Capítulo 1
- Sendo, pois, o rei Davi já velho, e adiantado na idade, cobriram-no com vestes, porém já não se aquecia.
- Então seus servos lhe disseram: Busquem para o rei, meu senhor, uma moça virgem, que esteja perante o rei, e o regale. E durma em seu regaço, para que o rei, meu senhor, se aqueça.
- E buscaram uma moça formosa, por todos os termos de Israel. E acharam a Abisague, sunamita; e trouxeram-na ao rei.
- E era a moça sobremaneira formosa; e regalava ao rei, e servia-o, porém o rei não a conheceu.
- Então Adonias, filho de Hagite, se levantou, dizendo: Eu reinarei. E preparou-se carros, e cavaleiros, e cinquenta varões que corressem diante dele.
- E seu pai nunca o contristara, dizendo: Por que assim o fizeste? E era ele também mui formoso de aparência; e Hagite o parira depois de Absalão.
- E tinha seus tratos com Joabe, filho de Zeruia, e com Abiatar, o sacerdote; os quais o ajudavam, seguindo a Adonias.
- Porém Zadoque, o sacerdote, e Benaías, filho de Joiadá, e Natã, o profeta, e Simeí, e Reí, e os heróis que Davi tinha, não estavam com Adonias.
- E matou Adonias ovelhas, e vacas, e cevados, junto à pedra de Zoelete, que está junto à fonte de Rogel; e convidou a todos seus irmãos, os filhos do rei, e a todos os varões de Judá, servos do rei.
- Porém a Natã, profeta, e a Benaías, e aos heróis, e a Salomão, seu irmão, não convidou.
- Então falou Natã a Bate-Seba, mãe de Salomão, dizendo: Não ouviste que Adonias, filho de Hagite, reina? E Davi, senhor nosso, não o sabe?
- Vem pois agora, e deixa-me dar-te um conselho; para que guardes tua vida, e a de Salomão, teu filho:
- Vai, e entra junto ao rei Davi, e dize-lhe: Não juraste tu, ó rei, senhor meu, à tua serva, dizendo: Certamente, teu filho Salomão reinará depois de mim; e ele se assentará em meu trono? Por que, pois, reina Adonias?
- Eis que, estando tu ainda aí falando com o rei, eu também entrarei após ti, e acabarei tuas palavras.
- E entrou Bate-Seba junto ao rei na recâmara; porém o rei era já mui velho. E Abisague, a sunamita, servia ao rei.
- E Bate-Seba inclinou a cabeça, e prostrou-se perante o rei. E disse o rei: Que tens?
- E ela lhe disse: Senhor meu, tu juraste à tua serva, pelo Senhor, teu Deus, dizendo: Certamente Salomão, teu filho, reinará depois de mim. E ele se assentará sobre meu trono.
- E agora, eis que Adonias reina; e agora, ó rei, senhor meu, tu o não sabes.
- E matou vacas, e cevados, e ovelhas em abundância, e convidou a todos os filhos do rei, e a Abiatar, o sacerdote, e a Joabe, general do exército; mas a teu servo Salomão, não convidou.
- Porém tu, rei meu senhor, os olhos de todo Israel estão sobre ti; para que lhes declares quem se assentará sobre o trono do rei, meu senhor, depois de si.
- Doutro modo, sucederá que, quando o rei, meu senhor, dormir com seus pais, eu e Salomão, meu filho seremos tidos por pecadores.
- E estando ela ainda falando com o rei, eis que entra o profeta Natã.
- E fizeram-no saber ao rei, dizendo: Eis ali o profeta Natã. E veio perante o acatamento do rei, e prostrou-se diante do rei sobre sua face em terra.
- E disse Natã: Ó rei, meu senhor, disseste tu: Adonias reinará depois de mim? E ele se assentará sobre meu trono?
- Porque hoje desceu, e matou vacas, e cevados, e ovelhas, em abundância; e convidou a todos os filhos do rei, e aos capitães do exército, e a Abiatar, o sacerdote; e eis que estão comendo e bebendo perante ele. E dizem: Viva o rei Adonias!
- Porém a mim, sendo eu teu servo, e a Zadoque, o sacerdote, e a Benaías, filho de Joiadá, e a Salomão, teu servo, não convidou.
- Veio este negócio do rei, meu senhor? E não fizeste saber a teu servo quem se assentaria sobre o trono do rei, meu senhor, depois de si?
- E respondeu o rei Davi, e disse: Chamai-me a Bate-Seba. E ela veio perante o rei; e pôs-se diante do rei.
- Então jurou o rei, e disse: Vive o Senhor, o qual redimiu minha alma de toda angústia,
- Que como te jurei pelo Senhor, Deus de Israel, dizendo: Certamente teu filho Salomão reinará depois de mim, e ele se assentará sobre meu trono em meu lugar; que assim o farei no dia de hoje.
- Então Bate-Seba se inclinou com sua face à terra, e prostrou-se perante o rei. E disse: Viva o rei Davi, meu senhor, para sempre!
- E disse o rei Davi: Chamai-me a Zadoque, o sacerdote, e a Natã, o profeta, e a Benaías, filho de Joiadá. E vieram perante o rei.
- E o rei lhes disse: Tomai convosco os servos de vosso senhor; e a meu filho Salomão, fazei subir em minha mula. E fazei-o descer a Giom.
- E Zadoque, o sacerdote, juntamente com Natã, o profeta, ali o ungirão por rei sobre Israel. Então tocareis a trombeta, e direis: Viva o rei Salomão!
- Então subireis após ele, e virá, e se assentará em meu trono, e ele reinará em meu lugar; porque tenho mandado que ele seja guia sobre Israel, e sobre Judá.
- Então Benaías, filho de Joiadá, respondeu ao rei, e disse: Amém! Assim o diga o Senhor, Deus do rei, meu senhor!
- Como o Senhor foi com o rei, meu senhor, assim seja com Salomão; e faça seu trono maior que o trono do rei Davi, meu senhor.
- Então desceu Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, e Benaías, filho de Joiadá, e os creteus e os pleteus, e a Salomão fizeram subir na mula do rei Davi; e levaram-no a Giom.
- E Zadoque, o sacerdote, tomou o chifre de azeite do tabernáculo, e ungiu a Salomão. E tocaram a trombeta, e todo o povo disse: Viva o rei Salomão!
- E todo o povo subiu após ele, e o povo tangia com gaitas, e alegrava-se com grande alegria; de maneira que, com seu clamor, a terra como que se fendia.
- E ouviu-o Adonias, e todos os convidados que estavam com ele, que já tinham acabado de comer. Também Joabe ouviu o soar das trombetas, e disse: Por que há tal ruído na cidade, que está revolta?
- Estando ele ainda falando, eis que vem Jônatas, filho de Abiatar, o sacerdote. E disse Adonias: Entra, porque varão virtuoso és, e boas novas trarás.
- E respondeu Jônatas, e disse a Adonias: Sim, porém nosso senhor, o rei Davi, por rei levantou a Salomão.
- E o rei enviou com ele a Zadoque, o sacerdote, e a Natã, o profeta, e a Benaías, filho de Joiadá, e aos creteus e aos pleteus; e fizeram-no subir na mula do rei.
- E Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, o ungiram por rei em Giom, e dali subiram alegres, e a cidade está revolta: este é o clamor que ouviste.
- E também Salomão está assentado no trono do reino.
- E também os servos do rei vieram a bendizer a nosso senhor, o rei Davi, dizendo: Melhor faça teu Deus o nome de Salomão, que teu nome; e maior faça seu trono, que teu trono. E o rei adorou no leito.
- E ainda o rei assim disse: Bendito o Senhor, Deus de Israel, que já hoje tem dado quem se assente em meu trono, e que meus olhos o vissem.
- Então estremeceram e se levantaram todos os convidados, que estavam com Adonias; e cada qual foi seu caminho.
- Porém Adonias temeu a Salomão; e levantou-se, e foi, e pegou dos chifres do altar.
- E fez-se saber a Salomão, dizendo: Eis que Adonias teme ao rei Salomão. Porque eis que pegou dos chifres do altar, dizendo: Jure-me hoje o rei Salomão que não matará a seu servo à espada.
- E disse Salomão: Se for varão virtuoso, nem um de seus cabelos cairá em terra. Porém, se mal algum se achar nele, morrerá.
- E enviou o rei Salomão, e fizeram-no descer do altar; e veio, e prostrou-se perante o rei Salomão. E Salomão lhe disse: Vai-te para tua casa.
Capítulo 2
- E chegaram-se os dias da morte de Davi; e mandou a Salomão, seu filho, dizendo:
- Eu vou pelo caminho de toda a terra: esforça-te, pois, e sê homem.
- E guarda a observância do Senhor, teu Deus, para andares em seus caminhos, e para guardares seus estatutos, e seus mandamentos, e seus direitos, e seus testemunhos, como está escrito na Lei de Moisés; para que prudentemente te hajas em tudo quanto fizeres, e a tudo aonde quer que te volveres.
- Para que o Senhor confirme a palavra que tem dito acerca de mim, dizendo: Se teus filhos guardarem seu caminho, para andarem perante minha face fielmente, com todo seu coração, e com toda sua alma; nunca, disse, te faltará sucessor do trono de Israel.
- E também tu sabes o que me fez Joabe, filho de Zeruia, e o que fez aos dois generais do exército de Israel – a Abner, filho de Ner, e a Amasá, filho de Jéter –, aos quais matou, e em paz derramou sangue de guerra; e pôs sangue de guerra em seu cinto, que tinha a seus lombos, e em seus sapatos, que trazia em seus pés.
- Faze, pois, segundo tua sabedoria; e não deixes descer suas cãs à sepultura em paz.
- Porém com os filhos de Barzilai, o gileadita, usarás de beneficência, e estarão entre os que comem à tua mesa; porque assim se chegaram eles a mim, quando eu fugia diante de teu irmão Absalão.
- E eis que também contigo está Simeí, filho de Gera, filho de Jemini, de Baurim, que me maldisse com maldição atroz, no dia em que eu ia a Maanaim. Porém ele me saiu ao encontro junto ao Jordão, e eu pelo Senhor lhe jurei, dizendo que o não mataria à espada.
- Mas agora o não tenhas por inculpável, pois homem sábio és; e bem saberás o que lhe hás de fazer, para que faças descer suas cãs à sepultura com sangue.
- E Davi dormiu, com seus pais; e foi sepultado na cidade de Davi.
- E foram os dias que Davi reinou sobre Israel, quarenta anos: sete anos reinou em Hebrom, e em Jerusalém reinou trinta e três anos.
- E Salomão se assentou no trono de seu pai Davi; e seu reino ficou firme em grande maneira.
- Então veio Adonias, filho de Hagite, a Bate-Seba, mãe de Salomão; e disse ela: É tua vinda de paz? E ele disse: É de paz.
- Então disse ele: Uma palavra tenho que dizer-te. E ela disse: Fala.
- Disse, pois, ele: Bem sabes que o reino era meu, e todo Israel tinha posto sua face em mim, para que eu viesse a reinar. Ainda assim, o reino se traspassou, e veio a ser de meu irmão, porquanto foi feito seu pelo Senhor.
- Assim que, agora, uma só petição te faço: não me faças virar o rosto. E ela lhe disse: Fala.
- E ele disse: Peço-te que fales ao rei Salomão – porque ele te não fará virar o rosto –, que me dê por mulher a Abisague, sunamita.
- E disse Bate-Seba: Bem está. Eu falarei por ti ao rei.
- Assim veio Bate-Seba ao rei Salomão, a falar-lhe por Adonias. E o rei se lhe levantou ao encontro, e se lhe inclinou; então se assentou sobre seu trono, e fez pôr uma cadeira à mãe do rei, e ela se assentou à sua direita.
- Então disse ela: Só uma pequena petição te faço: não me faças virar o rosto. E o rei lhe disse: Pede, mãe minha, que te não farei virar o rosto.
- E ela disse: Dê-se Abisague, a sunamita, a Adonias, teu irmão, por mulher.
- Então respondeu o rei Salomão, e disse à sua mãe: E por que pedes a Abisague, a sunamita, para Adonias? Pede também para ele o reino – porque é meu irmão maior –, para ele, digo, e também para Abiatar, o sacerdote, e para Joabe, filho de Zeruia.
- E jurou o rei Salomão pelo Senhor, dizendo: Assim Deus me faça, e assim me acrescente, que contra sua vida falou Adonias esta palavra.
- Agora, pois, vive o Senhor, que me confirmou, e me fez assentar no trono de Davi, meu pai, e que me tem feito casa, como havia dito; que hoje morrerá Adonias.
- E enviou o rei Salomão por mão de Benaías, filho de Joiadá; o qual arremeteu contra ele, e morreu.
- E a Abiatar, o sacerdote, disse o rei: Para Anatote te vai, em teus campos; porque varão digno de morte és. Porém no dia de hoje te não matarei, porquanto levaste a arca do Senhor Deus diante de Davi, meu pai, e porquanto foste afligido em tudo quanto meu pai foi afligido.
- Lançou, pois, Salomão fora a Abiatar, para que não fosse sacerdote do Senhor; para cumprir a palavra do Senhor, que tinha dito sobre a casa de Eli em Siló.
- E veio a fama disso até Joabe, porque Joabe se desviara após Adonias, ainda que após Absalão se não desviara; e Joabe se acolheu ao tabernáculo do Senhor, e pegou dos chifres do altar.
- E disseram ao rei Salomão que Joabe se acolhera ao tabernáculo do Senhor; e eis que está junto ao altar. Então enviou Salomão a Benaías, filho de Joiadá, dizendo: Vai, arremete contra ele.
- E veio Benaías ao tabernáculo do Senhor, e disse-lhe: Assim diz o rei: Sai daí. E disse ele: Não, porém aqui morrerei. E Benaías tornou com a resposta ao rei, dizendo: Assim falou Joabe, e assim me respondeu.
- E disse-lhe o rei: Faze como ele disse, e arremete contra ele, e sepulta-o. Para que tires de mim, e da casa de meu pai, o sangue que Joabe sem causa derramou.
- Assim tornará o Senhor seu sangue sobre sua cabeça, porquanto arremeteu contra dois varões mais justos e melhores que ele, e matou-os à espada, sem que meu pai Davi o soubesse: a Abner, filho de Ner, general do exército de Israel, e a Amasá, filho de Jéter, general do exército de Judá.
- Assim tornará seu sangue sobre a cabeça de Joabe, e sobre a cabeça de sua semente, para sempre. Mas Davi, e sua semente, e sua casa, e seu trono, do Senhor terá paz para todo sempre.
- E subiu Benaías, filho de Joiadá, e arremeteu contra ele, e matou-o; e foi sepultado em sua casa, no deserto.
- E o rei pôs a Benaías, filho de Joiadá, em seu lugar sobre o exército; e a Zadoque, o sacerdote, pôs o rei em lugar de Abiatar.
- Depois enviou o rei, e chamou a Simeí, e disse-lhe: Edifica-te uma casa em Jerusalém, e habita aí. E daí não saias, nem a uma, nem a outra parte.
- Porque há de ser, no dia em que saíres e passares o ribeiro de Cedrom, saibas de certo que infalivelmente morrerás: teu sangue será sobre tua cabeça.
- E Simeí disse ao rei: Boa é essa palavra: como tem dito o rei meu senhor, assim fará teu servo. E Simeí habitou em Jerusalém por muitos dias.
- Sucedeu, porém, que, ao cabo de três anos, dois servos de Simeí se acolheram a Aquis, filho de Maacá, rei de Gate. E denunciaram a Simeí, dizendo: Eis que teus servos estão em Gate.
- Então Simeí se levantou, a albardou seu asno, e foi-se a Gate, a Aquis, a buscar a seus servos. Assim foi Simeí, e trouxe seus servos de Gate.
- E disseram a Salomão, como Simeí de Jerusalém fora a Gate e já tornara.
- Então enviou o rei, e chamou a Simeí, e disse-lhe: Não te conjurei eu pelo Senhor, e protestei contra ti, dizendo: No dia em que saíres a uma ou a outra parte, saibas de certo que infalivelmente morrerás? E tu me disseste: Boa é essa palavra que ouvi.
- Por que, pois, não guardaste o juramento do Senhor, nem o mandado que te mandei?
