreu, morreu uma só vez para o pecado; mas que vive, para Deus vive.
- Assim também vós, tenhais em conta que morrestes para o pecado; mas que viveis para Deus, em Jesus Cristo, Senhor nosso.
- Portanto não reine o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecer nas concupiscências do mesmo corpo.
- Nem tampouco apliqueis os vossos membros ao pecado, como instrumentos de iniquidade. Mas aplicai-vos a Deus, como sendo dentre mortos, feitos vivos; e vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.
- Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da Lei, mas sim debaixo da graça.
- Pois quê? Pecaremos, porquanto não estamos debaixo da Lei, mas debaixo da graça? De maneira alguma!
- Não sabeis vós que, a quem vos oferecerdes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis? Seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça.
- Ora, graças a Deus que, bem fostes vós servos do pecado, mas que agora de coração obedecestes à forma da doutrina a que fostes atraídos.
- Assim que, sendo livres do pecado, estais feitos servos da justiça.
- Como homem digo, pela fraqueza da vossa carne: que assim como aplicastes vossos membros para servirem à imundícia e à iniquidade, para a iniquidade; assim aplicai agora vossos membros para, em santidade, servir à justiça.
- Porque quando éreis servos do pecado, livres estáveis da justiça.
- Pois que fruto tínheis então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.
- Mas agora, tendo sido livres do pecado, e feitos servos de Deus; tendes o vosso fruto em santificação e, por fim, a vida eterna.
- Porque o salário do pecado é a morte; mas a dádiva gratuita de Deus é a vida eterna, por nosso Senhor Jesus Cristo.
Capítulo 7
- Ou não sabeis vós, irmãos – falo com os que entendem a Lei –, que a Lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo quanto vive?
- Porque a mulher que está sujeita a marido, enquanto o marido vive, está-lhe obrigada pela Lei; porém morto o marido, livre está da lei do marido.
- Assim que, vivendo o marido, será chamada adúltera se a outro marido se ajuntar. Mas morrendo o marido, livre está da lei; de maneira que não será adúltera caso venha a se ajuntar a outro marido.
- Assim que, irmãos meus, também vós estais mortos à Lei pelo corpo de Cristo; para que de outro sejais, isto é, daquele que dos mortos ressurgiu, para que frutifiquemos a Deus.
- Porque quando nós estávamos na carne, as afeições dos pecados, que são pela Lei, tinham vigor em nossos membros, para frutificarem para a morte.
- Mas agora, livres estamos da Lei, sendo mortos àquela em que estávamos retidos. Assim que servimos em novidade de espírito, e não em velhice de letra.
- Que diremos, pois? É a Lei pecado? De maneira alguma! Mas antes eu não conheci o pecado, senão pela Lei; porque tampouco teria conhecido ser pecado a cobiça, se a Lei não dissera “não cobiçarás”.
- Mas o pecado, tendo tomado ocasião pelo mandamento, gerou em mim toda sorte de cobiça; porque sem a Lei, o pecado está morto.
- Porque sem a Lei, vivia eu outrora; mas quando sobreveio o mandamento, o pecado começou a reviver, e eu morri.
- E o mandamento, que era para a vida, foi achado para mim mortal.
- Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou; e por ele, me matou.
- Assim que a Lei, santa é; e o mandamento, santo, e justo, e bom.
- Logo, tornou-se-me o que é bom em morte? De nenhuma maneira! Mas o pecado tornou-se-me em morte, para que se mostrasse ser pecado, operando-me a morte pelo bem; a fim de que o pecado, pelo mandamento, se fizesse excessivamente pecaminoso.
- Porque bem sabemos que a Lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido debaixo de pecado.
- Porque eu não aprovo o que faço, pois não faço o que quero; mas o que aborreço, isso faço.
- Ora, se eu faço o que não quero, consinto com a Lei, que é boa.
- De maneira que, agora, não o faço eu, mas o pecado que em mim habita.
- Porque eu sei que em mim, isto é, em minha carne, não habita o bem. Porque o querer, eu o tenho; porém efetuar o bem, não o alcanço.
- Porque não faço o bem, que quero; mas o mal, que não quero, isso faço.
