Capítulo 1
- Havendo Deus antigamente, muitas vezes e de muitas maneiras, pelos profetas falado aos pais; nos falou a nós, nestes últimos dias, pelo Filho.
- Ao qual constituiu por herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o mundo.
- O qual, sendo o resplendor de sua glória, e a expressa imagem de sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder; havendo feito por si mesmo a purgação de nossos pecados, se assentou à destra da Majestade nos altíssimos céus.
- Feito tanto mais excelente que os anjos, quanto mais excelente nome herdou do que eles.
- Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho.
- E outra vez, introduzindo no mundo ao primogênito, diz: E adorem-no todos os anjos de Deus.
- E quanto aos anjos, diz: Fazendo a seus anjos espíritos, e a seus ministros, labareda de fogo.
- Mas ao Filho, diz: Ó Deus, teu trono é por séculos de séculos; o cetro de teu reino é um cetro de retidão.
- Tu amaste a justiça, e aborreceste a injustiça; por isso, ó Deus, o teu Deus te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros.
- E tu, Senhor, fundaste no princípio a terra, e os céus são obras de tuas mãos.
- Eles perecerão, porém tu és permanecente; e todos eles, como roupa, se envelhecerão.
- E como a um vestido os envolverás, e serão mudados; porém tu és o mesmo, e teus anos não cessarão.
- E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra, até que ponha a teus inimigos por escabelo de teus pés?
- Porventura, não são todos espíritos ministradores, enviados a servir por causa daqueles que hão de herdar a salvação?
Capítulo 2
- Portanto, nos convém atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido; para que não nos venhamos a escorrer.
- Porque se a palavra pelos anjos pronunciada foi firme, e toda transgressão e desobediência recebeu justa retribuição;
- Como escaparemos nós, se não tivermos cuidado de uma tão grande salvação? A qual, começando pelo próprio Senhor a ser publicada, nos foi confirmada pelos que a ele o tinham ouvido.
- Dando-lhes Deus, ademais, juntamente testemunho: por sinais, e milagres, e diversas virtudes e distribuições do Espírito Santo, segundo sua vontade.
- Porque não sujeitou aos anjos o mundo que está por vir, do qual agora falamos.
- E em certa parte, testificou alguém, dizendo: Que é o homem, que tu dele te lembres? Ou o filho do homem, para que tu o visites?
- Fizeste-o um pouco menor que os anjos; coroaste-o de glória e de honra, e sobre as obras de tuas mãos o estabeleceste.
- Todas as coisas debaixo dos pés lhe sujeitaste. Ora, porquanto todas as coisas lhe sujeitou, nada deixou que lhe não seja sujeito; porém ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas.
- Vemos, porém, coroado de glória e de honra àquele Jesus, que um pouco menor que os anjos foi feito, por causa de paixão da morte; para que, pela graça de Deus, por todos a morte provasse.
- Porque convinha àquele por cuja causa são todas as coisas, e pelo qual todas as coisas são; que trazendo à glória muitos filhos, consagrasse por aflições ao príncipe da salvação deles.
- Porque tanto o que santifica como os que são santificados, todos são de um só; pelo que não se envergonha de os chamar irmãos,
- Dizendo: A meus irmãos anunciarei teu nome; no meio da congregação te louvarei.
- E outra vez: Nele confiarei. E ainda: Eis-me aqui, a mim e aos filhos que Deus me deu.
- Assim que, porquanto os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas; para que, pela morte, destruísse ao que tinha o império da morte, isto é, ao diabo.
- E assim livrasse a todos os que, com medo da morte, toda sua vida estavam sujeitos à servidão.
- Porque, na verdade, não toma os anjos, mas toma a semente de Abraão.
- Pelo que foi necessário que, em todas as coisas, fosse semelhante aos irmãos, para que fosse um sumo pontífice misericordioso e fiel nas coisas que, para com Deus, eram devidas; para fazer propiciação pelos pecados do povo.
- Porque naquilo que ele mesmo padeceu, sendo tentado; pode socorrer aos que tentados forem.
Capítulo 3
- Pelo que, santos irmãos, sendo participantes da vocação celestial, considerai ao apóstolo e sumo pontífice de nossa confissão: Cristo Jesus.
- O qual é fiel ao que o estabeleceu, como também Moisés foi em toda sua casa.
- Porque estimado é este por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto mais digno é do que a casa aquele que a edificou.
- Porque toda casa é por alguém edificada; ora, Deus é o que todas estas coisas fabricou.
- E quanto a Moisés, em verdade que fiel foi, como servo, em toda sua casa; para testificar as coisas que depois se haviam de dizer.
- Mas Cristo, como Filho, sobre sua própria casa; cuja casa somos nós, tão somente se até o fim retivermos firme a confiança, e a glória da esperança.