- Disse mais o rei a Simeí: Bem sabes tu toda a maldade, que teu coração sabe, que fizeste a Davi, meu pai. Pelo que o Senhor tornou tua maldade sobre tua cabeça.
- Mas o rei Salomão é bendito; e o trono de Davi será confirmado perante a face do Senhor para todo sempre.
- E o rei mandou a Benaías, filho de Joiadá, o qual saiu, e arremeteu contra ele, o qual morreu. Assim o reino foi confirmado na mão de Salomão.
Capítulo 3
- E Salomão fez-se genro do Faraó, rei do Egito. E tomou a filha do Faraó, e trouxe-a à cidade de Davi, até que acabasse de edificar sua casa, e a casa do Senhor, e a muralha de Jerusalém ao redor.
- Tão somente o povo sacrificava nos altos; porque ainda não havia casa edificada ao nome do Senhor, até aqueles dias.
- E Salomão amava ao Senhor, andando nos estatutos de Davi, seu pai; tão somente nos altos sacrificava e incensava.
- E foi o rei a Gibeão a sacrificar ali, porquanto aquele era alto grande: mil holocaustos sacrificou Salomão naquele altar.
- E em Gibeão apareceu o Senhor a Salomão, de noite, em sonhos. E disse-lhe Deus: Pede o que quiseres que eu te dê.
- E disse Salomão: De grande beneficência usaste tu com teu servo Davi, meu pai; como também ele andou contigo em verdade, e em justiça, e em retidão de coração, perante tua face. E guardaste-lhe esta grande beneficência: que lhe deste um filho que se assentasse em seu trono, como se vê neste dia.
- Agora, pois, ó Senhor, Deus meu, tu fizeste reinar a teu servo em lugar de Davi, meu pai; e sou ainda pequeno rapaz, que nem sei sair nem entrar.
- E teu servo está em meio de teu povo, que elegeste: povo grande, que nem se pode contar nem numerar, em razão da multidão.
- A teu servo, pois, dá um coração entendido, para julgar a teu povo: que prudentemente discirna entre o bem e o mal. Porque quem poderia julgar a este teu tão grave povo?
- E esta palavra pareceu boa aos olhos do Senhor, de que Salomão tal pedisse.
- E disse-lhe Deus: Porquanto isto pediste, e não pediste para ti muitos dias, nem pediste para ti riquezas, nem pediste a vida de teus inimigos; mas pediste para ti entendimento, para ouvir coisas de juízo;
- Eis que fiz segundo tuas palavras: eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti, teu igual não houve, e depois de ti, teu igual se não levantará.
- E também até o que não pediste te dei, assim riquezas como glória; e tanto que não haja teu igual entre os reis, todos os teus dias.
- E se andares em meus caminhos, guardando meus estatutos e meus mandamentos, como andou Davi, teu pai; também prolongarei teus dias.
- E acordou Salomão, e eis que era sonho. E veio a Jerusalém, e pôs-se perante a arca do concerto do Senhor; e sacrificou holocaustos, e preparou sacrifícios gratíficos, e fez um banquete a todos seus servos.
- Então vieram duas mulheres rameiras ao rei, e puseram-se perante ele.
- E disse-lhe uma das mulheres: Ah, senhor meu, eu e esta mulher moramos numa mesma casa. E dei à luz, morando com ela naquela casa.
- E foi que, ao terceiro dia depois de meu parto, também esta mulher deu à luz. E estávamos juntas: estranho nenhum estava conosco em casa, senão só nós duas naquela casa.
- E de noite morreu o filho desta mulher, porquanto se deitara sobre ele.
- E levantou-se à meia-noite, e tomou a meu filho de a par de mim, dormindo tua serva, e deitou-o ao seu lado; e a seu filho morto, deitou ao meu lado.
- E levantando-me eu pela manhã, para dar o peito a meu filho, eis que estava morto; mas atentando pela manhã para ele, eis que não era meu filho, que eu havia dado à luz.
- Então disse a outra mulher: Não, mas o vivo é meu filho, e teu filho o morto; porém a outra disse: Não, por certo, o morto é teu filho, e meu filho o vivo. Assim falaram perante o rei.
- Então disse o rei: Esta diz: Este que vive, é meu filho, e teu filho o morto. E estoutra diz: Não, por certo, o morto é teu filho, e meu filho o vivo.
- Disse mais o rei: Trazei-me uma espada. E trouxeram uma espada perante o rei.
- E disse o rei: Parti ao menino vivo pelo meio. E dai metade a uma, e metade à outra.
- Mas a mulher cujo filho era o vivo, falou ao rei – porque suas entranhas se acenderam por seu filho –, e disse: Ah, senhor meu, dai-lhe o menino vivo, e por modo nenhum o mateis. Porém a outra dizia: Nem teu nem meu seja: parti-o!
- Então respondeu o rei, e disse: Dai a esta o menino vivo, e de maneira nenhuma o mateis; que esta é sua mãe.
- E todo Israel ouviu o juízo que julgara o rei, e temeu ao rei; porque viram que sabedoria de Deus havia nele, para fazer juízo.
Capítulo 4
- Assim foi Salomão rei sobre todo Israel.
- E estes eram os príncipes que tinha: Azarias, filho de Zadoque, sacerdote;
- Eliorefe e Aías, filhos de Sisa, secretários; Josafá, filho de Ailude, chanceler;
- E Benaías, filho de Joiadá, estava ordenado sobre o exército; e Zadoque e Abiatar eram sacerdotes.
- E Azarias, filho de Natã, sobre os provedores; e Zabude, filho de Natã, oficial-mor, amigo do rei.
- E Aisar, mordomo; e Adonirão, filho de Abda, sobre o tributo.
- E tinha Salomão doze provedores sobre todo Israel, que proviam ao rei e à sua casa: a cada um cabia um mês ao ano, para dar provimentos.
- E estes são seus nomes: Ben-Hur, nas montanhas de Efraim;
- Ben-Dequer, em Macaz, e em Saalabim, e em Bete-Semes; e em Elom, e em Bete-Hanã;
- Ben-Hesede, em Arubote; também este tinha a Socó e a toda a terra de Héfer;
- Ben-Abinadabe, em todo o termo de Dor; e tinha este a Tafate, filha de Salomão, por mulher;
- Baaná, filho de Ailude, tinha a Taanaque, e a Megidô; e a toda a Bete-Seã, que está junto a Zaretã, abaixo de Jezreel, desde Bete-Seã até Abel-Meolá, até dalém de Jocmeão.
- Ben-Geber, em Ramote-Gileade: tinha este as aldeias de Jair, filho de Manassés, as quais estão em Gileade; também tinha o termo de Argobe, o qual está em Basã, sessenta grandes cidades com muros e ferrolhos de metal;
- Ainadabe, filho de Idô, em Maanaim;
- Aimaás, em Naftali: também este tomou a Basemate, filha de Salomão, por mulher;
- Baaná, filho de Husai, em Aser, e em Bealote;
- Josafá, filho de Parua, em Issacar;
- Simeí, filho de Elá, em Benjamim.
- Geber, filho de Uri, na terra de Gileade: isto é, a terra de Seom, rei dos amorreus, e de Ogue, rei de Basã; e só uma guarnição havia naquela terra.
- Eram, pois, os de Judá e Israel muitos, como a areia que está junto ao mar em multidão; e andavam comendo, e bebendo, e folgando.
- E dominava Salomão sobre todos os reinos desde o rio até a terra dos filisteus, e até o termo do Egito; os quais traziam presentes, e serviram a Salomão todos os dias de sua vida.
- Era, pois, o provimento de Salomão de, por dia, trinta coros de flor de farinha, e sessenta coros de farinha;
- Dez vacas gordas, e vinte vacas de pasto, e cem carneiros; afora os veados, e as cabras monteses, e os corços, e outros cevados escolhidos.
- Porque dominava sobre tudo quanto havia daquém do rio, desde Tifsa até Gaza, sobre todos os reis daquém do rio; e tinha paz de todas suas bandas do redor.
- E Judá e Israel habitavam seguros, cada qual debaixo de sua videira e debaixo de sua figueira, desde Dã até Berseba: todos os dias de Salomão.
- Tinha também Salomão quarenta mil estrebarias de cavalos para seus carros, e doze mil cavaleiros.
- Proviam, pois, estes provedores, cada qual a seu mês, ao rei Salomão, e a todos quantos se achegavam à mesa do rei Salomão: coisa nenhuma deixavam faltar.
- E traziam a cevada e a palha para os cavalos e para os ginetes, ao lugar onde estava, cada qual segundo seu encargo.
- E deu Deus a Salomão sabedoria, e muitíssimo entendimento; e ampliação de coração entendido, como a areia que está na praia do mar.
- E era a sabedoria de Salomão maior que a sabedoria de todos os do oriente, e que toda a sabedoria dos egípcios.
- E ainda mais sábio foi que todos os homens; e que Etã, ezraíta, e Hemã, e Calcol, e Darda, filhos de Maol. E foi sua fama por todas as gentes do redor.
- E disse três mil provérbios; e seus cânticos foram mil e cinco.
- Também falou das árvores, desde o cedro que está no Líbano até o hissopo que nasce na parede. Também falou dos animais, e das aves, e dos répteis, e dos peixes.
- E vinham de todos os povos a ouvir a sabedoria de Salomão, e de todos os reis da terra que tinham ouvido acerca de sua sabedoria.
Capítulo 5
- E enviou Hirão, rei de Tiro, seus servos a Salomão – porque ouvira que o ungiram por rei em lugar de seu pai –, porquanto Hirão sempre tinha amado a Davi.
- Então Salomão enviou a Hirão, dizendo:
- Bem sabes tu que Davi, meu pai, não pôde edificar casa ao nome do Senhor, seu Deus, por causa da guerra com que seus inimigos o cercaram; até que o Senhor os pôs debaixo das plantas de seus pés.
- Porém agora o Senhor, meu Deus, me tem dado descanso dos arredores: já adversário não há, nem algum mau encontro.
- E eis que eu, ao nome do Senhor, meu Deus, pretendo edificar casa, como falou o Senhor a Davi, meu pai, dizendo: Teu filho, que porei em teu lugar, no teu trono, ele edificará uma casa a meu nome.
- Manda, pois, agora que do Líbano me cortem cedros; e meus servos estarão com teus servos, e eu te darei o salário de teus servos, conforme a tudo quanto disseres. Porque bem sabes tu que, entre nós, ninguém há que saiba cortar a madeira como os sidônios.
- E aconteceu que, ouvindo Hirão as palavras de Salomão, muito folgou. E disse: Bendito seja hoje o Senhor, que deu a Davi um filho sábio, sobre este tão grande povo!
- E enviou Hirão a Salomão, dizendo: Bem ouvi, porque a mim enviaste. Eu farei toda tua vontade, acerca do cedros e acerca das faias.
- Meus servos os levarão desde o Líbano ao mar; e eu as porei em jangadas sobre o mar, até os levarem ao lugar que me ordenares; e ali os desamarrarei, e tu os tomarás. Tu também farás minha vontade, dando sustento à minha casa.
- Assim deu Hirão a Salomão madeira de cedros e madeira de faias, conforme a toda sua vontade.
- E Salomão deu a Hirão vinte mil coros de trigo, para sustento de sua casa, e vinte coros de azeite batido: isto dava Salomão a Hirão de ano em ano.
- Deu pois o Senhor a Salomão sabedoria, como lhe tinha dito. E houve paz entre Hirão e Salomão; e ambos fizeram aliança.
- E o rei Salomão fez subir leva de gente tributária dentre todo Israel; e foi a leva tributária de trinta mil homens.
- E enviou-os ao Líbano, cada mês, dez mil por suas vezes: um mês estavam no Líbano, e dois meses cada um em sua casa. E Adonirão estava constituído sobre a leva.
- Tinha também Salomão setenta mil que levavam as cargas, e oitenta mil cortadores nas montanhas.
- E afora os maiorais dos oficiais de Salomão, que estavam constituídos sobre aquela obra, três mil e trezentos; os quais tinham mando sobre o povo que fazia aquela obra.
- E mandou o rei que trouxessem pedras grandes, e pedras excelentes, isto é, pedras lavradas, para porem o alicerce da casa.
- E lavraram-nas os edificadores de Salomão, e os edificadores de Hirão, e os giblitas; e preparavam a madeira e as pedras, para edificar a casa.
Capítulo 6
- E foi que, no ano de quatrocentos e oitenta depois de os filhos de Israel saírem da terra do Egito, no ano quarto do reino de Salomão sobre Israel, no mês de zive – este é o mês segundo –, começou a edificar a casa do Senhor.
- E a casa que o rei Salomão edificou ao Senhor era de sessenta côvados em seu comprimento, e de vinte em sua largura; e de trinta côvados em sua altura.
- E o alpendre diante do templo da casa era de vinte côvados em sua comprimento, segundo a largura da casa; e de dez côvados em sua largura, diante da casa.
- E fez à casa janelas de vista estreita.
- E edificou ao redor da parede da casa câmaras acessórias, ao redor das paredes da casa, assim do templo como do locutório; e assim lhe fez câmaras colaterais ao redor.
- A câmara acessória de baixo era de cinco côvados em sua largura, e a do meio de seis côvados em sua largura, e a terceira de sete côvados em sua largura; porque por de fora à casa, do redor, fizera diminuições, para não travarem das paredes da casa.
- E edificando-se a casa, com pedras já perfeitas, como as traziam, se edificava; de maneira que nem martelo, nem machado, nem nenhum outro instrumento de ferro se ouviu na casa, quando a edificavam.
- A porta da câmara do meio estava à banda direita da casa; e por caracóis se subia à do meio, e da do meio à terceira.
- Assim, pois, edificou a casa, e aperfeiçoou-a; e forrou a casa com vigamento, e entabuamento de cedros.
- Também edificou as câmaras acessórias ao redor de toda a casa, de cinco côvados em sua altura; e travaram da casa por meio da madeira de cedro.
- Então veio palavra do Senhor a Salomão, dizendo:
- Quanto a esta casa, que tu edificas, se andares em meus estatutos, e fizeres meus direitos, e guardares todos meus mandamentos, andando neles; confirmarei para contigo minha palavra, a qual falei a Davi, teu pai.
- E habitarei no meio dos filhos de Israel; e não desampararei a meu povo de Israel.
- Assim edificou Salomão aquela casa, e aperfeiçoou-a.
- Também forrou as paredes da casa por de dentro com tábuas de cedro: desde o assoalho da casa, até o forro das paredes, tudo cobriu com madeira por de dentro. E cobriu o assoalho da casa com tábuas de faia.
- Edificou mais vinte côvados de tábuas de cedro aos lados da casa, desde o assoalho até a altura das paredes; o que por de dentro lhe edificou para o locutório, para o santo dos santos.
- Era, pois, a casa de quarenta côvados, isto é, o templo anterior.
- E o cedro da casa, por de dentro, era lavrado de botões e flores abertas: tudo era cedro, pedra nenhuma se via.
- E o locutório na casa, por de dentro preparou; para pôr ali a Arca do concerto do Senhor.
- E o locutório, ao anterior, era de vinte côvados de comprimento, e de vinte côvados de largura, e de vinte côvados de altura; e cobriu-o de ouro maciço. Também cobriu dele ao altar de cedro.
- E cobriu Salomão a casa, por de dentro, de ouro maciço; e com cadeias de ouro através, armou o anterior do locutório, e cobriu-o com ouro.
- Assim toda a casa cobriu de ouro, até toda a casa acabar. Também todo o altar, que estava diante do locutório, cobriu de ouro.
- E no locutório fez dois querubins de madeira oleária: cada qual de altura de dez côvados.
- E uma asa de um querubim era de cinco côvados, e a outra asa do mesmo querubim de outros cinco côvados: dez côvados havia desde o cabo de uma de suas asas, até o cabo da outra de suas asas.
- Assim era também de dez côvados o outro querubim: ambos os querubins eram de uma mesma medida, e de um mesmo corte.
- A altura de um querubim, de dez côvados; e assim a do outro querubim.
- E pôs a estes querubins no meio da casa de dentro; e os querubins estendiam as asas, de maneira que a asa de um tocava uma parede, e a asa do outro querubim tocava a outra parede. E suas asas, no meio da casa, tocavam asa a asa.