- Que se eu faço o que não quero, já não sou eu o que o faço; mas o pecado que em mim habita.
- Assim que acho esta lei em mim: que quando quero fazer o bem, o mal me é próprio.
- Porque tenho prazer na Lei de Deus, segundo o homem interior.
- Mas vejo outra lei em meus membros, a qual batalha contra a lei de meu ânimo; e me prende sob a lei do pecado que está em meus membros.
- Miserável homem de mim! Quem me livrará do corpo desta morte?
- Graças dou a Deus por Jesus Cristo, Senhor nosso.
- Assim que, eu mesmo, sirvo com o ânimo à Lei de Deus; mas com a carne, à lei do pecado.
Capítulo 8
- Assim que, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus; os quais não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.
- Porque a Lei do Espírito da vida, em Jesus Cristo, me livrou da lei do pecado, e da morte.
- Porque o que era impossível à Lei, porquanto estava fraca pela carne, Deus mesmo o fez; enviando a seu Filho, em semelhança de carne de pecado, e isso pelo pecado, e condenou ao pecado na carne.
- Para que a justiça da Lei se cumprisse em nós; que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.
- Porque os que são segundo a carne, consideram as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, consideram as coisas do Espírito.
- Porque a consideração da carne é morte; mas a consideração do Espírito é vida, e paz.
- Porquanto a consideração da carne é inimizade contra Deus; porque não se sujeita à Lei de Deus, nem tampouco o pode.
- Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.
- Ora, vós outros não estais na carne, mas no Espírito; se é que o Espírito de Deus em vós habita. Mas se alguém não tem o Espírito de Cristo, o tal não lhe pertence.
- E se Cristo está em vós outros, o corpo na verdade está morto, por causa do pecado; mas o Espírito é vida, por causa da justiça.
- Ora, se o Espírito daquele que ressuscitou dos mortos a Jesus habita em vós, aquele mesmo que a Cristo ressuscitou dos mortos vivificará também os vossos corpos mortais, por seu Espírito, que em vós habita.
- De maneira, irmãos, que devedores somos; não à carne, para viver segundo a carne.
- Porque se segundo a carne viverdes, morrereis; mas se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.
- Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus.
- Porque vós não recebestes o Espírito de servidão, outra vez para temor; mas antes recebestes o Espírito de adoção, pelo qual bradamos: Aba, Pai!
- O próprio Espírito dá testemunho com nosso espírito, de que somos filhos de Deus.
- E se somos filhos, somos logo também herdeiros: herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo. Se é que com ele padecemos, para que também com ele glorificados sejamos.
- Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não são para se contrapesar com a glória que em nós há de ser manifestada.
- Porque a criação, como que com a cabeça levantada, espera a manifestação dos filhos de Deus.
- Porque a criação está sujeita à vaidade; não por sua própria vontade, mas por causa daquele que a sujeitou.
- Com a esperança de que também a própria criação virá a ser liberta da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
- Porque bem sabemos que toda a criação suspira; e está juntamente, até agora, como que com dores de parto.
- E não somente ela, mas também nós mesmos, os que temos as primícias do Espírito: nós, digo, suspiramos em nós mesmos, esperando a adoção, isto é, a redenção de nosso corpo.
- Porque em esperança somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê, por que também o há de esperar?
- Mas se esperamos o que não vemos, com paciência é que o esperamos.
- E da mesma maneira, também o Espírito nos ajuda em nossas fraquezas. Porque não sabemos, como convém, o que havemos de orar; mas o próprio Espírito intercede por nós, com suspiros inefáveis.
- Mas o que esquadrinha os corações, conhece qual é a intenção do Espírito; porque ele intercede pelos santos segundo Deus.
- Ora, bem sabemos nós também que todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus, dos que segundo o seu propósito são chamados.
- Porque aos que ele desde antes conheceu, também os predestinou para que fossem feitos conformes à imagem de seu Filho; para que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
- E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou, e aos que justificou, a esses também glorificou.
- Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
- Aquele que também nem a seu próprio Filho poupou; mas antes, por todos nós, o entregou, como não nos dará também com ele todas as coisas?
- Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? Deus é o que justifica.