- Portanto, como diz o Espírito Santo: Se hoje ouvirdes a sua voz,
- Não endureçais vossos corações, tal como aconteceu na irritação; no dia da tentação, no deserto.
- Lá onde vossos pais me tentaram, e me provaram; e minhas obras por quarenta anos viram.
- Pelo o que me indignei contra esta geração, e disse: Sempre em seus corações erram, e não têm conhecido meus caminhos.
- Assim que, em minha ira, jurei que em meu repouso não entrariam.
- Olhai, irmãos, que nunca, em nenhum de vós, haja um mau coração de incredulidade; para do Deus vivente se apartar.
- Mas antes, exortai-vos a cada dia uns aos outros, enquanto se diz “hoje”; para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado.
- Porque participantes de Cristo estamos feitos; se porém até o fim firmemente retivermos o princípio deste firme fundamento.
- Enquanto se diz: Se hoje ouvirdes sua voz, não endureçais vossos corações, como na irritação aconteceu.
- Porque havendo-a alguns ouvido, o irritaram; mas não todos os que, por Moisés, do Egito saíram.
- Mas com quais se indignou por quarenta anos? Porventura, não foi com os que pecaram, cujos corpos no deserto caíram?
- E a quem jurou que em seu repouso não entrariam, senão aos que rebeldes foram?
- E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade.
Capítulo 4
- Temamos pois que, não sendo em algum tempo deixada a promessa de em seu repouso entrar, alguém dentre vós pareça ficar para trás.
- Porque também, tanto a nós como a eles, nos foi evangelizado; mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram.
- Porque nós, os que já temos crido, entramos no repouso. Como disse: Portanto, jurei em minha ira que não entrarão em meu repouso; ainda que já suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo.
- Porque assim disse num certo lugar, no tocante ao sétimo dia: E repousou Deus de todas suas obras ao sétimo dia.
- E ainda outra vez neste lugar: Não entrarão em meu repouso.
- Visto que, pois, resta que alguns no mesmo repouso entram; e que aqueles aos quais primeiro foi evangelizado, não entraram por causa da desobediência;
- Determina outra vez um certo dia, isto é, hoje, dizendo por Davi, mesmo tanto tempo depois, segundo o que está dito: Se hoje ouvirdes sua voz, não endureçais vossos corações.
- Porque se Josué no repouso os houvesse introduzido, nunca depois disso acerca de outro dia falaria.
- Assim que ainda resta um repouso para o povo de Deus.
- Porque aquele que em seu repouso entrou, ele mesmo também de suas obras repousou, tal como Deus das suas.
- Procuremos, pois, entrar naquele repouso; para que ninguém caia em semelhante exemplo de incredulidade.
- Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois cortes; e chega até à divisão da alma e do espírito, e das junturas e dos tutanos, e é juiz dos pensamentos e intenções do coração.
- E não há criatura alguma invisível diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentemente abertas aos olhos daquele com quem temos o negócio.
- Assim que, tendo já um sumo pontífice – isto é, a Jesus, o Filho de Deus, o qual pelos céus penetrou –, retenhamos firmemente esta confissão.
- Porque não temos um sumo pontífice que de nossas fraquezas não possa ter compaixão; antes, temos a um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
- Acheguemo-nos, pois, com confiança ao trono da graça; para que alcancemos misericórdia, e achemos graça para sermos ajudados em tempo oportuno.
Capítulo 5
- Porque todo sumo pontífice, tomando-se dentre os homens, é posto no lugar dos homens nas coisas que, para com Deus, se hão de fazer; a fim de que ofereça dádivas e sacrifícios pelos pecados.
- Um que se possa compadecer dos ignorantes e errados, pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza.
- E por via desta fraqueza deve, tanto pelo povo, como também por si mesmo, oferecer pelos pecados.
- E ninguém atribui a si mesmo esta honra, mas sim aquele que pelo próprio Deus é chamado, como Arão.
- Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para ser sumo pontífice, mas sim aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei.
- Como também em outro lugar diz: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.
- O qual, nos dias de sua carne, oferecendo com grande clamor e lágrimas orações e súplicas ao que da morte o podia livrar; e sendo ouvido desde o seu medo;
- Ainda que era Filho, todavia aprendeu a obediência pelas coisas que padeceu.
- E sendo santificado, foi feito autor da eterna salvação a todos os que lhe obedecem.
- E nomeado por Deus como sumo pontífice, segundo a ordem de Melquisedeque.
- Do qual temos muito o que dizer, embora difícil seja de explicar; porquanto sois negligentes para ouvir.