- E cobriu aos querubins de ouro.
- E todas as paredes da casa ao redor lavrou de esculturas e entretalhaduras de querubins, e de palmas, e de botões de flores abertas: por de dentro, e por de fora.
- Também o assoalho da casa cobriu de ouro: por de dentro, e por de fora.
- E à entrada do locutório fez portas de madeira oleária; e os meios pilares com as ombreiras faziam a quinta parte.
- Também as duas portas eram de madeira oleária, e lavrou nelas entretalhaduras de querubins, e de palmas, e de botões de flores abertas, as quais cobriu com ouro. Também estendeu ouro sobre os querubins, e sobre as palmas.
- E assim fez à porta do templo ombreiras de madeira oleária; e isto da quarta parte da parede.
- E eram as duas portas de madeira de faia. E as duas bandas de uma porta, movediças; assim eram também movediças as duas bandas entretalhadas da outra porta.
- E lavrou-as de querubins, e de palmas, e de botões de flores abertas; e cobriu-as com ouro, acomodado ao lavor.
- Também edificou o pátio interior de três ordens de pedras lavradas, e de uma ordem de vigas de cedro.
- No ano quarto se pôs o fundamento da casa do Senhor, no mês de zive.
- E no ano undécimo, no mês de Bul, que é o mês oitavo, acabou-se esta casa, com todos seus aparelhos, e com tudo o que lhe convinha; e edificou-a em sete anos.
Capítulo 7
- Porém sua casa, edificou Salomão em treze anos; e assim acabou toda sua casa.
- Também edificou a casa do bosque do Líbano, de cem côvados em seu comprimento, e de cinquenta côvados em sua largura, e de trinta côvados em sua altura; sobre quatro ordens de pilares de cedro, e vigas de cedro sobre os pilares.
- E por cima estava forrada de cedro sobre as câmaras colaterais, que estavam sobre quarenta e cinco colunas: quinze em cada ordem.
- E havia três ordens de vistas; e uma janela estava em fronte da outra janela, em três ordens.
- Também todas as portas e ombreiras quadradas eram, acomodadas à vista; e uma janela estava de fronte da outra, em três ordens.
- Depois fez um alpendre de colunas: de cinquenta côvados seu comprimento, e de trinta côvados sua largura. E o alpendre estava em fronte delas, e as colunas com as grossas vigas em fronte delas.
- Também fez o alpendre para o trono, onde julgava, para alpendre do juízo; o qual estava forrado de cedro, de assoalho a assoalho.
- E em sua casa, em que morava, havia outro pátio mais adentro do alpendre, de obra a este semelhante. Também para a filha do Faraó, que Salomão tomara por mulher, fez uma casa semelhante a aquele alpendre.
- Todas estas coisas eram de pedras excelentes, cortadas à medida, serradas à serra, por de dentro e por de fora; e isto desde o fundamento até as beiras do teto, e por de fora até o grande pátio.
- Também estava fundado sobre pedras excelentes, pedras grandes: sobre pedras de dez côvados, e pedras de oito côvados.
- E em cima, sobre pedras excelentes, lavradas segundo as medidas ordinárias, e cedros.
- E era o pátio grande ao redor de três ordens de pedras lavradas, com uma ordem de vigas de cedro; assim era também o pátio interior da casa do Senhor, e o alpendre daquela casa.
- E enviou o rei Salomão, e mandou trazer a Hirão de Tiro.
- Era este filho de uma mulher viúva, da tribo de Naftali, e fora seu pai um varão de Tiro, que trabalhava em metal; e era cheio de sabedoria, e de entendimento, e de ciência, para fazer toda obra de metal. Este veio ao rei Salomão, e fez toda sua obra.
- Porque formou duas colunas de metal: a altura de uma coluna era de dezoito côvados, e um fio de doze côvados cercava a outra coluna.
- Também fez dois capitéis de fundição de metal, para pôr sobre as cabeças das colunas: de cinco côvados era a altura de um capitel, e de cinco côvados a altura do outro capitel.
- As redes eram de obra de rede, e as ligas de obra de cadeia para os capitéis, que estavam sobre a cabeça das colunas: sete para um capitel, e sete para o outro capitel.
- Assim fez as colunas: juntamente com duas fileiras ao redor de uma rede, para cobrir os capitéis, que estavam sobre a cabeça das romãs; assim também fez ao outro capitel.
- E os capitéis, que estavam sobre a cabeça das colunas, eram de obra de lírio, como no alpendre: de quatro côvados.
- Os capitéis, pois, sobre as duas colunas estavam também proporcionadamente por em cima da barriga, que estava na extremidade da rede; e duzentas romãs em fileiras do redor, como também sobre o outro capitel.
- Depois levantou as colunas perante o alpendre do templo. E levantando a coluna da direita, chamou seu nome Jaquim; e levantando a coluna da esquerda, chamou seu nome Boaz.
- E sobre a cabeça das colunas, estava a obra de lírios. E assim se acabou a obra das colunas.
- Fez mais o mar de fundição: de dez côvados de uma borda até a outra borda, redondo ao redor, e de cinco côvados em sua altura; e um cordão de trinta côvados o cingia ao redor.
- E por debaixo de sua borda, ao redor, havia botões, que o cingiam; por dez côvados cercavam aquele mar ao redor: duas carreiras destes botões foram fundidas em sua fundição.
- E estava sobre doze bois: três que atentavam para o norte, e três que atentavam para o ocidente, e três que atentavam para o sul, e três que atentavam para o oriente; e o mar em cima estava, sobre eles. E todas suas traseiras, para a banda de dentro.
- E sua grossura era de um palmo, e sua borda como a obra da borda de um copo, ou de flor de lírios: em que cabiam dois mil batos.
- Também fez dez bases de metal: o comprimento de uma base de quatro côvados, e de quatro côvados sua largura, e de três côvados sua altura.
- E esta era a obra das bases: tinham umas cintas. E as cintas estavam entre molduras.
- E nas cintas que estavam entre as molduras, havia leões, bois e querubins; e nas molduras, um estabelecimento por de cima. E debaixo dos leões e dos bois, junturas de obra de degraus.
- E uma base tinha quatro rodas de metal, e lâminas de metal; e seus quatro cantos tinham ombros. E debaixo da pia estavam estes ombros fundidos, da banda de cada uma das junturas.
- E sua boca estava dentro da rosca, e de um côvado por cima; e era sua boca redonda, de obra de estabelecimento, de côvado e meio. E também sobre sua boca havia entretalhaduras, e suas cintas eram quadradas, não redondas.
- E as quatro rodas estavam debaixo das cintas, e os eixos das rodas na base; e era a altura de cada roda de um côvado e meio.
- E era a obra das rodas como a obra da roda de carro: seus eixos, e seus círculos, e seus olhos, e seus raios, todos eram fundidos.
- E quatro ombros havia aos quatro cantos de cada base: seus ombros saíam da base.
- E na cabeça de cada base, de altura de meio côvado, havia uma redondeza, ao redor; também sobre a cabeça de cada base havia asas e cintas, que saíam delas.
- E nas pranchas de suas asas, e em suas cintas, lavrou querubins, leões e palmas; segundo o vazio de cada uma, e junturas, ao redor.
- Conforme a esta, fez as dez bases: todas tinham uma mesma fundição, uma mesma medida, e uma mesma entretalhadura.
- Também fez dez pias de metal: em cada pia cabiam quarenta batos, e cada pia era de quatro côvados, e sobre cada base, das dez bases, estava uma pia.
- E pôs cinco bases à mão direita da casa, e cinco à esquerda da casa. Porém o mar, pôs ao lado direito da casa, para a banda do oriente, em fronte do sul.
- Depois fez Hirão as pias, e as pás, e as bacias; e acabou Hirão de fazer toda a obra que fez ao rei Salomão, para a casa do Senhor:
- As duas colunas, e os dois globos dos capitéis, que estavam sobre a cabeça das duas colunas; e as duas redes, para cobrir os dois globos dos capitéis, que estavam sobre a cabeça das colunas.
- E as quatrocentas romãs para as duas redes: duas carreiras de romãs para cada rede, para cobrirem os dois globos dos capitéis, que estavam em cima das colunas.
- Juntamente com as dez bases, e as dez pias sobre as bases.
- Como também um mar; e os doze bois debaixo daquele mar.
- E os caldeirões, e as pás, e as bacias, e todos estes vasos, que fez Hirão ao rei Salomão, para a casa do Senhor: todos eram de metal brunido.
- Na planície do Jordão, em terra maciça, o rei os fundiu; entre Sucote e Zaretã.
- E deixou Salomão de pesar a todos os vasos, por sua grandíssima multidão; nem o peso do metal se inquiriu.
- Também fez Salomão todos os vasos que convinham à casa do Senhor: o altar de ouro, e a mesa de ouro, sobre a qual estavam os pães da proposição.
- E os castiçais, cinco à direita e cinco à esquerda, diante do oráculo, de ouro finíssimo; e as flores, e as lâmpadas, e os espevitadores, também de ouro.
- Como também as taças, e as cutelas, e as bacias, e os incensários, e os braseiros, de ouro finíssimo; e as coiceiras das portas da casa de dentro do lugar santíssimo, e as das portas da casa do templo, também de ouro.
- Assim se acabou toda a obra que fez o rei Salomão para a casa do Senhor. Então trouxe Salomão as santidades de seu pai Davi: a prata, e o ouro, e os vasos, aos quais pôs entre os tesouros da casa do Senhor.
Capítulo 8
- Então congregou Salomão aos anciãos de Israel, e a todos os cabeças das tribos, os maiorais dos pais, dentre os filhos de Israel, ao rei Salomão, em Jerusalém; para fazerem subir a arca do concerto do Senhor da cidade de Davi, que é Sião.
- E mais todos os varões de Israel se congregaram ao rei Salomão, no mês de etanim, na festa – que é o sétimo mês.
- E vieram todos os anciãos de Israel; e os sacerdotes alçaram a arca.
- E trouxeram para cima a arca do Senhor, e o tabernáculo do ajuntamento, juntamente com todos os vasos sagrados que havia no tabernáculo. Assim que os sacerdotes e os levitas os trouxeram para cima.
- E o rei Salomão, e toda a congregação de Israel, que se congregara a ele, estava com ele diante da arca: sacrificando ovelhas e vacas, que se não podiam contar nem numerar, por sua multidão.
- Assim trouxeram os sacerdotes a arca do concerto do Senhor a seu lugar, ao oráculo da casa, ao lugar santíssimo: até debaixo das asas dos querubins.
- Porque os querubins estendiam ambas as asas sobre o lugar da arca; e cobriam os querubins a arca e suas barras por de cima.
- E as barras tanto tiraram para fora, que as cabeças das barras se viam desde o santuário de diante do oráculo; porém fora se não viam. E ficaram ali até o dia de hoje.
- Na arca nada havia, senão só as duas tábuas de pedra que Moisés ali pusera junto a Horebe; quando o Senhor contratou com os filhos de Israel, saindo eles da terra do Egito.
- E foi que, saindo os sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a casa do Senhor.
- E não se podiam os sacerdotes ter para ministrar, por causa da nuvem; porque a glória do Senhor enchera a casa do Senhor.
- Então disse Salomão: O Senhor disse que habitaria na escuridade.
- Já te edifiquei, ó Deus, uma casa para estância; assento para tua eterna habitação.
- Então virou o rei seu rosto, e abençoou a toda a congregação de Israel; e toda a congregação de Israel estava em pé.
- E disse: Bendito seja o Senhor, o Deus de Israel, que falou de sua boca a Davi, meu pai; e de sua mão o cumpriu, dizendo:
- Desde o dia em que tirei meu povo, Israel, do Egito, não escolhi alguma cidade das tribos de Israel para edificar casa alguma, para que ali estivesse meu nome; porém escolhi a Davi, para que presidisse sobre meu povo, Israel.
- Também Davi, meu pai, propusera, em seu coração, de edificar casa ao nome do Senhor, o Deus de Israel.
- Porém o Senhor disse a Davi, meu pai: Porquanto propuseste em teu coração de edificar casa a meu nome; bem fizeste de o propor em teu coração.
- Todavia tu não edificarás essa casa; porém o teu filho, que sair de teus lombos, edificará essa casa a meu nome.
- Assim confirmou o Senhor sua palavra, que tinha dito. Porque me levantei em lugar de Davi, meu pai, e me assento no trono de Israel, como tem dito o Senhor; e edifiquei uma casa ao nome do Senhor, o Deus de Israel.
- E aparelhei ali lugar para a arca, em que está o concerto do Senhor; o qual fez com nossos pais, quando os tirou da terra do Egito.
- E pôs-se Salomão diante do altar do Senhor, em fronte de toda a congregação de Israel; e estendeu suas mãos para os céus.
- E disse: Senhor, Deus de Israel, não há Deus como tu em cima nos céus, nem embaixo na terra; que guardas o concerto e a beneficência a teus servos, que andam com todo seu coração perante tua face.
- Que guardaste a teu servo Davi, meu pai, o que a ele lhe disseras; porque com tua boca o disseste, e com tua mão o cumpriste, como neste dia se vê.
- Agora, pois, Senhor, Deus de Israel, guarda a teu servo Davi, meu pai, o de que lhe falaste, dizendo: Não te faltará sucessor diante de minha face, que se assente no trono de Israel. Tão somente que teus filhos guardem seu caminho, para andarem diante de minha face, como tu andaste diante de minha face.
- Agora, também, ó Deus de Israel: seja verdadeira tua palavra, que disseste a teu servo Davi, meu pai.
- Mas, em verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus, e até o céu dos céus, te não conteriam: quanto menos esta casa, que eu tenho edificado!
- Volve-te, pois, para a oração de teu servo, e para sua suplicação, ó Senhor, meu Deus; para ouvires ao clamor e à oração que teu servo hoje ora perante tua face.
- Que teus olhos noite e dia estejam abertos sobre esta casa, sobre este lugar, de que disseste: Meu nome estará ali. Para ouvires a oração, que teu servo orar, para este lugar.
- Ouve, pois, a suplicação de teu servo, e de teu povo, Israel, que orarem a este lugar. Sim, ouve tu, no lugar de tua habitação nos céus; ouve também, e perdoa.
- Quando alguém pecar contra seu próximo, e puserem sobre ele juramento de maldição, para o ajuramentarem; e vier a afirmar, com juramento de maldição, perante teu altar, a esta casa;
- Ouve tu então nos céus, e obra, e julga a teus servos, condenando ao injusto, dando seu caminho sobre sua cabeça; e justificando ao justo, rendendo-lhe segundo sua justiça.
- Quando teu povo, Israel, for ferido diante do inimigo, porquanto pecaram contra ti; e se converterem a ti, e confessarem teu nome, e orarem e suplicarem a ti nesta casa;
- Ouve tu então nos céus, e perdoa o pecado de teu povo, Israel; e torna-os à terra que tens dado a seus pais.
- Quando os céus se cerrarem, e não houver chuva, porquanto pecaram contra ti; e orarem para este lugar, e confessarem teu nome, e se converterem de seus pecados, havendo-os tu afligido;
- Ouve tu então nos céus, e perdoa o pecado de teus servos, e de teu povo, Israel, ensinando-lhes o bom caminho em que andem; e dá chuva em tua terra, que deste a teu povo em herança.
- Quando houver fome na terra, quando houver peste, quando houver queima de searas, ferrugem, gafanhotos e pulgão, quando seu inimigo o cercar na terra de suas portas; ou houver praga, ou doença alguma;
- Toda oração, toda suplicação, que fizer homem algum de todo teu povo, Israel; reconhecendo qual cada a praga de seu coração, e estendendo suas mãos a esta casa;
- Ouve tu então nos céus, assento de tua habitação, e perdoa, e obra, e dá a cada qual conforme a todos seus caminhos, segundo conheces seu coração; porque tu só conheces o coração de todos os filhos dos homens.
- Para que te temam todos os dias que viverem na terra, a qual deste a nossos pais.
- E também ouve ao estrangeiro, que não for de teu povo, Israel; porém vier de terras longínquas, por amor de teu nome
- – porque ouvirão de teu grande nome, e de tua forte mão, e de teu braço estendido –, e vindo orar para esta casa,
- Ouve tu nos céus, assento de tua habitação, e faze conforme a tudo o que o estrangeiro a ti clamar; a fim de que todos os povos da terra conheçam teu nome, para te temerem, como teu povo, Israel, e para saberem que teu nome é chamado sobre esta casa, que tenho edificado.