- Quem é o que condena? Cristo é o que foi morto, e mais: o que também ressuscitou, o que também está à direita de Deus, e o que também por nós roga.
- Quem nos separará do amor de Cristo? Tribulação, ou angústia, ou perseguição? Ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?
- Como está escrito: Por amor de ti somos todos os dias entregues à morte; e como ovelhas do matadouro somos estimados.
- Mas em todas estas coisas, somos mais que vencedores por aquele que nos amou.
- Porque eu estou certo de que nem morte, nem vida; nem anjos, nem principados, nem potestades; nem o presente, nem o porvir;
- Nem altura, nem profundidade; nem qualquer outra criatura, poderá nos separar do amor de Deus, que em Cristo Jesus, Senhor nosso, está.
Capítulo 9
- Verdade digo em Cristo, e não minto – dando-me minha consciência testemunho, pelo Espírito Santo –,
- De que tenho grande tristeza, e contínuo tormento em meu coração.
- Porque eu mesmo quisera ser apartado de Cristo por meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne.
- Os quais são israelitas; dos quais é a adoção, e a glória, e os concertos, e a constituição da Lei, e o serviço divino, e as promessas.
- Dos quais são os patriarcas; e dos quais é o Cristo segundo a carne, o qual é Deus sobre todas as coisas, bendito eternamente. Amém.
- Contudo, não digo isso como que a palavra de Deus haja descaído; porque nem todos os que são de Israel, são por isso Israel.
- Nem por serem semente de Abraão, são por isso todos filhos; mas “em Isaque te será chamada semente”,
- Quer dizer, não os que são filhos da carne, são filhos de Deus; mas os que são filhos da promessa, esses são contados por semente.
- Porque esta é a palavra da promessa: Perto deste tempo virei, e terá Sara um filho.
- E não somente esta, mas também Rebeca é prova disso; quando de um só concebeu, isto é, de nosso pai Isaque.
- Porque antes que os meninos nascessem, nem fizessem o bem nem o mal – para que o propósito de Deus, que é segundo a eleição, permanecesse; não pelas obras, mas por aquele que chama –,
- Foi-lhe dito: O maior servirá ao menor.
- Como está escrito: A Jacó amei, e a Esaú aborreci.
- Pois que diremos? Que há injustiça junto a Deus? De nenhuma maneira!
- Pois disse a Moisés: Terei misericórdia do que tiver misericórdia, e compadecer-me-ei do que me compadecer.
- Assim que, não é do que quer, nem do que corre; senão de Deus, que tem misericórdia.
- Porque a Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te levantei: para mostrar em ti meu poder, e para que meu nome seja anunciado em toda a terra.
- De modo que, do que quer, tem misericórdia; e ao que quer, endurece.
- Então tu me dirás: Pois por que se queixa ele ainda? Porque quem resistiu à sua vontade?
- Mas antes, ó homem, quem és tu, que contestes a Deus? Porventura, dirá a coisa formada àquele que a formou: Por que me fizeste assim?
- Ou não tem o oleiro poder para fazer, de uma mesma massa, um vaso para honra, e outro para desonra?
- E se Deus, querendo mostrar sua ira, e dar a conhecer sua potência; suportou com grande paciência os vasos de ira, preparados para perdição?
- E para dar a conhecer as riquezas de sua glória, nos vasos de misericórdia; que para glória desde antes preparou?
- Aos quais também chamou, isto é, a nós; não somente dentre os judeus, mas também dentre as gentes.
- Assim como também diz em Oseias: Chamarei “meu povo” ao que meu povo não era; e “minha amada”, à que não era amada.
- E acontecerá que, no lugar onde lhes foi dito: Vós outros não sois meu povo. Ali mesmo serão chamados filhos do Deus vivente.
- E Isaías brada acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel fosse como a areia do mar, será salvo o remanescente.
- Porque dá fim e abrevia o negócio em justiça; pois o Senhor fará um negócio abreviado sobre a terra.
- E como Isaías outrora tinha dito: Se o Senhor dos Exércitos nos não houvesse deixado semente, como Sodoma teríamos sido feitos, e a Gomorra teríamos sido semelhantes.
- Pois que diremos? Que as gentes, que não buscavam a justiça, têm alcançado a justiça. Porém a justiça que é pela fé.