- Porque naquilo em que já havíeis de ser mestres, visto o tempo, ainda tendes necessidade de que se vos torne a ensinar quais são os rudimentos do princípio das palavras de Deus; e vos tendes feito tais que ainda tendes necessidade de leite, e não de mantimento firme.
- Porque qualquer que ainda usa do leite, não é experimentado na palavra da justiça; porque é criança.
- Mas o mantimento firme é para os perfeitos; os quais, por já estarem acostumados, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.
Capítulo 6
- Pelo que, deixando o princípio da doutrina de Cristo, vamos adiante, até a perfeição; não pondo outra vez o fundamento da conversão das obras mortas, e da fé em Deus;
- Da doutrina dos batismos, e da imposição de mãos; e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno.
- E isto também faremos, se é que Deus o permitir.
- Porque impossível é que os que já uma vez iluminados foram, e o dom celestial provaram, e do Espírito Santo participantes foram feitos;
- E a boa palavra de Deus, e as potências do século que há de vir, provaram;
- E vierem a recair; sim, impossível é serem outra vez renovados para conversão. Pois assim, quanto a eles, outra vez ao Filho de Deus crucificam, e o expõem a vitupério.
- Porque a terra que embebe a água que muitas vezes sobre ela vem; e produz erva apropriada para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus.
- Mas a que espinhos e abrolhos produz, é rejeitada; e está perto da maldição, cujo fim é ser queimada.
- Porém acerca de vós, ó amados, nos persuadimos de melhores coisas, e mais próprias à salvação; ainda que assim falamos.
- Porque Deus não é injusto para pôr em esquecimento a vossa obra, e o trabalho do amor que, para com seu nome, tendes demonstrado; porquanto socorrestes aos santos, e ainda os socorreis.
- Mas desejamos que cada qual de vós outros demonstre o mesmo cuidado, para inteira certeza da esperança, até o fim.
- Para que não sejais negligentes; mas imitais aos que, por fé e paciência, herdam as promessas.
- Porque quando Deus fez a promessa a Abraão, porquanto não podia jurar por outro maior, jurou por si mesmo;
- Dizendo: Certamente abençoando-te, te abençoarei; e multiplicando-te, te multiplicarei.
- E assim, esperando com paciência, alcançou a promessa.
- Porque, em verdade, os homens juram por alguém maior que eles; e o juramento para confirmação lhes é o fim de toda contradição.
- No que, querendo Deus mostrar mais abundantemente a imutável firmeza de seu conselho aos herdeiros da promessa, se interpôs com juramento.
- Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos firme consolação: nós que temos nosso refúgio para reter a esperança proposta.
- A qual temos como por uma segura e firme âncora da alma, e que até dentro do véu penetra.
- Lá onde, sendo precursor, por nós ele entrou; isto é, Jesus, sendo eternamente feito sumo pontífice, segundo a ordem de Melquisedeque.
Capítulo 7
- Porque este Melquisedeque era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, o qual veio ao encontro de Abraão, tornando ele do combate dos reis; e o abençoou.
- Ao qual também Abraão repartiu o dízimo de tudo. E primeiramente se interpreta “rei de justiça”; e depois também “rei de Salém”, que quer dizer “rei de paz”;
- Sem pai, sem mãe, sem linhagem; que nem tem princípio de dias, nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
- Ora, considerai quão grande foi este; ao qual até Abraão, o patriarca, deu o dízimo do despojo.
- E quanto aos que, dentre os filhos de Levi, recebem o encargo do sacerdócio, bem têm eles ordem de tomar os dízimos do povo, segundo a Lei, isto é, de seus irmãos; ainda que dos mesmos lombos de Abraão tenham saído.
- Mas aquele que na mesma linhagem com eles não é contado, tomou o dízimo de Abraão; e abençoou aquele que tinha as promessas.
- Ora, sem contradição alguma, o que é menor é abençoado pelo que é maior.
- E em verdade, aqui tomam os homens mortais os dízimos; mas lá os toma aquele do qual se testifica que vive.
- E por modo de falar, também Levi, que toma os dízimos, deu dízimos em Abraão.
- Porque estava ele ainda nos lombos do pai, quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro.
- Assim que, se a perfeição já estivesse pelo sacerdócio levítico – porque debaixo dele recebeu o povo a Lei –, que mais necessidade haveria de que se levantasse outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse dito segundo a ordem de Arão?
- Porque sendo o sacerdócio mudado, necessário é que também haja mudança de Lei.
- Porque aquele por cujo respeito estas coisas se dizem, pertence a outra tribo; da qual ninguém ao altar assistiu.
- Visto ser notório que nosso Senhor saiu de Judá, tribo sobre a qual nada disse Moisés acerca do sacerdócio.
- E ainda está isso mais notório, se outro sacerdote se levantar à semelhança de Melquisedeque.