- Quando teu povo sair em guerra contra seu inimigo, pelo caminho que os enviares; e orarem ao Senhor, para a banda desta cidade que tu elegeste, e desta casa, que edifiquei a teu nome;
- Ouve então nos céus sua oração, e sua suplicação; e executa seu direito.
- Quando pecarem contra ti – pois não há homem que não peque –, e tu te indignares contra eles, e os entregares diante do inimigo; para que os que os cativarem em cativeiro os levem à terra do inimigo, quer esteja longe ou perto;
- E na terra aonde forem levados em cativeiro, tornarem em si. E se converterem, e na terra de seu cativeiro a ti suplicarem, dizendo: Pecamos, e perversamente obramos, e impiamente tratamos;
- E se converterem a ti com todo seu coração, e com toda sua alma, na terra de seus inimigos que os levaram em cativeiro; e orarem a ti para a banda de sua terra, que deste a seus pais, desta cidade, que elegeste, e desta casa, que edifiquei ao teu nome;
- Ouve então nos céus, assento de tua habitação, sua oração e sua suplicação; e executa seu direito.
- E perdoa a teu povo, que houver pecado contra ti, e perdoa-lhes todas suas prevaricações, com que houverem prevaricado contra ti; e dá-lhes misericórdia perante aqueles que os têm cativos, para que se apiedem deles.
- Porque teu povo e tua herança são; os quais tiraste do Egito, do meio do forno da fundição de ferro.
- Para que teus olhos estejam abertos à suplicação de teu servo, e à suplicação de teu povo, Israel; a fim de os ouvires, em tudo quanto clamarem a ti.
- Pois tu, por tua herança tos elegeste, de todos os povos da terra; como tens dito pelo ministério de Moisés, teu servo, quando tiraste a nossos pais do Egito, Senhor Deus.
- Sucedeu pois que, acabando Salomão de orar ao Senhor toda esta oração, e esta suplicação; levantou-se de diante do altar do Senhor, de ajoelhado sobre seus joelhos, com suas mãos estendidas para os céus.
- E pôs-se em pé e abençoou a toda a congregação de Israel, em alta voz dizendo:
- Bendito seja o Senhor, que deu repouso a seu povo, Israel, segundo tudo o que disse: nem uma só palavra caiu de todas suas boas palavras, que falou pelo ministério de Moisés, seu servo.
- O Senhor, nosso Deus, seja conosco, como foi com nossos pais: não nos desampare, e não nos deixe;
- Inclinando a si nosso coração; para andar em todos seus caminhos, e para guardar seus mandamentos, e seus estatutos, e seus direitos, que mandou a nossos pais.
- E que estas minhas palavras, com que supliquei perante o Senhor, estejam perto diante do Senhor, nosso Deus, dia e noite; para que execute o direito de seu servo, e o direito de seu povo, Israel, cada coisa em seu tempo.
- Para que todos os povos da terra saibam que o Senhor é Deus, e ninguém mais.
- E vosso coração seja inteiro para com o Senhor, nosso Deus; para andardes em seus estatutos, e guardardes seus mandamentos, como o dia de hoje.
- E o rei, e todo Israel com ele, sacrificaram sacrifícios perante a face do Senhor.
- E ofereceu Salomão, em sacrifício gratífico, o que sacrificou ao Senhor: vinte e duas mil vacas, e centro e vinte mil ovelhas. E assim o rei, e todos os filhos de Israel, consagraram a casa do Senhor.
- No mesmo dia, santificou o rei o meio do pátio que estava diante da casa do Senhor; porquanto ali preparara os holocaustos, e as ofertas, com a gordura dos sacrifícios gratíficos. Porque o altar de metal, que estava diante da face do Senhor, era muito pequeno para nele caberem os holocaustos, e as ofertas, e a gordura dos sacrifícios gratíficos.
- No mesmo tempo, celebrou Salomão a festa, e todo Israel com ele, uma grande congregação, desde a entrada de Hamate até o rio do Egito, perante a face do Senhor, nosso Deus, por sete dias, e mais sete dias: ao todo, catorze dias.
- E ao oitavo dia, despediu o povo; e eles abençoaram ao rei. Então se foram a suas tendas, alegres e gozosos de coração, por causa de todo o bem que o Senhor fizera a Davi, seu servo, e a Israel, seu povo.
Capítulo 9
- Sucedeu pois que, acabando Salomão de edificar a casa do Senhor, e a casa do rei; e todo o desejo de Salomão, que à vontade lhe veio, fazer;
- Que o Senhor tornou a aparecer a Salomão, como lhe aparecera em Gibeão.
- E o Senhor lhe disse: Ouvi tua oração, e tua suplicação que, suplicando, fizeste perante minha face: santifiquei a casa que edificaste, a fim de pôr ali meu nome para sempre. E meus olhos e meu coração estarão ali todos os dias.
- E se tu andares perante minha face como andou Davi, teu pai, com inteireza de coração, e com sinceridade, para fazeres segundo tudo o que te mandei; e guardares meus estatutos, e meus direitos;
- Então confirmarei o trono de teu reino sobre Israel para sempre; como falei acerca de teu pai, Davi, dizendo: Varão te não faltará do trono de Israel.
- Porém se vós outros, e vossos filhos, de qualquer maneira vos apartardes de após de mim, e não guardares meus mandamentos, e meus estatutos, que vos tenho proposto; mas fordes, e servirdes a outros deuses, e vos encurvardes perante eles;
- Então destruirei a Israel da superfície da terra que lhes dei; e a esta casa, que santifiquei a meu nome, lançarei de minha face. E Israel será por ditado e mote entre todos os povos.
- E quanto a esta casa, que haverá sido exaltada, todo aquele que por ela passar, pasmará e assobiará. E dirão: Por que o Senhor assim fez a esta terra, e a esta casa?
- E dirão: Porquanto deixaram ao Senhor, seu Deus, que a seus pais tirara da terra do Egito, e se apegaram a deuses alheios, e se encurvaram perante eles, e os serviram. Por isso, trouxe o Senhor sobre eles todo este mal.
- E sucedeu que, ao cabo de vinte anos em que Salomão edificara as duas casas – a casa do Senhor, e a casa do rei –,
- Para o que Hirão, rei de Tiro, trouxera a Salomão madeira de cedro e de faia, e ouro, segundo todo seu desejo; então deu o rei Salomão a Hirão vinte cidades na terra de Galileia.
- E saiu Hirão de Tiro, a ver as cidades que Salomão lhe dera. Porém não foram boas aos seus olhos.
- Pelo que disse: Que cidades são estas que me deste, irmão meu? E chamaram-lhes “terra de Cabul”, até o dia de hoje.
- E enviara Hirão ao rei cento e vinte talentos de ouro.
- E esta é a causa do tributo que impôs o rei Salomão, para edificar a casa do Senhor, e sua casa, e Milô, e o muro de Jerusalém; como também a Hazor, e a Megidô, e a Gezer.
- Porque o Faraó, rei do Egito, subira, e tomara a Gezer, e a queimara a fogo; e aos cananeus, que moravam na cidade, matara. E dera-a em dote à sua filha, mulher de Salomão.
- Assim que Salomão edificou a Gezer, e à baixa Bete-Horom;
- E a Baalate, e a Tadmor, no deserto daquela terra;
- E todas as cidades das munições que Salomão tinha, e as cidades dos carros, e as cidades dos cavaleiros; e o que, conforme o seu desejo, Salomão quis edificar em Jerusalém, e no Líbano, e em toda a terra de seu senhorio.
- Quanto a todo o povo que restou dos amorreus, heteus, ferezeus, heveus e jebuseus, e que não eram dos filhos de Israel;
- A seus filhos, que restaram depois deles na terra, aos quais os filhos de Israel não puderam consagrar à destruição; Salomão os reduziu a tributo servil, até o dia de hoje.
- Porém, dos filhos de Israel, não fez Salomão servo algum; porém eram homens de guerra, e seus criados, e seus príncipes, e seus capitães, e maiorais de seus carros, e seus cavaleiros.
- Estes são os maiorais sobre oficiais, que estavam constituídos sobre a obra de Salomão: quinhentos e cinquenta. Os quais comandavam o povo que trabalhava na obra.
- Subiu porém a filha do Faraó, da cidade de Davi, à sua casa, que Salomão lhe edificara. Então edificou a Milô.
- E oferecia Salomão três vezes a cada ano holocaustos e sacrifícios gratíficos sobre o altar, que edificara ao Senhor; e fora isto queimava perfumes, com que se havia de incensar, perante a face do Senhor. Assim acabou a casa.
- Também naus fez o rei Salomão em Eziom-Geber, que está junto a Elate, à praia do mar de Sufe, na terra de Edom.
- E mandou Hirão com aquelas naus a seus servos, marinheiros, que sabiam do mar; juntamente com os servos de Salomão.
- E vieram a Ofir, e tomaram de lá quatrocentos e vinte talentos de ouro; e trouxeram-no ao rei Salomão.
Capítulo 10
- E ouvindo a rainha de Sabá a fama de Salomão acerca do nome do Senhor, veio a testá-lo com enigmas.
- E veio a Jerusalém com um mui grande exército, com camelos carregados de especiarias, e muitíssimo ouro, e pedras preciosas; e veio a Salomão, e disse-lhe tudo quanto tinha em seu coração.
- E Salomão lhe declarou todas suas palavras: nenhuma coisa se lhe escondeu ao rei, que lhe não declarasse a ela.
- Vendo, pois, a rainha de Sabá toda a sabedoria de Salomão, e a casa que edificara,
- E a comida de sua mesa, e o assentar de seus servos, e o estar de seus criados, e as vestes deles, e seus copeiros, e sua subida, por onde subia à casa do Senhor; ela ficou fora de si.
- E disse ao rei: Verdade foi a palavra que ouvi em minha terra; de tuas coisas, e de tua sabedoria.
- E eu não cria naquelas palavras, até que vim, e meus olhos o viram, e eis que me não disseram a metade do que é: sobrepujaste com sabedoria e bem a fama que de ti ouvi!
- Bem-aventurados teus varões, bem-aventurados estes teus servos; os quais estão de contínuo perante ti, os quais ouvem tua sabedoria!
- Bendito seja o Senhor, teu Deus, que teve agrado em ti, para pôr-te no trono de Israel. Porquanto o Senhor ama a Israel sempiternamente; por isso, te estabeleceu por rei, para fazeres direito e justiça.
- E deu ao rei cento e vinte talentos de ouro, e muitíssimas especiarias, e pedras preciosas: nunca veio especiaria em tanta abundância, como a que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão.
- Também as naus de Hirão, que de Ofir levavam ouro, traziam de Ofir muitíssima madeira de almugue, e pedras preciosas.
- E desta madeira de almugue fez o rei sustentáculos para a casa do Senhor, e para a casa do rei, como também harpas e alaúdes para os cantores: nunca veio tal madeira de almugue, nem se viu até o dia de hoje.
- E o rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo quanto lhe pediu a seu desejo, além do que ainda lhe deu segundo o poder do rei Salomão. Então tornou, e partiu-se para sua terra, ela e seus servos.
- E era o peso do ouro que Salomão tinha de rendas, a cada ano, seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro;
- Além do dos negociantes, e o do contrato dos especieiros; e de todos os reis da Arábia, e dos principais da mesma terra.
- Também o rei Salomão fez duzentos paveses de ouro batido: seiscentos siclos de ouro mandou pesar para cada pavês.
- Assim mesmo, trezentos escudos de ouro batido: três arráteis de ouro mandou pesar para cada escudo. E o rei os pôs na casa do bosque do Líbano.
- Fez mais o rei um grande trono de marfim; e cobriu-o de ouro puríssimo.
- Tinha este trono seis degraus, e era a cabeça do trono por de trás redonda, e de ambas as bandas tinha encostos até o assento; e dois leões estavam junto aos encostos.
- Também doze leões estavam ali sobre os seis degraus, de ambas as bandas: nunca outro tal se tinha feito em reinos nenhuns.
- Também todos os vasos de beber do rei Salomão eram de ouro, e todos os vasos da casa do bosque do Líbano eram de ouro maciço: não havia neles prata, porque nos dias de Salomão em coisa nenhuma se estimava.
- Porque o rei tinha no mar as naus de Társis, com as naus de Hirão: uma vez em três anos tornavam as naus de Társis, e traziam ouro e prata, marfim, e bugios, e pavões.
- Assim o rei Salomão se fez maior que todos os reis da terra, tanto em riquezas como em sabedoria.
- E toda a terra buscava ver a face de Salomão; para ouvir sua sabedoria, que Deus lhe dera em seu coração.
- E traziam cada qual, por seu presente, vasos de prata, e vasos de ouro, e vestidos, e armaduras, e especiarias, cavalos e mulos: cada coisa, de ano em ano.
- Também ajuntou Salomão carros e cavaleiros, de sorte que tinha mil e quatrocentos carros, e doze mil cavaleiros; e levou-os às cidades dos carros, ou estavam junto ao rei em Jerusalém.
- E fez o rei que em Jerusalém houvesse tanta prata, como pedras; e cedros em abundância, como amoreiras bravas que estão nas planícies.
- E tiravam cavalos por Salomão do Egito; e quanto à mercancia, os mercadores do rei tal mercancia tomavam à renda.
- E subia e saía o carro do Egito por seiscentos siclos de prata, e o cavalo por cento e cinquenta; e assim, por suas mãos, os tiravam para todos os reis dos heteus, e para os reis da Síria.
Capítulo 11
- E o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, e isso além da filha do Faraó: moabitas, amonitas, edomeus, sidônias e heteias;
- Das gentes de que o Senhor tinha dito aos filhos de Israel: Não entrareis a elas, e elas não entrarão a vós; doutra maneira, inclinariam vosso coração após seus deuses. A estas, se apegou Salomão com amor.
- E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres inclinaram seu coração.
- Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres inclinaram seu coração após outros deuses; e seu coração não era inteiro para com o Senhor, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai.
- Porque Salomão andou após Astarote, deus dos sidônios; e após Milcom, a abominação dos amonitas.
- Assim fez Salomão o mal aos olhos do Senhor; e não perseverou em seguir ao Senhor, como Davi, seu pai.
- Então edificou Salomão um alto a Quemos, a abominação dos moabitas, sobre o monte que está diante de Jerusalém; e a Moloque, a abominação dos filhos de Amom.
- E assim fez para com todas suas mulheres estrangeiras; as quais queimavam perfumes, e sacrificavam a seus deuses.
- Pelo que o Senhor se indignou contra Salomão; porquanto desviara seu coração do Senhor, Deus de Israel, o qual duas vezes lhe aparecera.
- E acerca desta matéria, lhe mandara que não andasse após outros deuses; porém não guardou o que o Senhor mandara.
- Pelo que disse o Senhor a Salomão: Porquanto isto houve em ti – que não guardaste meu concerto e meus estatutos, que te mandei –, infalivelmente rasgarei de ti este reino, e dá-lo-ei a teu servo.
- Todavia, em teus dias o não farei, por amor de Davi, teu pai; mas da mão de teu filho o rasgarei.
- Porém todo o reino não rasgarei, mas uma tribo darei a teu filho; por amor de meu servo Davi, e por amor de Jerusalém, que tenho elegido.
- Levantou, pois, o Senhor a Salomão um adversário: a Hadade, o edomeu. Ele era da semente do rei em Edom.
- Porque sucedeu que, estando Davi em Edom, e subindo Joabe, o maioral do exército, a enterrar os mortos, feriu a todo macho em Edom
- – porque Joabe ficou ali seis meses com todo Israel, até que destruiu a todo macho em Edom.
- Hadade porém fugira, ele e alguns varões edomeus dos servos de seu pai com ele, para se ir ao Egito. Era, porém, Hadade ainda rapaz pequeno.
- E levantaram-se de Midiã, e vieram a Parã. E tomaram consigo varões de Parã, e vieram-se ao Egito, ao Faraó, rei do Egito, o qual lhe deu uma casa, e lhe prometeu sustento, e lhe deu uma terra.