- Mas Israel, que buscava a Lei da justiça, não chegou à Lei da justiça.
- Por que? Porque não a buscavam pela fé, mas como que pelas obras da Lei. Porquanto tropeçaram na pedra de tropeço.
- Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião a pedra de tropeço, e a rocha de escândalo. E quem quer que nele crer, não será confundido.
Capítulo 10
- Irmãos, quanto à boa afeição do meu coração, assim como a oração que faço a Deus por Israel, é para sua salvação.
- Porque eu lhes dou testemunho de que eles têm zelo de Deus, mas não com entendimento.
- Porque não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.
- Porque Cristo é o fim da Lei, para justiça de todo aquele que crê.
- Porque descreve Moisés a justiça que é pela Lei, dizendo: O homem que estas coisas fizer, por elas viverá.
- Mas a justiça que é pela fé, diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? Isto é, para trazer do alto a Cristo.
- Ou quem descerá ao abismo? Isto é, para trazer dos mortos a Cristo.
- Mas que é o que diz? Junto a ti está a palavra: em tua boca, e em teu coração. Esta é a palavra da fé que pregamos:
- Se com tua boca ao Senhor Jesus confessares, e em teu coração creres que Deus dos mortos o ressuscitou, serás salvo.
- Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se faz confissão para salvação.
- Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer, não será confundido.
- Porquanto não há diferença do judeu nem do grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, o qual é rico para com todos os que o invocam.
- Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo.
- Como invocarão, logo, àquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, sem haver quem lhes pregue?
- E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam as coisas boas!
- Mas nem todos obedeceram ao evangelho. Porque Isaías diz: Senhor, quem creu em nossa pregação?
- Assim que a fé é pelo ouvir; e o ouvir, pela palavra de Deus.
- Mas digo: porventura, não o ouviram? Antes, é certo que por toda a terra tem saído o som deles; e suas palavras, até os confins do mundo.
- Mas digo: porventura, não o conheceu Israel? Primeiramente Moisés diz: Eu vos provocarei a ciúmes com aquele que não é povo; com gente ignorante, vos provocarei a ira.
- E Isaías se atreve a dizer: Achado fui pelos que me não buscavam. E manifestei-me aos que por mim não perguntavam.
- Mas contra Israel, diz: Todo o dia estendi minhas mãos a um povo rebelde e contradizente.
Capítulo 11
- Digo, pois: porventura, rejeitou Deus ao seu próprio povo? De maneira alguma! Porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da linhagem de Benjamim.
- Deus não rejeitou ao seu povo, ao qual desde antes conheceu. Porventura, não sabeis vós o que a Escritura diz acerca de Elias? Como este fala a Deus contra Israel, dizendo:
- Senhor, aos teus profetas mataram, e aos teus altares derribaram; e só eu fiquei, e ainda buscam a minha alma.
- Mas que lhe disse a divina resposta? Ainda sete mil homens reservei a mim, os quais não dobraram os joelhos diante de Baal.
- Assim que, também neste tempo, ficou um remanescente, segundo a eleição da graça.
- E se é pela graça, não é mais pelas obras; doutra maneira, a graça já não é graça. Mas se é pelas obras, já não é pela graça; doutra maneira, a obra já não é obra.
- Pois quê? O que Israel buscava, tal não obteve; mas os eleitos o obtiveram, e os demais foram endurecidos.
- Como está escrito: Deu-lhes Deus espírito de profundo sono; e olhos para não ver, e ouvidos para não ouvir, até o dia presente.
- E Davi diz: Que sua mesa se lhes torne em laço, e em rede, e em tropeço; e isto para sua retribuição!
- Que seus olhos se escureçam para não verem, e encurva-lhes tu continuamente as costas!
- Digo, pois: porventura tropeçaram para que caíssem? De maneira alguma! Mas por sua queda, veio a salvação às gentes, para provocá-los a ciúmes.
- Ora, se sua queda é a riqueza do mundo, e sua diminuição, a riqueza das gentes; quanto mais será sua plenitude?
- Porque convosco falo, ó gentes: visto que das gentes sou apóstolo, meu ministério honro.