- O qual não foi feito segundo a Lei do mandamento carnal, mas por virtude da vida incorruptível.
- Porque testifica ele: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.
- Porque o mandamento precedente se ab-roga, por causa de sua fraqueza e inutilidade.
- Porque a Lei coisa alguma aperfeiçoou, exceto a introdução de uma melhor esperança pela qual nos achegamos a Deus.
- E também, porquanto não foi feito sem juramento – porque aqueles outros, em verdade, sem juramento foram feitos sacerdotes;
- Mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: Jurou o Senhor, e não se arrependerá: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque –,
- De tanto melhor concerto, foi Jesus feito fiador.
- E quanto a eles, na verdade, foram muitos sacerdotes; porquanto pela morte foram impedidos de permanecer.
- Mas este, porquanto eternamente permanece, tem um sacerdócio perpétuo.
- E portanto, também perfeitamente pode salvar aos que por ele a Deus se achegam; vivendo sempre, para por eles interceder.
- Porque um tal sumo pontífice nos convinha: santo, inocente, sem mácula, apartado dos pecadores, e feito mais sublime que os céus.
- O qual não tinha, como os sumos pontífices, necessidade de oferecer a cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos pecados do povo; porque isto fez ele uma só vez, oferecendo-se a si mesmo.
- Porque a Lei ordena por sumos pontífices a homens fracos; mas a palavra do juramento, que é depois da Lei, ordena ao Filho, que para sempre é consagrado.
Capítulo 8
- Ora, a suma de nosso propósito é que temos um tal sumo pontífice, que está assentado à destra do trono da Majestade nos céus.
- Ministro do santuário e verdadeiro tabernáculo; o qual o Senhor fundou, e não o homem.
- Porque todo sumo pontífice é ordenado para oferecer dádivas e sacrifícios; pelo que necessário era que também este tivesse alguma coisa que oferecer.
- Assim que, se na terra estivesse, nem mesmo seria sacerdote; havendo ainda sacerdotes que, segundo a Lei, ofereçam dádivas.
- Os quais servem ao exemplo e à sombra das coisas celestiais, segundo a Moisés, da parte de Deus, foi respondido, quando já estava para acabar o tabernáculo: Olha – diz ele – que tudo faças conforme ao modelo que no monte te foi mostrado.
- Mas agora alcançou tanto mais excelente ministério, quanto é medianeiro de um ainda melhor concerto; o qual em melhores promessas está estabelecido.
- Porque se aquele primeiro concerto houvesse sido irrepreensível, nunca se teria buscado buscado lugar para um segundo.
- Porque repreendendo-os, diz: Eis que dias virão, diz o Senhor, em que estabelecerei sobre a casa de Israel, e sobre a casa de Judá, um novo concerto.
- Não segundo o concerto que com seus pais fiz, no dia que pela mão os tomei, para os tirar fora da terra do Egito; porque em meu concerto não permaneceram, e eu a eles os menosprezei, diz o Senhor.
- Porque este é o concerto que, depois daqueles dias, com a casa de Israel farei, diz o Senhor: Minhas leis em seu entendimento porei, e em seu coração as escreverei. E eu por Deus lhes serei, e eles a mim por povo.
- E ninguém ensinará ao seu próximo, nem ninguém ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor. Porque todos me conhecerão, desde o menor entre eles, até o maior.
- Porque serei misericordioso para com suas injustiças, e nunca mais me lembrarei de seus pecados nem de suas iniquidades;
- Dizendo: Um novo concerto. Teve por velho o primeiro; ora, o que é tido por velho, e se envelhece, perto está de se esvaecer.
Capítulo 9
- Assim que também o primeiro concerto tinha ordenanças de serviço, e o santuário mundano.
- Porque o tabernáculo foi preparado, isto é, o primeiro, em que estava o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; a que chamam “o santuário”.
- Mas após o segundo véu, estava o tabernáculo a que chamam “o lugar santíssimo”.
- O qual tinha um incensário de ouro, e a arca do concerto, coberta ao seu redor, por todos os lados, de ouro; em que estava uma talha de ouro onde estava o maná, e a vara de Arão que reverdeceu, e as tábuas do concerto.
- E sobre esta arca, estavam os querubins de glória, que faziam sombra ao propiciatório; das quais coisas não é agora necessário falar em particular.
- Ora, estando estas coisas assim ordenadas, de fato entravam sempre os sacerdotes no primeiro tabernáculo; para cumprir o serviço de Deus.
- Mas no segundo tabernáculo, entrava só o sumo pontífice, uma vez ao ano; não sem sangue, o qual oferecia por si mesmo, e pelas faltas do povo.
