Capítulo 1
- E depois da morte de Acabe, Moabe se rebelou contra Israel.
- E caiu Acazias por umas grades em seu cenáculo, que tinha em Samaria, e enfermou. E enviou mensageiros, e disse-lhes: Ide e perguntai a Baal-Zebube, deus de Ecrom, se sararei desta enfermidade.
- Mas o anjo do Senhor disse a Elias, o tisbita: Levanta-te, sobe ao encontro dos mensageiros do rei de Samaria. E disse-lhes: Porventura não há nenhum Deus em Israel, para que vades a consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom?
- E portanto, assim diz o Senhor: Da cama a que subiste, não descerás; mas por certo morrerás. Então Elias se foi.
- E os mensageiros se tornaram a ele. E disse-lhes ele: Que há, para que vos torneis?
- E eles lhe disseram: Um varão nos saiu ao encontro, e nos disse: Ide, tornai-vos ao rei que vos mandou, e dizei-lhe: Assim diz o Senhor: Porventura, não há nenhum Deus em Israel, para que mandes a consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? Portanto, da cama a que subiste, não descerás; mas por certo morrerás.
- E ele lhes disse: Qual era o traje do varão que vos veio ao encontro, e vos falou essas palavras?
- E eles lhe disseram: Era um varão vestido de pelos, e com um cinto de couro cingido a seus lombos. Então disse ele: Elias, o tisbita, é.
- Então lhe enviou um capitão de cinquenta, com seus cinquenta. E subindo a ele – porque eis que estava assentado no cume do monte –, disse-lhe: Varão de Deus, diz o rei que desças!
- Mas Elias respondeu, e disse ao capitão de cinquenta: Se eu, pois, sou varão de Deus, fogo desça do céu, e consuma-te a ti, e a teus cinquenta! Então fogo desceu do céu, e consumiu a ele, e a seus cinquenta.
- E tornou a enviar-lhe outro capitão de cinquenta, com seus cinquenta. Este lhe falou, e disse: Varão de Deus, assim diz o rei: Desce logo!
- E respondeu Elias, e disse-lhe: Se eu sou varão de Deus, fogo desça do céu, e consuma-te a ti, e a teus cinquenta! Então fogo de Deus desceu do céu, e consumiu a ele, e a seus cinquenta.
- E tornou a enviar a outro capitão dos terceiros cinquenta, com seus cinquenta. Então subiu o capitão de cinquenta, e veio, e pôs-se de joelhos diante de Elias; e suplicou-lhe, e disse-lhe: Varão de Deus, seja ora minha vida, e a vida destes teus cinquenta servos, preciosa aos teus olhos;
- Eis que fogo desceu do céu, e consumiu àqueles dois primeiros capitães de cinquenta, com seus cinquenta; porém agora, minha vida seja preciosa aos teus olhos!
- Então o anjo do Senhor disse a Elias: Desce com este, não o temas a ele. E levantou-se, e desceu com ele ao rei.
- E disse-lhe: Assim diz o Senhor: Porquanto enviaste mensageiros a consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom – porventura é porque em Israel não haja nenhum Deus, para consultar sua palavra? –, portanto dessa cama a que subiste, não descerás, mas por certo morrerás.
- Assim pois morreu, conforme à palavra do Senhor, que Elias falara; e Jorão começou a reinar em seu lugar, no ano segundo de Jeorão, filho de Josafá, rei de Judá. Porquanto não tinha filho.
- O demais dos feitos de Acazias, que tinha feito; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
Capítulo 2
- Sucedeu pois que, havendo o Senhor de elevar a Elias em uma tormenta ao céu, foi-se Elias, com Eliseu, de Gilgal.
- E disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui, porque o Senhor me enviou a Betel; porém Eliseu disse: Vive o Senhor, e vive tua alma, que te não deixarei. E assim se foram a Betel.
- Então os filhos dos profetas que estavam em Betel saíram ao encontro a Eliseu, e disseram-lhe: Sabes que o Senhor hoje tomará a teu senhor, por de cima de tua cabeça? E ele disse: Também eu mui bem o sei; calai-vos.
- E Elias lhe disse: Eliseu, fica-te aqui, porque o Senhor me enviou a Jericó; porém ele disse: Vive o Senhor, e vive tua alma, que te não deixarei. E assim vieram a Jericó.