- A ver se, de alguma maneira, aos de minha carne posso provocar a ciúmes, e salvar a alguns dentre eles.
- Porque se a sua rejeição é do mundo a reconciliação; qual será então a sua aceitação, senão vida dentre os mortos?
- Ora, se as primícias são santas, também a massa o é; e se a raiz é santa, também os ramos o são.
- E se alguns dos ramos foram quebrados – e sendo tu, sendo zambujeiro, no lugar deles foste enxertado, e feito assim participante da raiz e da seiva da oliveira –,
- Não te glories contra os ramos; que se tu te glorias, não és tu o que sustentas a raiz, mas a raiz a ti.
- Dirás, pois: os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado!
- Sim, por incredulidade foram quebrados. E tu, por fé, estás de pé: não te ensoberbeças, mas teme.
- Porque se Deus não poupou aos ramos naturais, vê que também a ti não te poupará.
- Portanto, atenta para a benignidade, mas para a severidade de Deus: a severidade sobre os que caíram, e a benignidade para contigo, se perseverares na benignidade. Doutra maneira, também tu serás cortado.
- E também eles, se não perseverarem na incredulidade, serão de novo enxertados; porque poderoso é Deus para tornar a enxertá-los.
- Porque se tu foste cortado do natural zambujeiro, e contra a natureza foste enxertado na boa oliveira; quanto mais estes, os que são os naturais ramos, não serão enxertados em sua própria oliveira!?
- Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério – para que não sejais sábios em vós mesmos: que o endurecimento aconteceu em parte em Israel, até que entre a plenitude dos gentios.
- E assim, todo Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o libertador, e desviará as impiedades de Jacó.
- E isto lhes é de mim um concerto, quando eu tirar os seus pecados.
- Assim que, quanto ao evangelho, inimigos são eles por causa de vós outros; mas quanto à eleição, amados são por causa dos patriarcas.
- Porque as dádivas e a vocação de Deus são sem arrependimento.
- Porque assim como vós outros fostes também antigamente rebeldes a Deus; mas agora alcançastes misericórdia, pela rebelião destes.
- Assim também agora, estes foram rebeldes; para que também alcancem misericórdia, pela vossa misericórdia.
- Porque Deus encerrou a todos debaixo de rebelião, para de todos ter misericórdia.
- Ó profundidade das riquezas da sabedoria, e da ciência de Deus! Quão incompreensíveis são seus juízos, e impervestigáveis seus caminhos!
- Porque quem entendeu o intento do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?
- Ou quem é o que lhe deu a ele primeiro, e ser-lhe-á tornado?
- Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; a ele, pois, seja a glória eternamente. Amém.
Capítulo 12
- Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
- E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente; para que experimenteis qual seja a boa, e agradável, e perfeita vontade de Deus.
- Ora, pela graça que me é dada, digo a cada um de vós que ninguém saiba mais do que convém saber; mas que saiba com temperança, cada um conforme à medida de fé que Deus lhe tem repartido.
- Porque assim como em um só corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm uma mesma operação.
- Assim, sendo muitos, somos um só corpo em Cristo; mas cada qual, membros uns dos outros.
- De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada.
- Empreguemos, pois, estes dons, seja profecia, segundo a proporção da fé; seja ministério, em administrar; seja que alguém ensine, em ensinar.
- Seja que alguém exorte, em exortar; seja que alguém reparta, em simplicidade; seja que alguém presida, com cuidado; seja que alguém exercite misericórdia, com alegria.
- O amor seja sem fingimento; aborrecendo o mal, achegando-vos ao bem.
- Tende uns para com os outros cordial caridade, com fraternal amor; prevenindo-vos com honra uns aos outros.
- No cuidado, não sejais preguiçosos; sede ardentes em espírito; servi ao Senhor.
- Sede contentes na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração.
- Participando das necessidades dos santos; seguindo a hospitalidade.
- Bendizei aos que vos perseguem: sim, bendizei, e não maldigais.
- Alegrai-vos com os que se alegram, e chorai com os que choram.
- Tende um mesmo sentimento uns para com os outros. Não desejeis coisas altivas, mas acomodai-vos às humildes. Não sejais sábios em vós mesmos.