- Dando o Espírito Santo a entender com isto que ainda o caminho do santuário não estava manifestado, enquanto o primeiro tabernáculo ainda estava em pé.
- O qual era figura do tempo de então, em que se ofereciam dádivas e sacrifícios; que quanto à consciência, não podiam santificar ao que fazia o serviço.
- Consistindo somente em manjares e beberes, e lavamentos diversos, e justificações carnais; impostas até o tempo da correção.
- Mas vindo Cristo, o sumo pontífice dos bens que haviam de vir, por um maior e mais perfeito tabernáculo; não feito de mãos, isto é, não deste edifício;
- E não por sangue de bodes e de bezerros, mas por seu próprio sangue; entrou uma só vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.
- Porque se o sangue de touros e dos bodes, e a cinza da bezerra espalhada sobre os imundos, os santifica para limpeza da carne;
- Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo sem mácula a Deus, limpará vossas consciências de obras mortas, para ao Deus vivo servirdes!
- Assim que, por isso, é ele medianeiro do novo testamento; para que, intervindo a morte para redenção das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, recebam os que são chamados a promessa da herança eterna.
- Porque onde há testamento, necessário é que intervenha a morte do testador.
- Porque é nos mortos que se confirma o testamento; porque não é válido enquanto o testador vive.
- Pelo que também o primeiro não foi consagrado sem sangue.
- Porque havendo Moisés recitado a todo o povo todos os mandamentos segundo a Lei; tomando o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, e lã tingida em grã, e hissopo, borrifou ao livro e a todo o povo;
- Dizendo: Este é o sangue do testamento, o qual Deus vos tem mandado.
- E semelhantemente, também borrifou com o sangue ao tabernáculo, e a todos os vasos do serviço.
- E quase todas as coisas, segundo a Lei, são purificadas com sangue; e sem derramamento de sangue, não se faz remissão.
- Assim que necessário foi que as figuras das coisas celestiais fossem purificadas com estas coisas; porém as celestiais, com melhores sacrifícios do que aqueles.
- Porque Cristo não entrou no santuário feito de mão, que era figura do verdadeiro; porém no próprio céu, para agora por nós comparecer perante a face de Deus.
- Nem tampouco para que muitas vezes a si mesmo se ofereça; como o sumo pontífice que, com sangue alheio, a cada ano entra no santuário.
- Doutra maneira, lhe teria sido necessário padecer muitas vezes, desde a fundação do mundo. Mas agora, na consumação dos séculos, compareceu uma só vez, para desfazimento do pecado, pelo sacrifício de si mesmo.
- E assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez; e depois disso, o juízo;
- Assim também Cristo, havendo sido uma só vez oferecido para tirar os pecados de muitos; aparecerá a segunda vez, sem pecado, aos que para salvação o esperam.
Capítulo 10
- Porque tendo a Lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem mesma das coisas; nunca, pelos mesmos sacrifícios que a cada ano continuamente se oferecem, pode santificar aos que a eles se achegam.
- Doutra maneira, cessariam de se oferecer; porquanto purificados uma vez os sacrificantes, não teriam mais consciência alguma de pecado.
- Porém agora se faz nestes, a cada ano, uma repetida rememoração dos pecados.
- Porque impossível é que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados.
- Pelo que, entrando ele no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me preparaste.
- Nem tampouco em holocaustos e oblações pelo pecado tiveste prazer.
- Então eu falava: Eis que venho (no princípio do livro está escrito a respeito de mim) para que faça, ó Deus, a tua vontade.
- Dizendo antes: Nem sacrifício, nem oferta, nem holocaustos, nem oblações pelo pecado quiseste; nem nisso tiveste prazer – o que segundo a Lei se oferece.
- Então falava: Eis que venho para fazer, ó Deus, a tua vontade. Assim que, tira o primeiro, para estabelecer o segundo.
- Na qual vontade somos santificados, pela oblação do corpo de Jesus Cristo uma só vez feita.
- Assim que todo sacerdote assistia, a cada dia, administrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios; os quais, porém, nunca podem tirar os pecados.
- Mas este, havendo oferecido um só sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus.
- Esperando o que resta: até que seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés.
- Porque, por uma só oblação, consagrou para sempre os que são santificados.
- E também o Espírito Santo no-lo testifica.
- Porque havendo já predito: Este é o concerto que eu com eles depois daqueles dias farei, diz o Senhor: Minhas leis em seus corações porei, e em seus entendimentos as escreverei.
- Nem de seus pecados, nem de suas iniquidades, mais me lembrarei.
- Pois lá onde há disto remissão, não há mais oferta pelo pecado.