- E achou Hadade grande graça aos olhos do Faraó; de maneira que a irmã de sua mulher lhe deu por mulher, a irmã de Tafnes, a rainha.
- E a irmã de Tafnes lhe deu à luz a seu filho, Genubate, ao qual Tafnes criou na casa do Faraó. Assim que Genubate estava na casa do Faraó, entre os filhos do Faraó.
- Ouvindo pois Hadade, no Egito, que já Davi dormira com seus pais, e que Joabe, maioral dos exército, era morto; disse Hadade ao Faraó: Despede-me, para que me vá à minha terra.
- Porém o Faraó lhe disse: Pois que te falta comigo, que eis que ir-te procuras à tua terra? E disse ele: Nada, mas todavia despede-me.
- Também Deus outro adversário lhe levantou: a Rezom, filho de Eliadá; o qual fugira de seu senhor Hadad-Ézer, rei de Zobá.
- Contra quem também ajuntara varões, e foi capitão de um esquadrão, quando Davi os matou. E indo-se para Damasco, habitaram ali, e reinaram em Damasco.
- E foi adversário de Israel todos os dias de Salomão, e isto além do mal que Hadade fazia; porque detestava a Israel, e reinava sobre a Síria.
- Até Jeroboão, filho de Nebate efrateu, de Zeredá, servo de Salomão – de cuja mãe o nome era Zerua, mulher viúva –, também levantou a mão contra o rei.
- E esta foi a causa por que levantou a mão contra o rei: edificara Salomão a Milô, e cerrara a abertura da cidade de Davi, seu pai.
- E o varão Jeroboão era herói valente. E vendo Salomão a este rapaz, que era trabalhador, ele o pôs sobre todo o encargo da casa de José.
- Sucedeu pois naquele tempo que, saindo Jeroboão de Jerusalém, encontrou-o o profeta Aías, o silonita, no caminho, e ele se vestira de uma veste nova, e ambos sós estavam no campo.
- E Aías pegou da veste nova que sobre si tinha, e rasgou-a em doze pedaços.
- E disse a Jeroboão: Toma-te os dez pedaços. Porque assim diz o Senhor, Deus de Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e a ti te darei as dez tribos.
- Porém ele terá uma tribo: por amor de Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém, a cidade que elegi de todas as tribos de Israel.
- Porquanto a mim me deixaram, e encurvaram-se a Astarote, deus dos sidônios, a Quemos, deus dos moabitas, e a Milcom, deus dos filhos de Amom; e não andaram em meus caminhos, para fazerem o que é reto aos meus olhos, isto é, meus estatutos, e meus direitos, como Davi, seu pai.
- Porém não tomarei nada deste reino de sua mão; mas por príncipe o ponho todos os dias de sua vida, por amor de Davi, meu servo, a quem elegi, o qual guardou meus mandamentos, e meus estatutos.
- Mas da mão de seu filho tomarei o reino; e a ti te darei as dez tribos dele.
- E a seu filho, lhe darei uma tribo; para que Davi, meu servo, para sempre tenha uma lâmpada perante minha face em Jerusalém, a cidade que elegi, para pôr ali meu nome.
- E a ti te tomarei, e reinarás sobre tudo quanto tua alma desejar; e serás rei sobre Israel.
- E será que, se ouvires tudo o que eu te mandar, e andares em meus caminhos, e fizeres o que for reto aos meus olhos, guardando meus estatutos e meus mandamentos, como fez Davi, meu servo; também eu serei contigo, e te edificarei casa firme, como edifiquei a Davi, e a ti te darei a Israel.
- E por isso, afligirei a semente de Davi; todavia, não para sempre.
- Pelo que Salomão procurou matar a Jeroboão. Porém Jeroboão se levantou, e se acolheu no Egito, junto a Sisaque, rei do Egito; e esteve no Egito até que Salomão morreu.
- Quanto ao demais dos sucessos de Salomão, e tudo quanto mais fez, e sua sabedoria; porventura não está escrito no livro dos sucessos de Salomão?
- E foi o tempo que reinou Salomão, em Jerusalém, sobre Israel, quarenta anos.
- E dormiu Salomão, com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi, seu pai; e Roboão, seu filho, reinou em seu lugar.
Capítulo 12
- E partiu-se Roboão para Siquém; porque todo Israel viera a Siquém, para o fazerem rei.
- Sucedeu pois que, ouvindo-o Jeroboão, filho de Nebate, estando ainda no Egito – porque fugira de diante do rei Salomão; e habitava Jeroboão no Egito –,
- Enviaram, e mandaram-no chamar; e Jeroboão e toda a congregação de Israel vieram. E falaram a Roboão, dizendo:
- Teu pai agravou nosso jugo. Agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai, e seu pesado jugo, que nos impôs; e servir-te-emos.
- E ele lhes disse: Ide-vos até o terceiro dia, e então tornai a mim. E o povo se foi.
- E teve o rei Roboão conselho com os anciãos, que estavam perante o acatamento de seu pai, Salomão, vivendo ele ainda, dizendo: Como aconselhais vós outros que se responda a este povo?
- E eles lhe falaram, dizendo: Se hoje fores servo deste povo, e o servires, e respondendo-lhe, boas palavras lhe falares; todos os dias teus servos serão.
- Porém ele deixou o conselho dos anciãos, que lhe tinham aconselhado; e teve conselho com os rapazes, que haviam crescido com ele, e que estavam perante ele.
- E disse-lhes: Que aconselhais vós outros que respondamos a este povo? Os quais me falaram, dizendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs.
- E os rapazes, que haviam crescido com ele, lhe falaram, dizendo: Assim falarás a este povo, aos que te falaram, dizendo: Teu pai nos agravou nosso jugo; mas tu, o alivia de sobre nós. Assim lhes falarás: Meu menor dedo é mais grosso que os lombos do meu pai.
- Assim que, se meu pai vos fez carregar pesado jugo, ainda eu acrescentarei a vosso jugo: meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.
- Veio pois Jeroboão, e todo o povo, ao terceiro dia, a Roboão; como o rei havia falado, dizendo: Tornai a mim ao terceiro dia.
- E o rei respondeu ao povo duramente; porque deixara o conselho dos anciãos, que lhe haviam aconselhado.
- E falou-lhes conforme ao conselho dos rapazes, dizendo: Meu pai agravou vosso jugo, porém eu ainda acrescentarei a vosso jugo. Meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.
- Assim que o rei não ouviu ao povo; porque esta revolta vinha do Senhor, para confirmar sua palavra, que o Senhor tinha dito pelo ministério de Aías, o silonita, a Jeroboão, filho de Nebate.
- Vendo, pois, todo Israel que o rei os não ouvia, tornou-lhe o povo a responder, dizendo: Que parte temos com Davi? E já não há para nós herança no filho de Jessé. A tuas tendas, ó Israel! Provê agora a tua casa, ó Davi! Então Israel se foi a seus tendas.
- Tocante, porém, aos filhos de Israel que habitavam nas cidades de Judá, também sobre eles reinou Roboão.
- Então o rei Roboão enviou a Adorão, que estava sobre os tributos; e todo Israel o apedrejou com pedras, e morreu. Mas o rei Roboão se animou a subir em um carro, e se acolher a Jerusalém.
- Assim descaíram os israelitas da casa de Davi, até o dia de hoje.
- E sucedeu que, ouvindo todo Israel que Jeroboão tornara, enviaram a ele, e chamaram-no ao ajuntamento, e fizeram-no rei sobre todo Israel; e ninguém seguiu à casa de Davi, senão só a tribo de Judá.
- Vindo pois Roboão a Jerusalém, ajuntou a toda a casa de Judá, e a tribo de Benjamim, a cento e oitenta mil escolhidos, destros para a guerra; para pelejar contra a casa de Israel, para que tornasse o reino a Roboão, filho de Salomão.
- Porém veio palavra de Deus a Semaías, varão de Deus, dizendo:
- Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, e a toda a casa de Judá, e a Benjamim; e ao demais do povo, dizendo:
- Assim diz o Senhor: Não subireis nem pelejareis contra vossos irmãos, os filhos de Israel: cada qual se torne à sua casa, porque de por mim se fez esta obra. E ouviram a palavra do Senhor, e tornaram para se irem segundo a palavra do Senhor.
- E Jeroboão edificou a Siquém no monte de Efraim, e habitou ali; e saiu dali, e edificou a Penuel.
- E disse Jeroboão em seu coração: Agora se tornará o reino à casa de Davi:
- Se este povo subir a fazer sacrifícios na casa do Senhor em Jerusalém, o coração deste povo se tornará a seu senhor, a Roboão, rei de Judá; e ainda a mim me matarão, e se tornarão a Roboão, rei de Judá.
- Pelo que o rei teve conselho, e fez dois bezerros de ouro. E disse-lhes: Muito trabalho vos será subir a Jerusalém… Vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito!
- E pôs a um em Betel, e ao outro colocou em Dã.
- E este feito se tornou em pecado; assim que o povo ia a um, até Dã.
- Também fez casa de altos; e constituiu sacerdotes dos mais baixos do povo, que não eram dos filhos de Levi.
- E fez Jeroboão uma festa, ao mês oitavo, aos quinze dias do mês, como a festa que se fazia em Judá, e sacrificou no altar; semelhantemente fez em Betel, sacrificando aos bezerros que fizera. Também em Betel estabeleceu sacerdotes dos altos que fizera.
- E sacrificou no altar, que fizera em Betel, aos quinze dias do mês oitavo, do mês que ele mesmo tinha inventado, de seu coração. Assim fez a festa aos filhos de Israel, e sacrificou no altar, queimando perfumes.
Capítulo 13
- E eis que um varão de Deus veio de Judá, por palavra do Senhor, a Betel. E Jeroboão estava junto ao altar, para queimar perfumes.
- E clamou contra o altar, por palavra do Senhor, e disse: Altar, altar! Assim diz o Senhor: Eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará em ti aos sacerdotes dos altos que queimam em ti perfumes, e ossos de homens se queimarão em ti.
- E apontou naquele mesmo dia um milagre, dizendo: Este é o milagre de que o Senhor falou: Eis que o altar se fenderá, e a cinza que nele está se derramará.
- Sucedeu pois que, ouvindo o rei a palavra do varão de Deus, que clamara contra o altar de Betel, Jeroboão estendeu sua mão de sobre o altar, dizendo: Pegai dele! Mas sua mão, que estendera contra ele, se lhe secou, e não a pôde tornar a si.
- E o altar se fendeu, e a cinza se derramou do altar: segundo o milagre que o varão de Deus apontara, pela palavra do Senhor.
- Então respondeu o rei, e disse ao varão de Deus: Deveras ora à face do Senhor, teu Deus, e roga por mim, que minha mão a mim torne. Então o varão de Deus orou à face do Senhor, e a mão do rei tornou a ele, e ficou como dantes.
- E o rei disse ao varão de Deus: Vem comigo à casa, e conforta-te; e dar-te-ei um presente.
- Porém o varão de Deus disse ao rei: Ainda que me desses metade de tua casa, não iria contigo; nem comeria pão, nem beberia água neste lugar.
- Porque assim me mandou o Senhor, por sua palavra, dizendo: Nem comerás pão, nem beberás água; e não tornarás pelo caminho que foste.
- E foi-se por outro caminho; e não tornou pelo caminho por onde viera a Betel.
- E morava em Betel um profeta ancião. E veio seu filho, e contou-lhe tudo o que o varão de Deus fizera àquele dia em Betel, e as palavras que dissera ao rei; e contaram-nas a seu pai.
- E seu pai lhes disse: Por que caminho se foi? E viram seus filhos o caminho por onde fora o varão de Deus, que viera de Judá.
- Então disse a seus filhos: Albardai-me o asno. E albardaram-lhe o asno, e subiu nele.
- E foi-se após o varão de Deus; e achou-o assentado debaixo de um carvalho. E disse-lhe: És tu o varão de Deus, que vieste de Judá? E ele disse: Eu sou.
- Então lhe disse: Vem comigo à casa; e come pão.
- Porém ele disse: Não posso tornar contigo, nem entrarei contigo; nem tampouco comerei pão, nem beberei contigo água neste lugar.
- Porque me foi mandado, por palavra do Senhor: Ali nem comerás pão, nem beberás água; nem tornarás a ir pelo caminho que foste.
- E ele lhe disse: Também eu sou profeta como tu; e um anjo me falou, por palavra do Senhor, dizendo: Torna-o contigo à tua casa, para que coma pão, e beba água. Porém mentiu-lhe.
- E tornou com ele, e comeu pão em sua casa, e bebeu água.
- E sucedeu que, estando eles à mesa, palavra do Senhor veio ao profeta que o fez tornar.
- E clamou ao varão de Deus, que viera de Judá, dizendo: Assim diz o Senhor: Porquanto foste rebelde à boca do Senhor, e não guardaste o mandamento que o Senhor, teu Deus, te mandara –
- Antes tornaste, e comeste pão, e bebeste água no lugar de que te dissera: Nem comerás ali pão, nem beberás água –, teu corpo não entrará no sepulcro de teus pais.
- E foi que, depois que comeu pão, e depois que bebeu, ao profeta, que fizera tornar, lhe albardou o asno.
- Foi-se pois, e um leão o encontrou no caminho, e o matou. E seu corpo estava lançado no caminho; e o asno estava junto a ele, e o leão estava junto ao corpo.
- E eis que alguns varões passaram por ali, e viram ao corpo, lançado no caminho, como também ao leão, que estava junto ao corpo. E vieram, e disseram-no na cidade onde o profeta ancião habitava.
- E ouvindo-o o profeta que o fizera tornar do caminho, disse: O varão de Deus é, que foi rebelde à boca do Senhor. Por isso o Senhor o entregou ao leão, que o quebrantou e matou, segundo a palavra do Senhor que lhe dissera a ele.
- Então disse a seus filhos: Albardai-me ao asno. E eles o albardaram.
- Então foi, e achou seu corpo lançado no caminho; e ao asno e ao leão, que estavam junto ao corpo. E o leão não comera ao corpo, nem quebrantara ao asno.
- Então o profeta levantou o corpo do varão de Deus, e deitou-o sobre o asno, e tornou-o a levar. Assim o profeta ancião veio à cidade, a prantear, e a enterrá-lo.
- E pôs seu corpo em seu sepulcro. E prantearam sobre ele, dizendo: Ah, irmão meu!
- E sucedeu que, depois de o haver sepultado, falou a seus filhos, dizendo: Morrendo eu, sepultai-me no sepulcro em que o varão de Deus está sepultado: junto a seus ossos, ponde meus ossos.
- Porque certamente se cumprirá o que, pela palavra do Senhor, exclamou contra o altar que está em Betel; como também contra todas as casas dos altos que estão nas cidades de Samaria.
- Depois deste sucesso, Jeroboão se não tornou de seu mau caminho. Antes, dos mais baixos do povo tornou a constituir sacerdotes dos altos: a quem queria, lhe enchia a mão, e assim era um dos sacerdotes dos altos.
- E isso foi causa de pecado à casa de Jeroboão, para a fazer cortar e destruir da superfície da terra.
Capítulo 14
- Naquele mesmo tempo, enfermou Abias, filho de Jeroboão.
- E disse Jeroboão à sua mulher: Levanta-te agora, e disfarça-te; para que não reconheçam que és mulher de Jeroboão. E vai a Siló; eis que lá está o profeta Aías, o qual de mim falou, que eu seria rei sobre este povo.
- E toma em tua mão dez pães, e biscoitos, e uma botija de mel; e vai a ele. E ele te declarará o que há de ser deste moço.
- E a mulher de Jeroboão assim o fez; e levantou-se, e foi a Siló, e entrou na casa de Aías. E já Aías não podia ver, porque já seus olhos estavam escurecidos, por causa de sua velhice.
- Porém o Senhor disse a Aías: Eis que a mulher de Jeroboão vem a consultar-te por seu filho, porque enfermo está; e assim e assim lhe falarás. E será que, entrando ela, se demudará.
- E foi que, ouvindo Aías o ruído de seus pés, entrando ela pela porta, disse ele: Entra, mulher de Jeroboão. Por que assim te demudas? Pois eu sou enviado a ti com duras novas.