- Não torneis a ninguém mal por mal. Procurai as coisas honestas diante de todos os homens.
- Se possível for, quanto em vós estiver, tende paz para com todos os homens.
- Não vos vingueis a vós mesmos, meus amados. Antes, dai lugar à ira, porque escrito está: Minha é a vingança; eu mesmo o pagarei, diz o Senhor.
- Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber. Porque fazendo assim, brasas de fogo lhe amontoarás sobre a cabeça.
- Não te deixes vencer pelo mal, mas vence ao mal com o bem.
Capítulo 13
- Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade, senão de Deus, e as autoridades que há, são ordenadas por Deus.
- Pelo que, quem resiste à autoridade, à ordenação de Deus resiste; e os que lhe resistem, sobre si mesmos trarão condenação.
- Porque os magistrados não são de temer para os que fazem o bem, senão para os que fazem o mal. Ora, queres tu não temer a autoridade? Faze o bem, e terás dela louvor.
- Porque é ministro de Deus para o teu bem. Mas, se o mal fizeres, teme; porque não é sem causa que traz a espada. Porque é ministro de Deus, para com vingança castigar ao que faz o mal.
- Portanto, necessário é estar sujeitos; não somente por causa do castigo, mas também por causa da consciência.
- Porque, por esta causa, pagais vós também tributos; porquanto são ministros de Deus, ocupando-se sempre nisto mesmo.
- Portanto, pagai a cada um o que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem renda, renda; a quem temor, temor; a quem honra, honra.
- Não devais nada a ninguém, exceto que vos ameis uns aos outros; porque quem ao outro ama, cumpriu a Lei.
- Porque tudo isto – não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não cobiçarás, e se há algum outro mandamento – nesta palavra sumariamente se compreende: amarás ao teu próximo, como a ti mesmo.
- O amor não faz mal ao próximo; de modo que o cumprimento da Lei é o amor.
- E isto digo, tanto mais sabendo o tempo: que já é hora de nos levantarmos do sono, porque agora está a salvação mais perto de nós do que quando no princípio cremos.
- A noite é passada, e o dia é chegado. Portanto, deixemos as obras das trevas, e revistamo-nos das armas da luz.
- Andemos honestamente, como de dia: não em glutonarias nem em bebedices, não em leitos nem em dissoluções, não em pendências nem em inveja.
- Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em seus desejos.
Capítulo 14
- Ora, quanto ao que é fraco na fé, recebei-o; mas não em contendas de disputas.
- Porque um crê que de tudo se pode comer; e o outro, que é fraco, come hortaliças.
- O que come não despreze ao que não come; e o que não come não julgue ao que come, porque Deus o tomou para si.
- Tu, quem és, que julgas ao servo alheio? Para seu próprio senhor está em pé, ou cai; mas firmar-se-á, porque poderoso é Deus para firmá-lo.
- Um estima um dia mais que outro dia, mas o outro estima todos os dias iguais: cada um esteja seguro em seu próprio entendimento.
- Aquele que faz caso do dia, o faz para o Senhor, e o que não faz caso do dia, não o faz para o Senhor; o que come, come para o Senhor, porque dá graças a Deus, e o que não come, não come para o Senhor, e dá graças a Deus.
- Porque nenhum de nós vive para si mesmo, e nenhum morre para si.
- Porque seja que vivamos, para o Senhor vivemos; ou seja que morramos, para o Senhor morremos. De modo que, seja que vivamos, seja que morramos, do Senhor somos.
- Porque para isto morreu Cristo e ressuscitou, e tornou a viver: para que tenha domínio, tanto sobre os mortos como sobre os vivos.
- Mas tu, por que julgas a teu irmão? Ou tu também, por que desprezas a teu irmão? Porque todos havemos de comparecer perante o tribunal de Cristo.
- Porque escrito está: Vivo eu, diz o Senhor, que todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus.
- De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.
- Assim que não julguemos mais uns aos outros; mas julgai, antes, que não ponhais algum tropeço ou escândalo ao irmão.
- Eu sei, e certo estou no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, senão para aquele que alguma coisa estima ser imunda: para esse, é imunda.