- Assim que, irmãos, visto que já temos ousadia para, pelo sangue de Jesus Cristo, no santuário entrar;
- Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, por sua carne;
- E posto que temos um grande sacerdote sobre a casa de Deus;
- Acheguemo-nos com um verdadeiro coração, e com uma inteira certeza de fé; tendo já da má consciência purificados os nossos corações, e o corpo com água limpa já lavado.
- Retenhamos a invariável confissão da esperança, porque fiel é o que o prometeu.
- E consideremo-nos uns aos outros, para nos provocarmos ao amor e às boas obras.
- Não deixando nossa mútua congregação, como alguns já de costume têm; antes, admoestando-nos uns aos outros, e isto tanto mais quanto vedes que aquele dia se vai chegando.
- Porque se depois de já ter recebido o conhecimento da verdade, voluntariamente pecarmos; já não resta mais sacrifício pelos pecados.
- Mas uma horrenda expectação de juízo, e um ardor de fogo que aos adversários há de tragar.
- Se aquele que à Lei de Moisés menosprezava, sem nenhuma misericórdia, só pelo testemunho de duas ou três testemunhas, morria;
- De quanto maior castigo julgais vós que será digno aquele que pisar aos pés ao Filho de Deus, e tiver por coisa profana o sangue do testamento, pelo qual foi santificado, e injuriar ao Espírito da graça?
- Porque bem conhecemos o que disse: Minha é a vingança; eu darei o pago, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará a seu povo.
- Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivente.
- Lembrai-vos dos dias passados; em que, depois de haver sido iluminados, grande combate de aflições suportastes.
- Quando, de um lado, com vitupérios e tribulações fostes feitos um espetáculo; e de outro, fostes feitos companheiros dos que de tal maneira foram tratados.
- Porque também vos compadecestes da aflição de minhas prisões; e com alegria recebestes o roubo de vossos bens, bem sabendo que em vós mesmos ainda tendes uma melhor e permanecente riqueza nos céus.
- Portanto, não rejeiteis a vossa confiança; a qual tem grande recompensa de galardão.
- Porque de paciência tendes necessidade; para que, havendo feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.
- Porque ainda um pouquinho, e o que há de vir virá, e não tardará.
- Mas o justo viverá da fé; porém o que se retirar, não tem prazer nele a minha alma.
- Mas nós não somos daqueles que para perdição se retiram; mas daqueles que crêem, para a conservação da alma.
Capítulo 11
- Ora, a fé é um firme fundamento das coisas que se esperam, e a demonstração das coisas que se não vêem.
- Porque por ela obtiveram os antigos testemunho.
- Pela fé, entendemos que foi ordenado o mundo pela palavra de Deus; de maneira que as coisas que se vêem foram feitas das que se não viam.
- Pela fé, ofereceu Abel mais excelente sacrifício a Deus do que Caim, pela qual alcançou testemunho de que era justo; porquanto Deus deu testemunho de suas dádivas, e sendo morto, ainda pela mesma fé fala.
- Pela fé, foi Enoque transportado para a morte não ver; e não mais foi achado, porquanto Deus o havia transportado. Porque antes de ser transportado, alcançou testemunho de que a Deus agradava.
- Ora, sem fé, impossível é agradar a Deus; porque necessário é que aquele que a Deus se achega, creia que ele existe, e que dos que o buscam é galardoador.
- Pela fé, Noé, sendo divinamente advertido acerca das coisas que ainda se não viam, temeu, e fabricou a arca para salvamento de sua família; pela qual arca condenou ao mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé.
- Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, para sair rumo ao lugar que por herança havia de receber; e partiu, não sabendo aonde havia de ir.
- Pela fé, foi morador na terra da promissão como em terra alheia; habitando em cabanas com Isaque e com Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa.
- Porque esperava a cidade que tem fundamento, e da qual Deus é o artífice e o fabricador.
- Pela fé, recebeu Sara também virtude para dar semente, e deu à luz já fora de idade; porquanto confiou que fiel era aquele que prometido lho tinha.
- Pelo que também de um só, e esse já amortecido, nasceram tantos em multidão como as estrelas do céu, e como a inumerável areia que está na praia do mar.
- Na fé morreram todos estes, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.
- Porque os que isto dizem, claramente dão a entender que buscam uma pátria.
- Que se acaso se lembraram daquela pátria de onde haviam saído, na verdade que tinham tempo para lá tornarem.
- Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial; pelo que também Deus não se envergonha de ser chamado seu Deus, porque já lhes tinha preparado uma cidade.
- Pela fé, ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; e aquele que as promessas tinha recebido ofereceu o seu unigênito
- Havendo-lhe sido dito: Em Isaque te será chamada semente; considerando que até mesmo dos mortos o podia Deus ressuscitar.
- Por onde também, por comparação, o tornou a cobrar.