- Vai, e dize a Jeroboão: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Porquanto te levantei do meio do povo; e te pus por guia sobre meu povo, Israel;
- E o reino rasguei da casa de Davi, e a ti to dei; e tu não foste como meu servo Davi, que guardou meus mandamentos, e andou após mim com todo seu coração, para fazer somente o que é reto aos meus olhos;
- Antes, tu fizeste o mal, pior que todos os que foram antes de ti; e foste, e fizeste-te outros deuses, e imagens de fundição, para provocar-me à ira, e deitaste-me para trás de tuas costas.
- Portanto, eis que trarei mal sobre a casa de Jeroboão, e destruirei de Jeroboão até tudo o que tem fôlego, assim ao encerrado como ao desamparado em Israel; e lançarei fora aos descendentes da casa de Jeroboão, como se lança fora o esterco, até que de todo se acabe.
- Ao que de Jeroboão morrer na cidade, os cães o comerão; e ao que morrer no campo, as aves do céu o comerão. Porque assim o Senhor o disse.
- Tu, pois, levanta-te, e vai-te à tua casa; que em entrando teus pés na cidade, o menino morrerá.
- E todo Israel o pranteará, e o sepultará; porque de Jeroboão, só este entrará em sepultura. Porquanto se achou nele alguma coisa de bom para com o Senhor, Deus de Israel, na casa de Jeroboão.
- O Senhor, porém, despertará para si rei sobre Israel, que destruirá a casa de Jeroboão no mesmo dia. Mas que será também agora?
- Também o Senhor ferirá a Israel, como se move a cana nas águas; e arrancará a Israel desta boa terra, que tinha dado a seus pais, e espargi-los-á dalém do rio. Porque fizeram seus bosques, irritando ao Senhor.
- E entregará a Israel: pelos pecados de Jeroboão, o qual pecou, e fez pecar a Israel.
- Então a mulher de Jeroboão se levantou, e foi, e veio a Tirza; e chegando ela ao umbral da porta, o rapaz morreu.
- E sepultaram-no, e todo Israel o pranteou: conforme à palavra do Senhor, a qual dissera pelo ministério de seu servo Aías, profeta.
- Quanto ao demais dos sucessos de Jeroboão, como guerreou, e como reinou; eis que estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel.
- E foram os dias que Jeroboão reinou, vinte e dois anos. E dormiu, com seus pais; e Nadabe, seu filho, reinou em seu lugar.
- E Roboão, filho de Salomão, reinou em Judá. De quarenta e um anos de idade era Roboão quando começou a reinar, e dezessete anos reinou em Jerusalém, na cidade que o Senhor elegera de todas as tribos de Israel, para pôr ali seu nome; e era o nome de sua mãe Naamá, a amonita.
- E fez Judá o mal aos olhos do Senhor; e provocaram-no a zelo, mais do que todos seus pais fizeram, com seus pecados que cometeram.
- Porque também eles se edificaram altos, e estátuas, e imagens do bosque: sobre todo alto outeiro, e debaixo de toda árvore verde.
- Havia também rapazes escandalosos na terra: fizeram conforme a todas as abominações das gentes que o Senhor, de diante dos filhos de Israel, lançara de sua possessão.
- Sucedeu pois que, no quinto ano do rei Roboão, Sisaque, rei do Egito, subiu contra Jerusalém.
- E tomou os tesouros da casa do Senhor, e os tesouros da casa do rei; e ainda tudo tomou. Também tomou todos os escudos de ouro, que Salomão tinha feito.
- E em seu lugar, o rei Roboão fez escudos de metal; e encomendou-os na mão dos maiorais da guarda, que guardavam a porta da casa do rei.
- E era que, quando o rei entrava na casa do Senhor, os da guarda os levavam, e os tornavam à câmara dos da guarda.
- Quanto ao demais dos sucessos de Roboão, e a tudo quanto fez; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
- E houve guerra entre Roboão e Jeroboão, todos seus dias.
- E Roboão dormiu, com seus pais; e foi sepultado junto a seus pais, na cidade de Davi; e era o nome de sua mãe Naamá, a amonita. E Abião, seu filho, reinou em seu lugar.
Capítulo 15
- E no ano dezoito do rei Jeroboão, filho de Nebate, começou Abião a reinar sobre Judá.
- E três anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Maacá, filha de Absalão.
- E andou em todos os pecados de seu pai, que tinha feito antes dele; e seu coração não foi inteiro para o Senhor, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai.
- Mas por amor de Davi, o Senhor lhe deu uma lâmpada em Jerusalém; despertando a seu filho depois dele, e confirmando a Jerusalém.
- Porquanto Davi fizera o reto aos olhos do Senhor; e não se desviara de tudo o que lhe mandara, em todos os dias de sua vida, senão só no sucesso de Urias, o heteu.
- E houve guerra entre Roboão e Jeroboão, todos os dias de sua vida.
- Quanto ao demais dos sucessos de Abião, e a tudo quanto fez, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá? Também houve guerra entre Abião e Jeroboão.
- E Abião dormiu, com seus pais; e sepultaram-no na cidade de Davi. E Asá, seu filho, reinou em seu lugar.
- E no ano vinte de Jeroboão, rei de Israel, Asá começou a reinar em Judá.
- E quarenta e um anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Maacá, filha de Absalão.
- E Asá fez o reto aos olhos do Senhor: como Davi, seu pai.
- Porque tirou da terra aos rapazes escandalosos; e tirou a todos os deuses de esterco, que seus pais fizeram.
- E até a Maacá, sua mãe, suspendeu, para que não fosse senhora; porquanto fizera um horrendo ídolo a Aserá. Também Asá desfez a seu horrendo ídolo, e queimou-o junto ao ribeiro de Cedrom.
- Os altos, porém, se não tiraram. Todavia, foi o coração de Asá reto para com o Senhor, todos seus dias.
- E à casa do Senhor trouxe as coisas consagradas de seu pai, como também suas coisas consagradas: prata, e ouro, e vasos.
- E houve guerra entre Asá e Baasá, rei de Israel, todos seus dias.
- Porque Baasá, rei de Israel, subiu contra Judá, e edificou a Ramá; para que a ninguém deixasse sair nem entrar a Asá, rei de Judá.
- Então Asá tomou toda a prata e ouro que ficara nos tesouros da casa do Senhor, como também os tesouros da casa do rei, e entregou-os nas mãos de seus servos; e o rei Asá os enviou a Ben-Hadade, filho de Tabrimom, filho de Heziom, rei da Síria, que habitava em Damasco, dizendo:
- Aliança há entre mim e ti, e entre meu pai e teu pai. Vês aqui que te mando um presente: prata e ouro; vai, pois, e anula tua aliança com Baasá, rei de Israel, para que se retire de sobre mim.
- E Ben-Hadade deu ouvidos ao rei Asá, e enviou aos maiorais dos exércitos que tinha contra as cidade de Israel, e feriu a Jiom, e a Dã, e a Abel de Bete-Maacá; como também a toda Quinerete, com toda a terra de Naftali.
- E foi que, ouvindo-o Baasá, deixou de edificar a Ramá; e ficou-se em Tirza.
- Então o rei Asá fez apregoar por toda Judá que todos, sem exceção, trouxessem as pedras de Ramá, e sua madeira, com que Baasá edificara; e com elas edificou o rei Asá a Gebá de Benjamim, e a Mispa.
- Quanto ao demais de todos os sucessos de Asá, e a todo seu poder, e a tudo quanto fez, e as cidades que edificou, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá? Porém no tempo de sua velhice, enfermou dos pés.
- E Asá dormiu, com seus pais; e foi sepultado com seus pais na cidade de Davi, seu pai. E Josafá, seu filho, reinou em seu lugar.
- E Nadabe, filho de Jeroboão, começou a reinar sobre Israel no ano segundo de Asá, rei de Judá; e reinou sobre Israel por dois anos.
- E fez o mal aos olhos do Senhor; e andou nos caminhos de seu pai, como também em seu pecado, com que fizera pecar a Israel.
- E conspirou contra ele Baasá, filho de Aías, da casa de Issacar, e feriu-o em Gibetom, que era dos filisteus: quando Nadabe e todo Israel a Gibetom tinham de cerco.
- E matou-o Baasá no ano terceiro de Asá, rei de Judá; e reinou em seu lugar.
- Sucedeu pois que, reinando ele, feriu a toda a casa de Jeroboão: nada de Jeroboão deixou que tivesse fôlego, até o não destruir – conforme à palavra do Senhor, que dissera pelo ministério de seu servo Aías, o silonita –
- Pelos pecados de Jeroboão, o qual pecou, e fez pecar a Israel; e pela irritação com que irritara ao Senhor, Deus de Israel.
- Quanto ao demais dos sucessos de Nadabe, e a tudo quanto fez; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
- E houve guerra entre Asá e Baasá, rei de Israel, todos seus dias.
- No ano terceiro de Asá, rei de Judá, começou Baasá, filho de Aías, a reinar sobre todo Israel em Tirza, e reinou vinte e quatro anos.
- E fez o mal aos olhos do Senhor; e andou no caminho de Jeroboão, como também em seu pecado, com que fizera pecar a Israel.
Capítulo 16
- Então veio palavra do Senhor a Jeú, filho de Hananí, contra Baasá, dizendo:
- Porquanto te levantei do pó, e te pus por guia sobre meu povo, Israel; e tu andaste no caminho de Jeroboão, e fizeste pecar a meu povo, Israel, irritando-me com seus pecados;
- Eis que tirarei aos descendentes de Baasá, e aos descendentes de sua casa; e farei a tua casa como a casa de Jeroboão, filho de Nebate.
- O que de Baasá morrer na cidade, os cães o comerão; e o que dele morrer no campo, as aves dos céus o comerão.
- Quanto ao demais dos sucessos de Baasá, e ao que fez, e a seu poder; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
- E Baasá dormiu, com seus pais; e foi sepultado em Tirza. E Elá, seu filho, reinou em seu lugar.
- Assim veio também palavra do Senhor, pelo ministério do profeta Jeú, filho de Hananí, contra Baasá, e contra sua casa, e isso por todo o mal que fizera aos olhos do Senhor, irritando-o com a obra de suas mãos, para ser como a casa de Jeroboão; e porquanto a ferira.
- No ano vinte e seis de Asá, rei de Judá, começou Elá, filho de Baasá, a reinar em Tirza sobre Israel, e reinou dois anos.
- E Zinri, seu servo, maioral de metade dos carros, conspirou contra ele; estando ele em Tirza, bebendo e embriagando-se em casa de Arsa, mordomo em Tirza.
- Entrou pois Zinri, e feriu-o, e matou-o, no ano vinte e sete de Asá, rei de Judá; e reinou em seu lugar.
- E foi que, reinando ele, e estando assentado em seu trono, feriu toda a casa de Baasá, e nada lhe deixou do que tivesse fôlego: nem a seus parentes, nem a seus amigos.
- Assim destruiu Zinri toda a casa de Baasá; conforme à palavra do Senhor, que falara pelo ministério do profeta Jeú sobre Baasá;
- Por todos os pecados de Baasá, e os pecados de Elá, seu filho; com que pecaram, e com que fizeram pecar a Israel, irritando ao Senhor, Deus de Israel, com suas vaidades.
- Quanto ao demais dos sucessos de Elá, e a tudo quanto fez; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
- No ano vinte e sete de Asá, rei de Judá, reinou Zinri sete dias em Tirza; e o povo se plantou em arraial contra Gibetom, que era dos filisteus.
- E ouviu dizer que o povo que se plantara em em arraial: Zinri tem conspirado, e até ao rei feriu. Pelo que todo Israel, no mesmo dia, a Onri, maioral do exército, fez rei sobre Israel, no arraial.
- E subiu Onri, e todo Israel com ele, de Gibetom; e cercaram a Tirza.
- E foi que, vendo Zinri que a cidade era tomada, foi-se ao paço da casa do rei; e queimou sobre si a casa do rei a fogo, e morreu;
- Por seus pecados que cometera, fazendo o mal aos olhos do Senhor; andando no caminho de Jeroboão, e em seu pecado que fizera, fazendo pecar a Israel.
- Quanto ao demais dos sucessos de Zinri, e a sua conspiração, que conspirou; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
- Então o povo de Israel se dividiu em duas metades: metade do povo seguia a Tibni, filho de Ginate, para fazê-lo rei, e a outra metade seguia a Onri.
- Mas o povo que seguia a Onri foi mais forte que o povo que seguia a Tibni, filho de Ginate; e Tibni morreu, e Onri reinou.
- No ano trinta e um de Asá, rei de Judá, começou Onri a reinar sobre Israel, e reinou doze anos; e em Tirza reinou seis anos.
- E de Semer comprou o monte de Samaria, por dois talentos de prata. E edificou ao monte; e chamou o nome da cidade que edificou conforme ao nome de Semer, senhor do monte de Samaria.
- E fez Onri o mal aos olhos do Senhor; e fez ainda pior que todos quantos foram antes dele.
- E andou em todos os caminhos de Jeroboão, filho de Nebate, como também em seus pecados, com que fizera pecar a Israel: irritando ao Senhor, Deus de Israel, com suas vaidades.
- Quanto ao demais dos sucessos de Onri, o que fez, e seu poder que pôs em obra; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
- E Onri dormiu, com seus pais; e foi sepultado em Samaria. E Acabe, seu filho, reinou em seu lugar.
- E começou Acabe, filho de Onri, a reinar sobre Israel no ano trinta e oito de Asá, rei de Judá; e reinou Acabe, filho de Onri, sobre Israel, em Samaria, por vinte e dois anos.
- E fez Acabe, filho de Onri, o mal aos olhos do Senhor: mais que todos os que foram antes dele.
- E foi que – como se fora coisa leve andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate – ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios, e foi, e serviu a Baal, e encurvou-se a ele.
- E levantou um altar a Baal, na casa de Baal, que edificara em Samaria.
- Também Acabe fez um ídolo do bosque; de maneira que Acabe fez muito mais para irritar ao Senhor, Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele.
- Em seus dias, Hiel, betelita, edificou a Jericó: sobre Abirão, seu filho primogênito, a fundou, e sobre Segube, seu filho último, pôs suas portas, conforme à palavra do Senhor, que falara pelo ministério de Josué, filho de Num.
Capítulo 17
- Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá; senão segundo minha palavra.
- Depois veio a ele palavra do Senhor, dizendo:
- Vai-te daqui, e volve-te para o oriente; e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão.
- E será que beberás do ribeiro; e eu tenho mandado aos corvos, que ali te sustentem.
- Foi, pois, e fez conforme à palavra do Senhor; porque foi, e habitou junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão.
- E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã, como também pão e carne à noite; e do ribeiro, bebia.
- E foi que, ao cabo de muitos dias, o ribeiro se secou; porque não houvera chuva na terra.
- Então veio a ele palavra do Senhor, dizendo:
- Levanta-te, e vai-te a Sarepta, que é de Sidom, e habita ali: eis que lá mandei a uma mulher viúva que te sustente.
- Então ele se levantou, e se foi a Sarepta; e chegando à porta da cidade, eis que estava ali uma mulher viúva, apanhando lenha. E ele a chamou, e lhe disse: Traze-me ora neste vaso um pouco de água, para que beba.
- E indo ela a trazê-la, ele a chamou, e lhe disse: Traze-me ora também um bocado de pão em tua mão.
- Porém ela disse: Vive o Senhor, teu Deus, que nem um só bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa talha, e um pouco de azeite numa botija. E vês aqui, apanhei um par de lenhas; e vou, e prepará-lo-ei para mim e para meu filho, para que comamos, e então morramos.
- E Elias lhe disse: Não temas, vai, faze conforme a tua palavra. Porém primeiro me faze daí um bolo pequeno, e traze-mo aqui fora; mas para ti, e para teu filho, depois alguma coisa farás.
- Porque assim diz o Senhor, Deus de Israel: Da talha a farinha se não acabará, e da botija o azeite não faltará; até o dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra.
- E foi ela, e fez conforme à palavra de Elias; e assim ela comeu, e ele, e sua casa, por muitos dias.
- Da talha a farinha se não acabou, e da botija o azeite não faltou: conforme à palavra do Senhor, que falara pelo ministério de Elias.
- E depois destas coisas, sucedeu que enfermou o filho desta mulher, da senhora da casa; e sua enfermidade se fortaleceu muito, até que nele alento nenhum ficou.