- Mas se teu irmão se contrista por causa da comida, já não andas conforme o amor: não destruas com tua comida aquele por quem Cristo morreu.
- Portanto, não seja o vosso bem blasfemado.
- Porque o reino de Deus não é comida nem bebida; mas justiça, e paz, e regozijo pelo Espírito Santo.
- Porque quem nisto serve a Cristo, agrada a Deus, e é aceitável aos homens.
- Persigamos, pois, as coisas que são da paz, e da edificação de uns para com os outros.
- Não destruas a obra de Deus por causa da comida: verdade é que todas as coisas são limpas, mas mau é para o homem que come com escândalo.
- Bom é não comer carne, e nem beber vinho, nem coisa alguma em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça.
- Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus: bem-aventurado aquele que a si mesmo, naquilo que aprova, não se julga.
- Mas o que tem escrúpulo, se come, já está condenado; porque não come por fé. Ora, tudo o que não é da fé, pecado é.
Capítulo 15
- Mas nós outros, que somos fortes, havemos de suportar as fraquezas dos fracos; e não agradar-nos a nós mesmos.
- Portanto agrade cada qual de nós a seu próximo em bem, para edificação.
- Porque também Cristo não se agradou a si mesmo, mas como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriam.
- Porque todas as coisas que dantes foram escritas, para o nosso ensino foram escritas; para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança.
- Ora, o Deus da paciência e consolação vos dê que entre vós sintais uma mesma coisa, segundo Jesus Cristo.
- Para que todos, concordemente, como com uma só boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor, Jesus Cristo.
- Portanto, recebei-vos uns aos outros; como também Cristo nos recebeu, para a glória de Deus.
- Digo, pois, que Cristo Jesus foi ministro da circuncisão, pela verdade de Deus; para ratificar as promessas feitas aos patriarcas.
- E que as gentes glorifiquem a Deus por via da misericórdia, como está escrito: Portanto, eu te confessarei entre as gentes, e salmodiarei ao teu nome.
- E outra vez diz: Alegrai-vos, ó gentes, com seu povo!
- E outra vez: Louvai ao Senhor todas as gentes, e celebrai-o todos os povos!
- E outra vez diz Isaías: Uma raiz de Jessé há de haver, e um que se levantará para as gentes governar: nele esperarão as gentes.
- Ora, o Deus de esperança vos encha de todo regozijo, e de paz na fé; para que abundeis em esperança, pela virtude do Espírito Santo.
- Porém, meus irmãos, certo estou acerca de vós outros, de que também estais cheios de bondade, e recheios de todo conhecimento; e que também podeis admoestar uns aos outros.
- Mas irmãos, de alguma maneira vos escrevi mais livremente, como que trazendo-vos isto outra vez à memória, pela graça que de Deus me foi dada.
- Para que seja ministro de Jesus Cristo entre as gentes, administrando o evangelho de Deus; de modo que a oferta das gentes seja agradável, santificada pelo Espírito Santo.
- Tenho, logo, de que me gloriar em Jesus Cristo, nas coisas que pertencem a Deus.
- Porque não ousaria dizer coisa alguma que Cristo não tenha feito por mim, para obediência das gentes por palavra e por obra.
- Com poder de sinais e milagres, e pela virtude do Espírito de Deus; de maneira que, desde Jerusalém e ao redor, até o Ilírico, cumpri o evangelho de Cristo.
- Esforçando-me desta maneira ansiosamente a anunciar o evangelho; não lá onde antes já se fizera menção alguma de Cristo, para que não edificasse sobre fundamento alheio.
- Mas antes, como está escrito: Aqueles a quem acerca dele não foi anunciado, o verão; e aqueles que dele nada ouviram, o entenderão.
- Pelo que também, muitas vezes, impedido fui de até vós outros ir.
- Mas agora – pois nestas partes já não tenho mais lugar, e já por muitos anos tenho grande desejo de ir até vós –,
- Quando me partir para a Espanha, aí então irei a vós. Porque espero que, de passagem, vos verei; e lá, por vós mesmos serei conduzido, depois de primeiro, em parte, me ver satisfeito de estar convosco.
- Mas por agora, vou a Jerusalém, para lá socorrer aos santos.