- Pela fé, deu Isaque a bênção a Jacó e a Esaú, tocante às coisas que haviam de vir.
- Pela fé, Jacó, estando já à morte, abençoou a cada um dos filhos de José; e adorou, recostado à ponta de seu bordão.
- Pela fé, estando José à morte, fez menção da saída dos filhos de Israel; e deu encargo acerca de seus próprios ossos.
- Pela fé, Moisés, já nascido, foi por três meses escondido por seus pais; porquanto viram que era um formoso menino, e não temeram o mandamento do rei.
- Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó.
- Escolhendo antes ser afligido com o povo de Deus, do que desfrutar por um pouco de tempo das delícias do pecado.
- Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porquanto atentava para a recompensa.
- Pela fé, deixou o Egito, não temendo o furor do rei; porque se fortaleceu, como que vendo aquele que é invisível.
- Pela fé, celebrou a Páscoa e o derramamento de sangue; para que o que aos primogênitos destruía, os não tocasse.
- Pela fé, passaram o Mar Vermelho como por terra seca; o que, querendo também intentar os egípcios, ficaram submersos.
- Pela fé, caíram os muros de Jericó, depois de por sete dias haverem sido rodeados.
- Pela fé, Raabe, a rameira, não pereceu com os incrédulos, recolhendo em paz aos espias.
- E que mais direi? Que o tempo me faltará se quiser contar acerca de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel, e dos demais profetas.
- Os quais, pela fé, venceram reinos, obraram justiça, alcançaram as promessas, taparam as bocas aos leões;
- Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças; e na batalha se mostraram fortes, puseram em fuga aos exércitos dos estrangeiros.
- As mulheres receberam da ressurreição seus mortos; outros foram estirados, menosprezando a livração oferecida, para alcançarem uma melhor ressurreição.
- E outros experimentaram vitupérios e açoites, e ainda também cadeias e prisões.
- Foram apedrejados, com serra despedaçados, provados, ao fio da espada mortos; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, afligidos, sendo maltratados
- – dos quais o mundo não era digno –, perdidos pelos desertos, e montes, e covas, e cavernas da terra.
- E todos estes, havendo alcançado testemunho pela fé, não receberam a promessa.
- Provendo Deus alguma coisa de melhor para nós mesmos; para que, sem nós, aperfeiçoados não fossem.
Capítulo 12
- Portanto nós também, visto que de uma tão grande nuvem de testemunhas estamos rodeados; deixando todo peso, e o pecado que tão facilmente nos rodeia, corramos com paciência a carreira que nos está proposta.
- Olhando para Jesus, capitão e consumador da fé; o qual, pela satisfação que lhe estava proposta, suportou a cruz, menosprezando a afronta, e se assentou à destra do trono de Deus.
- Pelo que considerai aquele que contra si mesmo suportou uma tal contradição dos pecadores; para que não vos acovardeis, desfalecendo em vossos ânimos.
- Ainda não resististes até o sangue, combatendo contra o pecado.
- E já vos esqueceis da exortação que convosco, como a filhos, vos fala: Filho meu, não menosprezes a disciplina do Senhor, nem desfaleças quando por ele fores repreendido.
- Porque o Senhor, àquele que ama, castiga; e a qualquer filho a quem recebe, açoita.
- Se suportais a disciplina, Deus se apresenta para convosco como a filhos. Porque qual é o filho a quem o pai não castiga?
- Mas se estais sem disciplina, da qual todos são participantes; logo sois bastardos, e não filhos.
- E posto que por castigadores tivemos aos pais de nossa carne, e aos tais reverenciávamos; não nos sujeitaremos antes, muito mais, ao Pai dos espíritos, e viveremos?
- Porque quanto àqueles, por pouco tempo nos castigavam, como a eles bem lhes parecia; porém este nos castiga para o nosso proveito, a fim de que de sua santidade sejamos participantes.
- Ora, toda disciplina, quando está presente, não parece ser motivo de satisfação, mas de tristeza; mas depois, dá um fruto pacífico de justiça aos que por ela forem exercitados.
- Portanto, levantai outra vez as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados.
- E endireitai as veredas aos vossos pés; para que aquele que manqueja se não desvie, mas que antes seja sarado.
- Persegui a paz para com todos, e a santificação, sem a qual ninguém ao Senhor verá.
- Olhando bem que ninguém da graça de Deus se aparte; que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos sejam contaminados.
- Que ninguém seja fornicador, ou profano como Esaú; que por um manjar vendeu seu direito de primogenitura.
- Porque bem sabeis que, ainda depois, desejando herdar a bênção, foi rejeitado; porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas a buscou.
- Porque não tendes chegado ao monte que se podia tocar; nem ao fogo ardente, nem a trevas, nem à escuridade e tempestade.