- Então ela disse a Elias: Que tenho eu contigo, varão de Deus? Vieste tu a mim para trazeres em memória minha iniquidade, e matares a meu filho?
- E ele lhe disse: Dá-me cá teu filho. E ele o tomou de seu regaço, e levou-o acima, ao cenáculo, aonde ele mesmo estava, e deitou-o em sua cama.
- E clamou ao Senhor, e disse: Senhor, Deus meu, também até a esta viúva, com quem me recolho, tão mal trataste, que lhe mataste a seu filho?
- Então se mediu a si mesmo sobre o menino três vezes, e clamou ao Senhor, e disse: Senhor, Deus meu, rogo-te que se torne a alma deste menino a entrar nele.
- E o Senhor ouviu à voz de Elias; e a alma do menino se tornou a entrar nele, e reviveu.
- E Elias tomou ao menino, e trouxe-o do cenáculo à casa, e deu-o à sua mãe. E disse Elias: Vês aí, teu filho vive.
- Então a mulher disse a Elias: Nisto reconheço agora que tu és varão de Deus. E que a palavra do Senhor em tua boca é verdade.
Capítulo 18
- E foi que, depois de muitos dias, palavra do Senhor veio a Elias, no ano terceiro, dizendo: Vai, mostra-te a Acabe, porque darei chuva sobre a terra.
- E foi Elias, a mostrar-se a Acabe; e a fome se fortalecia em Samaria.
- E Acabe chamara a Obadias, o mordomo – e era Obadias mui temente a Deus,
- Porque foi que, desterrando Jezabel aos profetas do Senhor, Obadias tomou a cem profetas, e de cinquenta em cinquenta os escondeu em uma cova, e sustentou-os com pão e água –,
- E dissera Acabe a Obadias: Vai pela terra, a todas as fontes de água, e a todos os rios: pode ser que achemos erva, para que em vida conservemos aos cavalos e mulos, e não façamos perder mais bestas.
- E repartiram-se entre si a terra, para passarem por ela: Acabe foi à parte por um caminho, e Obadias também foi à parte por outro caminho.
- Estando pois Obadias já em caminho, eis que Elias o encontrou. E reconhecendo-o ele, prostrou-se-lhe sobre seu rosto, e disse: És tu meu senhor, Elias?
- E disse-lhe ele: Eu sou. Vai, e dize a teu senhor: Eis que aqui está Elias.
- Porém ele disse: Em que pequei? Para que dês a teu servo em mão de Acabe, para que me mate?
- Vive o Senhor, teu Deus, que não houve nação nem reino a que meu senhor não mandasse em busca de ti; e dizendo eles: Aqui não está; então ajuramentava a reinos e a nações, se te não haviam achado.
- E agora, dizes tu: Vai, dize a teu senhor: Eis que aqui está Elias.
- E poderia ser que, indo-me eu de ti, o Espírito do Senhor te tomasse, não sei para onde; e vindo eu a dar as novas a Acabe, e não achando-te ele, me mataria. E eu, teu servo, temo ao Senhor desde minha mocidade.
- Porventura, não disseram a meu senhor o que fiz, quando Jezabel matava aos profetas do Senhor? Como escondi a cem varões dos profetas do Senhor, de cinquenta em cinquenta, em uma cova, e os sustentei com pão e água?
- E agora, dizes tu: Vai, e dize a teu senhor: Eis que aqui está Elias. E matar-me-ia.
- E disse Elias: Vive o Senhor dos Exércitos, perante cuja face estou; que deveras hoje me mostrarei a ele.
- Então foi Obadias, a encontrar-se com Acabe, e lho denunciou; e Acabe se foi a encontrar com Elias.
- E foi que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe Acabe: És tu o perturbador de Israel?
- Então disse ele: Eu não tenho perturbado a Israel, mas sim tu, e a casa de teu pai; em que deixastes os mandamentos do Senhor, e te foste após os baalins.
- Agora, pois, manda e ajunta a mim todo Israel no Monte Carmelo; como também aos quatrocentos e cinquenta profetas de Baal, e aos quatrocentos profetas de Aserá, que comem da mesa de Jezabel.
- Então enviou Acabe a todos os filhos de Israel, e ajuntou os profetas no Monte Carmelo.
- Então Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, ide após ele; e se Baal o é, ide após ele. Porém o povo lhe não respondeu nada.
- Então disse Elias ao povo: Só eu fiquei por profeta do Senhor; e os profetas de Baal são quatrocentos e cinquenta varões.
- Dêem-se-nos, pois, dois bezerros; e eles se escolham um dos bezerros, e dividam-no em pedaços, e ponham-no sobre a lenha; porém fogo não lhe ponham. E eu prepararei ao outro bezerro, e o porei sobre a lenha; e fogo lhe não porei.
- Então invocai o nome de vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor; e será que, o deus que responder por fogo, esse será Deus. E todo o povo respondeu, e disseram: Boa é essa palavra.
- E disse Elias aos profetas de Baal: Escolhei-vos um dos bezerros, e preparai-o primeiro; porque sois muitos. E invocai o nome de vosso deus; e fogo lhe não ponhais.
- E tomaram o bezerro que lhes dera, e preparam-no; e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até o meio-dia, dizendo: Ah Baal, responde-nos! Porém nem voz nem respondente havia. E saltavam contra o altar, que se fizera.
- E foi que, ao meio-dia, Elias deles zombava, e dizia: Clamai a altas vozes, pois Deus é! Pode ser que tem algum cuidado, ou que tem coisa alguma que fazer, ou que intenta alguma viagem… Ou porventura dorme, e despertará.
- E eles clamavam a grandes vozes, e sarjavam-se com facas e com lancetas, conforme a seu costume: até derramarem sangue sobre si.
- E foi que, passado o meio-dia, profetizaram eles até o tempo que a oferta de manjares se oferecesse; porém não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma.
- Então Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim; e todo o povo se chegou a ele. E reparou ao altar do Senhor, que estava quebrado.
- E Elias tomou doze pedras, conforme ao número das tribos dos filhos de Jacó – ao qual viera palavra do Senhor, dizendo: Israel será teu nome.
- E com aquelas pedras, edificou o altar em nome do Senhor; depois fez um rego ao redor do altar, segundo a largura de duas medidas de semente.
- Então armou a lenha; e ao bezerro dividiu em pedaços, e pô-lo sobre a lenha.
- E disse: Enchei quatro cântaros de água, e deitei-a sobre o holocausto, e sobre a lenha. Disse mais: Fazei-o segundo vez. E fizeram-no segunda vez. Disse ainda: Fazei-o terceira vez. E fizeram-no terceira vez.
- De maneira que a água corria ao redor do altar, e ainda até o rego encheu de água.
- Sucedeu pois que, oferecendo-se a oferta de manjares, o profeta Elias se chegou, e disse: Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo. E que, conforme à tua palavra, fiz todas estas coisas.
- Responde-me, ó Senhor, responde-me; para que este povo reconheça que tu, ó Senhor, és Deus. E que tu fizeste tornar seu coração para trás.
- Então caiu fogo do Senhor; e consumiu ao holocausto, e à lenha, e às pedras, e ao pó. E ainda até a água que estava no rego, lambeu.
- O que todo o povo, vendo, caíram sobre seus rostos. E disseram: Só o Senhor é Deus, só o Senhor é Deus!
- E Elias lhes disse: Lançai mão dos profetas de Baal, para que nenhum dele escape; e lançaram mão deles. E Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom, e degolou-os ali.
- Então disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe. Porque ruído de uma abundante chuva soa.
- E Acabe subiu, a comer e a beber; mas Elias subiu ao cume do Carmelo, e estendeu-se para diante em terra, e pôs seu rosto entre seus joelhos.
- E disse a seu moço: Sobe agora, e olha para a banda do mar; e subiu, e olhou, e disse: Não há nada. Então disse ele: Torna sete vezes.
- E foi que, à sétima vez, disse: Eis uma pequena nuvem, como a mão de um homem, que vem subindo do mar. Então disse ele: Sobe, e dize a Acabe: Prepara teu carro, e desce, para que a chuva te não apanhe.
- E foi que, entretanto, os céus se enegreceram, com nuvens e vento, e veio uma grande chuva. E Acabe subiu em carro, e foi-se a Jezreel.
- E a mão do Senhor estava sobre Elias, o qual cingiu seus lombos; e veio correndo perante Acabe, até a entrada de Jezreel.
Capítulo 19
- E denunciou Acabe a Jezabel tudo quanto Elias fizera; e como totalmente, à espada, matara a todos os “profetas”.
- Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses, e assim ainda acrescentem, se amanhã, a estas horas, não puser tua alma como a de um deles.
- O que vendo ele, levantou-se, e por escapar com vida, se foi, e se veio a Berseba, que é de Judá; e deixou ali seu moço.
- E ele se foi ao deserto, caminho de um dia; e veio, e assentou-se debaixo de um zimbro. E pediu em seu ânimo a morte, e disse: Basta já, ó Senhor, agora toma minha alma, pois não sou melhor que meus pais.
- E deitou-se, e dormiu debaixo de um zimbro. E eis que então um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te, e come.
- E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um bolo, cozido sobre as brasas, e uma botija d’água. E comeu, e bebeu; e tornou-se a deitar.
- E o anjo do Senhor tornou segunda vez, e o tocou, e disse: Levanta-te, e come. Porque mui comprido te seria o caminho.
- Levantou-se pois, e comeu, e bebeu; e com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites, até o monte de Deus, Horebe.
- E ali entrou numa caverna, e passou ali a noite. E eis que palavra do Senhor veio a ele, e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?
- E ele disse: Com grande zelo, zelei pelo Senhor, Deus dos Exércitos; porque os filhos de Israel deixaram teu concerto, teus altares derribaram, e teus profetas mataram à espada. E eu fiquei só; e buscam minha vida, para ma tirarem.
- E ele lhe disse: Sai fora, e põe-te neste monte perante a face do Senhor; e eis que passava o Senhor, como também um grande e forte vento, que fendia os montes, e quebrava as penhas diante da face do Senhor; porém o Senhor não estava no vento. E após o vento, um terremoto; porém também o Senhor não estava no terremoto.
- E após o terremoto, um fogo; porém também o Senhor não estava no fogo. E após o fogo, um sonido de suave quietude.
- E foi que, ouvindo-o Elias, envolveu seu rosto com sua capa, e saiu fora, e pôs-se à entrada da caverna. E eis que veio a ele uma voz, que dizia: Que fazes aqui, Elias?
- E ele disse: Com grande zelo, zelei pelo Senhor, Deus dos Exércitos; porque os filhos de Israel deixaram teu concerto, teus altares derribaram, e teus profetas mataram à espada. E eu fiquei só, e buscam minha vida, para ma tirarem.
- E o Senhor lhe disse: Vai, e torna-te por teu caminho ao deserto de Damasco. E vem, e unge a Hazael por rei sobre a Síria.
- Também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás por rei de Israel; e também a Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, ungirás por profeta, em teu lugar.
- E será que, o que escapar da espada de Hazael, o matará Jeú; e o que escapar da espada de Jeú, o matará Eliseu.
- Também eu fiz ficar em Israel ainda sete mil: joelhos todos que se não encurvaram a Baal, e toda boca que o não beijou.
- Partiu-se, pois, Elias dali; e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois diante de si; e ele estava com a duodécima. E Elias passou a ele, e lançou sua capa sobre ele.
- Então deixou aos bois, e correu após Elias, e disse: Deixa-me ir, a beijar a meu pai e à minha mãe, e então irei após ti. E ele lhe disse: Vai, e logo torna; porque olha o que é o que te fiz.
- Tornou-se, pois, de após ele, e tomou uma junta de bois, e matou-os; e com o aviamento dos bois cozeu sua carne, e deu-a ao povo, e comeram. Então se levantou, e se foi após Elias; e servia-o.
Capítulo 20
- E Ben-Hadade, rei da Síria, ajuntou todo seu poder; e trinta e dois reis, e cavalos e carros, havia com ele. E subiu, e cercou a Samaria, e pelejou contra ela.
- E enviou mensageiros a Acabe, rei de Israel, à cidade.
- E disse-lhe: Assim diz Ben-Hadade: Tua prata e teu ouro meus serão. E tuas mulheres, e os melhores de teus filhos, meus serão.
- E respondeu o rei de Israel, e disse: Conforme a tua palavra, rei meu senhor: teu sou eu, e tudo quanto tenho.
- E tornaram os mensageiros, e disseram: Assim fala Ben-Hadade, dizendo: Bem enviei eu a ti, dizendo: Tua prata, e teu ouro, e tuas mulheres, e teus filhos, a mim me darás;
- Porém amanhã, a estas horas, enviarei meus servos a ti, que visitem tua casa, e as casas de teus servos. E será que, tudo o que é desejável aos teus olhos, porão em suas mãos, e o levarão.
- Então o rei de Israel chamou a todos os anciãos da terra, e disse: Notai ora, e vede, como este busca o mal. Pois enviara a mim por minhas mulheres, e por meus filhos, e por minha prata, e por meu ouro, e não lho neguei.
- E todos os anciãos, e todo o povo, lhe disseram: Não lhe dês ouvidos, nem consintas.
- Pelo que disse aos mensageiros de Ben-Hadade: Dizei ao rei meu senhor: Tudo o pelo o que primeiro enviaste a teu servo, farei; porém isto não posso fazer. E foram os mensageiros, e lhe tornaram com esta resposta.
- E Ben-Hadade enviou a ele, e disse: Assim me façam os deuses, e ainda sobre isso acrescentem: que o pó de Samaria não bastará para encher as mãos de todo o povo que segue minhas pegadas.
- Porém o rei de Israel respondeu, e disse: Dizei-lhe: Não se gabe o que se cinge, como aquele que se descinge.
- E foi que, ouvindo ele esta palavra, estando bebendo ele e os outros reis nas tendas, disse a seus servos: Ponde-vos em ordem; e puseram-se em ordem contra a cidade.
- E eis que um profeta se achegou a Acabe, rei de Israel, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Viste a toda esta grande multidão? Eis que hoje a darei em tuas mãos, para que saibas que eu sou o Senhor.
- E disse Acabe: Por quem? E ele disse: Assim diz o Senhor: Pelos moços dos maiorais das províncias. E disse: Quem começará a peleja? E disse: Tu.
- Então contou aos moços dos maiorais das províncias; e foram duzentos e trinta e dois. E depois deles, contou a todo o povo, a todos os filhos de Israel: sete mil.
- E saíram ao meio-dia. E Ben-Hadade estava bebendo e se embriagando nas tendas, ele e os outros reis, os trinta e dois reis que o ajudavam.
- E os moços dos maiorais das províncias saíram primeiro. E Ben-Hadade enviou a alguns, que lhe denunciaram, dizendo: Varões saíram de Samaria.
- E ele disse: Ainda que para paz saíssem, tomai-os vivos. E ainda que à peleja saíssem, vivos os tomai.
- Eles, pois, saíram da cidade, isto é, os moços dos maiorais das províncias; e o exército, que os seguia.
- E cada qual feriu seu varão, e os sírios fugiram, e Israel os perseguiu. Porém Ben-Hadade, rei da Síria, se escapou a cavalo, com alguns cavaleiros.
- E saiu o rei de Israel, e feriu os cavalos e os carros; e fez grande estrago nos sírios.
- Então o profeta chegou ao rei, e lhe disse: Vai, reforça-te, e atenta, e olha o que hás de fazer. Porque à volta do ano, o rei da Síria subirá contra ti.
- Porque os servos do rei da Síria lhe disseram: Seus deuses, Deus dos montes são, pelo que foram mais fortes que nós. Mas por certo pelejemos com eles em campo raso, e veremos se não somos mais fortes que eles!
- Pelo que isto faze: Tira aos reis, a cada qual de seu lugar, e põe condes em seu lugar.
- E tu, te conta outro exército, como o exército que perdeste, e cavalos como aqueles cavalos, e carros como aqueles carros, e pelejemos com eles em campo raso; e veremos se não somos mais fortes que eles! E deu ouvidos a seu dito, e assim o fez.
- E foi, à volta do ano, que Ben-Hadade fez recenseamento dos sírios; e subiu a Afeca, à peleja contra Israel.