- Porque pareceu bem aos macedônios e aos acadianos fazer uma contribuição para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém.
- Porque assim lhes pareceu bem, e também lhes são devedores: porque se as gentes têm sido participantes de seus bens espirituais, também elas lhes devem administrar os corporais.
- Assim que, quando tiver concluído isto, e lhes tiver consignado este fruto; então irei à Espanha, passando por vós outros.
- E bem sei que, quando a vós outros for, irei com a abundância da bênção do evangelho de Cristo.
- Ora, rogo-vos irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo, e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas orações a Deus por mim.
- Para que eu seja livre dos rebeldes que estão na Judeia; e que esta minha administração, que em Jerusalém faço, seja agradável aos santos.
- Para que, com alegria, e pela vontade de Deus, a vós outros possa ir, e convosco me recrear.
- Ora, o Deus de paz seja com todos vós outros. Amém.
Capítulo 16
- Encomendo-vos, porém, a Febe, nossa irmã; a qual é servidora da igreja de Cencreia.
- Para que a acolhais no Senhor, como convém aos santos, e lhe assistais em tudo quanto de vós tiver necessidade; porque a muitos tem hospedado, como também a mim mesmo.
- Saudai a Priscila e a Áquila, meus cooperadores em Jesus Cristo.
- Os quais puseram seu pescoço por minha vida; aos quais não só eu dou graças, mas também todas as igrejas das gentes.
- Saudai também à igreja que está em sua casa. Saudai a Epêneto, meu amado, que é as primícias da Acaia em Cristo.
- Saudai a Maria, a qual trabalhou muito por nós.
- Saudai a Andrônico e a Júnia, meus parentes e meus companheiros na prisão; os quais são insignes entre os apóstolos, e que também estavam antes de mim em Cristo.
- Saudai a Amplíato, meu amado no Senhor.
- Saudai a Urbano, nosso cooperador em Cristo, e a Estáquis, meu amado.
- Saudai a Apeles, aprovado em Cristo. Saudai aos da família de Aristóbulo.
- Saudai a Herodião, meu parente. Saudai aos da família de Narciso, que estão no Senhor.
- Saudai a Trifena e a Trifosa, as quais trabalham no Senhor. Saudai a Pérside, a amada irmã, a qual trabalhou muito no Senhor.
- Saudai a Rufo, o eleito no Senhor; e a sua mãe, e minha também.
- Saudai a Asíncrito, a Flegonte, a Hermas, a Pátrobas, a Hermes; e aos demais irmãos que estão com eles.
- Saudai a Filólogo e a Júlia; a Nereu e à sua irmã; e a Olimpas, e a todos os santos que estão com eles.
- Saudai-vos uns aos outros com santo beijo. As igrejas de Cristo vos saúdam.
- Ora, rogo-vos, irmãos, que atenteis aos que fazem dissensões e escândalos contra a doutrina que tendes de nós aprendido; e que deles vos desvieis.
- Porque os tais não servem ao nosso Senhor Jesus Cristo, senão ao seu próprio ventre; e com suaves palavras e afagos, enganam os corações dos simples.
- Porque chegada é a vossa obediência ao conhecimento de todos. Assim que me regozijo por vós outros; mas quero que sejais sábios no bem, e simples no mal.
- Ora, o Deus de paz logo quebrantará a Satanás debaixo de vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco. Amém.
- Timóteo, meu cooperador, vos saúda; e Lúcio, e Jasom, e Sosípatro, meus parentes.
- Eu, Tércio, que esta carta escrevi, vos saúdo no Senhor.
- Gaio, meu hospedeiro, e de toda a igreja, vos saúda; Erasto, o procurador da cidade, vos saúda, e também Quarto, o irmão.
- A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós outros. Amém.
- Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar, segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo; conforme à revelação do segredo que esteve encoberto desde os tempos de séculos.
- Mas que agora se manifestou e deu a conhecer, pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandado do Deus eterno; para que entre todas as gentes haja obediência de fé.
- Ao único Deus sábio, seja glória, por Jesus Cristo, para todo o sempre. Amém.
Escrita de Corinto aos Romanos, e enviada por Febe, serva de igreja de Cencreia.