- Nem ao som da trombeta, nem à voz das palavras; a qual, os que a ouviram, pediram que mais se lhes não falasse.
- Porque não podiam suportar o que se lhes mandava; que se até uma besta no monte viesse a tocar, seria apedrejada, ou com um dardo traspassada.
- E tão terrível era a visão, que chegou Moisés a dizer: Assombrado e tremendo estou!
- Mas antes, chegastes ao Monte Sião, e à cidade do Deus vivente; à Jerusalém celestial, e aos milhares de anjos.
- E à universal congregação e igreja dos primogênitos, que estão escritos nos céus; e a Deus, que é o juiz de todos, e aos espíritos dos justos já aperfeiçoados.
- E a Jesus, o medianeiro do novo testamento; e ao sangue do aspersão, que fala ainda melhores coisas que o de Abel.
- Olhai que não rejeiteis ao que fala; porque se aqueles que rejeitaram ao que na terra dava divinas respostas, não escaparam, muito menos escaparemos nós, se nos desviarmos daquele que dos céus é.
- A voz do qual abalou então a terra. Mas agora anunciou, dizendo: Uma vez mais, e abalarei não somente a terra, mas também o céu.
- Ora, esta palavra – “uma vez mais” – mostra a mudança das coisas movíveis, como que foram feitas, para que permaneçam as imóveis.
- Pelo que, recebendo o reino imóvel, retenhamos a graça; com que a Deus de tal maneira sirvamos que, com reverência e piedade, lhe sejamos agradáveis.
- Porque o nosso Deus é um fogo consumidor.
Capítulo 13
- O amor fraternal permaneça.
- Não vos esqueçais da hospitalidade; porque por ela hospedaram alguns aos anjos, não o sabendo.
- Tende lembrança dos presos, como se com eles presos estivésseis; e dos maltratados, como sendo vós mesmos também no corpo maltratados.
- Venerável é entre todos o matrimônio, e o leito sem mácula; porém aos fornicários e aos adúlteros, Deus os há de julgar.
- Vosso conviver seja sem avareza, contentando-vos com o presente. Pois ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei.
- De maneira que, com confiança, podemos dizer: O Senhor é meu ajudador; pelo que não temerei coisa alguma que me possa fazer o homem.
- Lembrai-vos de vossos guias, os quais a palavra de Deus vos falaram; a fé dos quais imitai, considerando qual foi a saída de sua conduta.
- Jesus Cristo é o mesmo ontem e hoje, e também eternamente.
- Não vos deixeis levar de um lado para o outro por doutrinas diversas e estranhas; porque bom é que o coração esteja fortalecido por graça, e não por manjares, os quais de nada aproveitaram aos que neles se ocuparam.
- Um altar temos do qual não têm poder para comerem os que servem ao tabernáculo.
- Porque os corpos dos animais – cujo sangue pelo pecado se trazia pelo sumo pontífice ao santuário – eram queimados fora do arraial.
- Portanto, também Jesus, para que ao povo seu próprio sangue santificasse, padeceu fora da porta.
- Saiamos, pois, a ele fora do arraial, levando seu vitupério.
- Porque não temos aqui cidade permanecente, mas buscamos a que ainda está por vir.
- Portanto, ofereçamos sempre por meio dele sacrifício de louvor a Deus: o fruto dos lábios que confessam o seu nome.
- E não vos esqueçais do benfazer e do partilhar; porque em tais sacrifícios é que Deus se compraz.
- Obedecei a vossos guias, e sujeitai-vos a eles, porque velam por vossas almas como aqueles que hão de prestar conta; para que, o que fazem, o façam com alegria, e não gemendo, porque isso não vos é útil.
- Rogai por nós; porque confiamos que temos boa consciência, desejando conviver honestamente entre todos.
- E tanto mais vos rogo que assim o façais, para que eu tanto mais breve vos seja restituído.
- Ora, o Deus da paz – que pelo sangue do testamento eterno, dos mortos tornou a trazer ao grande pastor das ovelhas, isto é, ao nosso Senhor Jesus Cristo –
- Vos aperfeiçoe em toda boa obra, para fazer sua vontade, operando em vós o que diante dele é agradável, por Cristo Jesus; ao qual seja a glória para todo sempre. Amém.
- Rogo-vos, pois, irmãos, que suporteis a palavra desta admoestação, que abreviadamente vos escrevi.
- Sabei que já o irmão Timóteo está solto, com o qual vos irei a ver, se é que ele logo vier.
- Saudai a todos os vossos guias, e a todos os demais santos. Os da Itália vos saúdam.
- A graça seja com todos vós outros. Amém.
Escrita da Itália aos Hebreus, e enviada por Timóteo.