- Também dos filhos de Israel se fez recenseamento; e providos de mantimentos lhes foram ao encontro. E os filhos de Israel em campo se puseram em fronte deles, como dois miúdos rebanhos de cabras; mas os sírios enchiam a terra.
- E chegou o varão de Deus, e falou ao rei de Israel, e disse: Assim diz o Senhor: Porquanto os sírios disseram: Deus dos montes é o Senhor, e não Deus dos vales; toda esta grande multidão te entregarei em tuas mãos; para que saibais que eu sou o Senhor.
- E estiveram estes postos em campo, em fronte dos outros, por sete dias. E foi que, ao sétimo dia, a peleja começou; e os filhos de Israel feriram dos sírios a cem mil homens de pé, em um dia.
- E os restantes fugiram a Afeca, à cidade; e caiu o muro sobre vinte e sete mil homens que restaram. Ben-Hadade, porém, fugiu, e veio à cidade, andando de câmara em câmara.
- Então seus servos lhe disseram: Eis que já temos ouvido que os reis da casa de Israel são reis benignos. Ponhamos, pois, sacos em nossos lombos, e cordas a nossos pescoços, e saiamos ao rei de Israel: pode ser que te guardará em vida.
- Então cingiram seus lombos com sacos, e seus pescoços com cordas; e vieram ao rei de Israel, e disseram: Ben-Hadade, teu servo, diz: Deixa-me viver. E disse ele: Pois ainda vive? Meu irmão é!
- E aqueles varões bem atentaram, e logo observaram, se assim falara de coração; e disseram: Teu irmão Ben-Hadade vive. E ele disse: Vinde, e trazei-o. Então Ben-Hadade saiu a ele, e ele o fez subir no carro.
- E disse ele: As cidades que meu pai tomou de teu pai, te tornarei; e faze-te ruas em Damasco, como meu pai fez em Samaria; e eu, respondeu Acabe, te deixarei ir, com esta aliança. E fez com ele aliança, e deixou-o ir.
- Então um dos varões, dos filhos dos profetas, disse a um seu próximo, por palavra do Senhor: Fere-me ora. E o varão recusou feri-lo.
- E ele lhe disse: Porquanto não obedeceste à voz do Senhor, eis que, em apartando-te de mim, um leão te ferirá. E como dele se apartou, um leão o encontrou, e o feriu.
- Depois encontrou a outro varão, e disse-lhe: Fere-me ora. E feriu-o aquele varão, ferindo-o, e chagando-o.
- Então foi o profeta, e pôs-se perante o rei no caminho; e disfarçou-se com cinza sobre seus olhos.
- E foi que, passando o rei, clamou ele ao rei. E disse: Teu servo saiu ao meio da peleja, e eis que, desviando-se um varão, trouxe outro varão a mim, e disse: Guarda a este varão; que se vier a faltar, tua vida será em lugar de sua vida, ou um talento de prata pesarás.
- Sucedeu pois que, estando teu servo em uma e outra parte ocupado, entretanto desapareceu. Então o rei de Israel lhe disse: Esse é teu juízo: tu mesmo o sentenciaste.
- Então ele logo tirou a cinza de sobre seus olhos; e o rei de Israel o reconheceu, que era um dos profetas.
- E disse-lhe: Assim diz o Senhor: Porquanto soltaste da mão ao varão que eu consagrara à destruição, tua vida será em lugar de sua vida, e teu povo em lugar de seu povo.
- E o rei de Israel se foi à sua casa, desgostoso e indignado; e veio-se a Samaria.
Capítulo 21
- E foi que, depois destas coisas, tendo Nabote, o jezreelita, uma vinha que em Jezreel estava; junto ao paço de Acabe, rei de Samaria;
- Acabe falou a Nabote, dizendo: Dá-me tua vinha, para que me sirva de horta de hortaliça, pois está chegada junto à minha casa; e te darei por ela outra vinha, melhor que esta. Ou, se te parece bem aos teus olhos, dar-te-ei sua valia em dinheiro.
- Porém Nabote disse a Acabe: Guarde-me o Senhor de que eu te dê a herança de meus pais.
- Então Acabe se veio desgostoso e indignado à sua casa, pela palavra que Nabote, o jezreelita, lhe falara, e dissera: “não te darei a herança de meus pais”. E deitou-se em sua cama, e virou sua face, e não comeu pão.
- Porém vindo Jezabel, sua mulher, a ele, disse-lhe: Que há, que teu espírito está tão desgostoso, e não comes pão?
- E ele lhe disse: Porque falei a Nabote, o jezreelita, e lhe disse: Dá-me tua vinha por dinheiro; ou, se te apraz, dar-te-ei outra vinha por ela. Porém ele disse: Não te darei minha vinha.
- Então Jezabel, sua mulher, lhe disse: Faze tu agora como rei sobre Israel: levanta-te, come pão, e alegre-se teu coração, que eu te darei a vinha de Nabote, o jezreelita.
- Então escreveu cartas em nome de Acabe, e selou-as com seu sinete; e mandou as cartas aos anciãos, e aos nobres que havia em sua cidade, e que habitavam com Nabote.
- E escreveu nas cartas, dizendo: Apregoai jejum, e ponde a Nabote na cabeceira do povo.
- E ponde em fronte dele dois varões, filhos de Belial, que testemunhem contra ele, dizendo: Renunciaste a Deus, e ao rei. E então o levai fora, e apedrejai-o, até que morra.
- E os varões de sua cidade, os anciãos e os nobres, que habitavam em sua cidade, fizeram como Jezabel lhes mandara; segundo estava escrito nas cartas que lhes mandara:
- Apregoaram jejum, e puseram a Nabote na cabeceira do povo.
- Então vieram dois varões, filhos de Belial, e puseram-se em fronte dele; e os varões, filhos de Belial, testemunharam contra ele, isto é, contra Nabote, perante o povo, dizendo: Nabote renunciou a Deus, e ao rei. E levaram-no fora da cidade, e apedrejaram-no com pedras, até que morreu.
- Então enviaram a Jezabel, dizendo: Já foi apedrejado Nabote, e é morto.
- E foi que, ouvindo Jezabel que já fora apedrejado Nabote, e era morto, disse Jezabel a Acabe: Levanta-te, e possui agora em herança a vinha de Nabote, o jezreelita, que ta recusou dar por dinheiro; porque já Nabote não vive, mas é morto.
- E foi que, ouvindo Acabe que já Nabote era morto, logo Acabe se levantou para descer à vinha de Nabote, jezreelita, para possuí-la em herança.
- Então veio palavra do Senhor a Elias, o tisbita, dizendo:
- Levanta-te, e desce ao encontro a Acabe, rei de Israel, que está em Samaria: eis que está na vinha de Nabote, aonde tem descido, para possuí-la em herança.
- E falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o Senhor: Porventura não mataste, e tomaste a herança? Falar-lhe-ás mais, dizendo: Assim diz o Senhor: No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, lamberão os cães teu sangue, o teu mesmo.
- E disse Acabe a Elias: Achaste-me já, inimigo meu? E ele disse: Achei-te, porquanto já te vendeste para fazeres o mal aos olhos do Senhor.
- Eis que trarei mal sobre ti, e tirarei tua posteridade; e de Acabe arrancarei tudo o que tem fôlego, como também ao encerrado e desamparado em Israel.
- E farei a tua casa como a casa de Jeroboão, filho de Nebate, e como a casa de Baasá, filho de Aías; pela irritação com que me irritaste, e fizeste pecar a Israel.
- E também acerca de Jezabel, falou o Senhor, dizendo: Os cães comerão a Jezabel, junto ao antemuro de Jezreel.
- Aquele que de Acabe morrer na cidade, os cães o comerão; e o que morrer no campo, as aves do céu o comerão.
- Porém ninguém fora como Acabe, que se vendera para fazer o mal aos olhos do Senhor; porquanto Jezabel, sua mulher, o incitava.
- E fez grandes abominações, andando após deuses de esterco; conforme a tudo o que fizeram os amorreus, aos quais o Senhor lançou fora de sua possessão, de diante dos filhos de Israel.
- Sucedeu pois que, ouvindo Acabe estas palavras, rasgou suas vestes, e envolveu um saco sobre sua carne, e jejuou; e jazia em um saco, e andava vagarosamente.
- Então veio palavra do Senhor a Elias, o tisbita, dizendo:
- Não viste que Acabe se humilha perante minha face? Pelo que, pois se humilha perante minha face, não trarei este mal em seus dias; mas nos dias de seu filho, trarei este mal sobre sua casa.
Capítulo 22
- E estiveram quietos por três anos, não havendo guerra entre Síria e Israel.
- Porém no ano terceiro sucedeu que Josafá, rei de Judá, desceu a ter com o rei de Israel.
- E o rei de Israel dissera a seus servos: Não sabeis vós que Ramote de Gileade é nossa? E nós estamos calados, sem a tomar da mão do rei da Síria?
- Então disse a Josafá: Irás tu comigo à peleja, a Ramote de Gileade? E disse Josafá ao rei de Israel: Serei como tu, e meu povo como teu povo, e meus cavalos como teus cavalos.
- Disse mais Josafá ao rei de Israel: Consulta porém primeiro, hoje, a palavra do Senhor.
- Então o rei de Israel ajuntou aos profetas, até quase quatrocentos varões, e disse-lhes: Irei à peleja contra Ramote de Gileade, ou deixá-lo-ei? E eles disseram: Sobe, que o Senhor a dará na mão do rei.
- Disse porém Josafá: Não há aqui ainda algum profeta do Senhor? Ao qual possamos consultar?
- Então disse o rei de Israel a Josafá: Ainda há um varão, para consultar por ele ao Senhor; porém eu o aborreço, porque nunca profetiza de mim bem, porém só mal: Micaías, filho de Inlá. E disse Josafá: Não fale o rei assim…
- Então o rei de Israel chamou a um eunuco. E disse: Traze logo a Micaías, filho de Inlá.
- E o rei de Israel e Josafá, rei de Judá, estavam assentados, cada um em seu trono, vestidos de vestiduras reais, na praça, à entrada da porta de Samaria; e todos os profetas profetizavam em sua presença.
- E Zedequias, filho de Quenaaná, se fizera uns chifres de ferro. E disse: Assim diz o Senhor: Com estes escornarás aos sírios, até de todo os consumir!
- E todos os profetas profetizaram assim, dizendo: Sobe a Ramote de Gileade, e serás próspero; que o Senhor a dará na mão do rei.
- E o mensageiro, o qual fora chamar a Micaías, falou-lhe, dizendo: Vês aqui que as palavras dos profetas são, a uma boca, boas para o rei. Seja, pois, tua palavra como a palavra de um deles, e fala bem.
- Porém Micaías disse: Vive o Senhor, que o que o Senhor me disser, isso falarei.
- E vindo ele ao rei, o rei lhe disse: Micaías, iremos a Ramote de Gileade à peleja, ou deixá-la-emos? E ele lhe disse: Sobe, e serás próspero; porque o Senhor a dará na mão do rei.
- E o rei lhe disse: Até quantas vezes te conjurei, que me não fales senão a verdade, em o nome do Senhor?
- Então disse ele: Vi a todo Israel espargido pelos montes, como a ovelhas que não têm pastor. E disse o Senhor: Estes não tem senhor; cada qual se torne para casa em paz.
- Então o rei de Israel disse a Josafá: Não te disse eu que nunca profetiza de mim bem, senão só mal?
- Então disse ele: Ouve, pois, palavra do Senhor: Vi ao Senhor estar assentado em seu trono, e todo o exército celestial estava junto a ele, à sua direita e à sua esquerda.
- E disse o Senhor: Quem induzirá a Acabe, a que suba, e caia em Ramote de Gileade? E um dizia assim, e outro dizia assim.
- Então saiu um espírito, e pôs-se na presença do Senhor, e disse: Eu o induzirei. E o Senhor lhe disse: Com que?
- E disse ele: Sairei eu, e serei espírito de mentira na boca de todos seus profetas. E ele disse: Tu o induzirás, e ainda prevalecerás; sai, e faze-o assim.
- Agora, pois, eis que o Senhor pôs espírito de mentira na boca de todos estes teus profetas; e o Senhor falou mal sobre ti.
- Então Zedequias, filho de Quenaaná, chegou, e feriu a Micaías na queixada. E disse: Por que caminho o Espírito do Senhor se passou de mim, para te falar a ti?
- E disse Micaías: Eis que naquele mesmo dia o verás; quando entrares de câmara em câmara, para te esconderes.
- Então disse o rei de Israel: Tomai a Micaías, e tornai-o a Amom, o maioral da cidade; e a Joás, filho do rei;
- E direis: Assim diz o rei: Ponde a este na casa do cárcere. E sustentai-o com pão de aperto, e com água de aperto, até que eu torne em paz.
- E disse Micaías: Se é que tornares em paz, o Senhor não tem falado por mim. Disse mais: Ouvi, todos os povos!
- Assim subiram o rei de Israel e Josafá, rei de Judá, a Ramote de Gileade.
- E disse o rei de Israel a Josafá: Eu me disfarçarei, e entrarei na peleja; porém tu, te veste teus vestidos. Disfarçou-se, pois, o rei de Israel, e entrou na peleja.
- E mandara o rei da Síria aos maiorais dos carros, de que tinha trinta e dois, dizendo: Não pelejareis nem com pequeno, nem com grande; mas só com o rei de Israel.
- Sucedeu pois que, vendo os maiorais dos carros a Josafá, disseram eles: Certamente este é o rei de Israel; e chegaram-se a ele, para com ele pelejar. Porém Josafá clamou.
- E foi que, vendo os maiorais dos carros que não era o rei de Israel, tornaram-se de após ele.
- Então um varão entesou o arco, em sua simplicidade, e feriu ao rei de Israel por entre as fivelas e as couraças. Então ele disse a seu carreteiro: Torna tua mão, e tira-me do arraial, que estou mui ferido.
- E a peleja foi crescendo naquele dia; e o rei parou no carro, em fronte dos sírios. Porém ele morreu, à tarde; e o sangue da ferida escorria ao fundo do carro.
- E pondo-se já o sol, um pregão passou pelo exército, dizendo: Cada qual à sua cidade, e cada qual à sua terra!
- E morreu o rei, e levaram-no a Samaria; e sepultaram ao rei em Samaria.
- E lavando-se o carro no tanque de Samaria, os cães lamberam seu sangue, onde as rameiras se lavavam: conforme à palavra do Senhor, que tinha dito.
- Quanto ao demais dos sucessos de Acabe, e a tudo quanto fez, e à casa que de marfim edificou, e a todos as cidades que edificou; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
- Assim Acabe dormiu, com seus pais; e Acazias, seu filho, reinou em seu lugar.
- E Josafá, filho de Asá, começou a reinar sobre Judá, no ano quarto de Acabe, rei de Israel.
- E era Josafá de trinta e cinco anos quando começou a reinar, e vinte e cinco anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Azuba, filha de Sili.
- E andou em todo o caminho de seu pai, Asá, não se desviou dele; fazendo o reto aos olhos do Senhor.
- Todavia, os altos não se tiraram: ainda o povo sacrificava e perfumava nos altos.
- E Josafá esteve em paz com o rei de Israel.
- Quanto ao demais dos sucessos de Josafá, e ao poder que mostrou, e como guerreou; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
- Também desterrou da terra o resto dos rapazes escandalosos, que ficaram nos dias de seu pai, Asá.
- Então não havia rei em Edom, porém somente um vice-rei.
- E fez Josafá navios de Társis, para irem a Ofir, por ouro; não foram, porém. Porque os navios se quebraram em Eziom-Geber.
- Então Acazias, filho de Acabe, disse a Josafá: Vão meus servos com teus servos nos navios. Porém Josafá não quis.
- E Josafá dormiu, com seus pais; e foi sepultado junto a seus pais na cidade de Davi, seu pai. E Jeorão, seu filho, reinou em seu lugar.
- E Acazias, filho de Acabe, começou a reinar em Samaria no ano dezessete de Josafá, rei de Judá; e reinou dois anos sobre Israel.
- E fez o mal aos olhos do Senhor; porque andou no caminho de seu pai, como também no caminho de sua mãe, e no caminho de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel.
- E serviu a Baal, e se encurvou perante ele; e indignou ao Senhor, Deus de Israel, conforme a tudo quanto fizera seu pai.