- Então os filhos dos profetas que estavam em Jericó se chegaram a Eliseu, e disseram-lhe: Sabes que o Senhor hoje tomará a teu senhor, por de cima de tua cabeça? E ele disse: Também eu mui bem o sei; calai-vos.
- E Elias lhe disse: Fica-te aqui, porque o Senhor me enviou ao Jordão; mas ele disse: Vive o Senhor, e vive tua alma, que te não deixarei. E assim ambos se foram.
- E foram cinquenta varões, dos filhos dos profetas, e pararam-se em fronte, de longe; e eles ambos se pararam junto ao Jordão.
- Então Elias tomou sua capa, e dobrou-a, e feriu as águas, as quais se dividiram de uma a outra banda; e ambos passaram em seco.
- Sucedeu pois que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede o que quiseres que te faça, antes que eu seja tomado de contigo. E disse Eliseu: Peço que seja porção dobrada de teu espírito para mim.
- E disse: Coisa árdua pediste. Se me vires quando eu for tomado de contigo, assim se te fará; porém se não, não se fará.
- E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, fez separação entre eles ambos; assim Elias subiu ao céu, em uma tormenta.
- O que Eliseu vendo, clamou: Pai meu, pai meu, carros de Israel, e seus cavaleiros! E nunca mais o viu. E travando de suas vestes, rasgou-os em duas partes.
- Também levantou a capa de Elias, que se lhe caíra; e tornou-se, e parou-se à praia do Jordão.
- E tomou a capa de Elias, que se lhe caíra; e feriu as águas, e disse: Onde está o Senhor, o Deus de Elias? Também ele então feriu as águas, e dividiram-se elas de uma à outra banda; e Eliseu passou.
- Vendo-o, pois, os filhos dos profetas, que estavam em Jericó, de fronte, disseram: O espírito de Elias repousa sobre Eliseu. E vieram-lhe ao encontro, e prostraram-se perante ele em terra.
- E disseram-lhe: Eis que com teus servos há cinquenta valentes varões; agora deixa-os ir, para buscar a teu senhor; bem pode ser que o elevasse o Espírito do Senhor, e o lançasse em algum dos montes, ou em algum dos vales. Porém ele disse: Não os envieis.
- Mas eles apertaram com ele, até se envergonhar; e disse-lhes: Enviai. E enviaram cinquenta varões, que o buscaram por três dias; porém não o acharam.
- Então se tornaram a ele, havendo-se ele ficado em Jericó. E disse-lhes: Não vos disse eu que não fôsseis?
- E os varões da cidade disseram a Eliseu: Eis que boa é a habitação desta cidade, como meu senhor bem vê. Porém as águas são más, e a terra é estéril.
- E ele disse: Trazei-me uma salva nova, e ponde nela sal. E trouxeram-lha.
- Então foi ao manancial das águas, e deitou nele sal. E disse: Assim diz o Senhor: Sarei a estas águas; não haverá mais nelas morte nem esterilidade.
- Assim aquelas águas ficaram sãs, até o dia de hoje; conforme à palavra de Eliseu, que tinha dito.
- Então subiu dali a Betel. E subindo ele pelo caminho, rapazes saíram da cidade, e zombavam dele; e diziam-lhe: Sobe calvo, sobe calvo!
- E virando-se ele para trás, viu-os, e amaldiçoou-os em o nome do Senhor. Então dois ursos saíram do bosque, e despedaçaram deles quarenta e dois meninos.
- E foi-se dali ao Monte Carmelo, e dali se tornou a Samaria.
Capítulo 3
- E começou Jorão, filho de Acabe, a reinar em Samaria no ano dezoito de Josafá, rei de Judá; e reinou doze anos.
- E fez o mal aos olhos do Senhor, porém não como seu pai, nem como sua mãe; porque tirou a estátua de Baal, que seu pai fizera.
- Contudo se achegou aos pecados de Jeroboão, que fizera pecar a Israel; e não se apartou deles.
- Então Mesá, rei dos moabitas, era contratante de gado; e pagava ao rei de Israel cem mil cordeiros, e cem mil carneiros, com sua lã.
- Sucedeu porém que, morrendo Acabe, o rei dos moabitas se rebelou contra o rei de Israel.
- Pelo que Jorão no mesmo tempo saiu de Samaria, e a todo Israel fez passar mostra.
- E foi, e enviou a Josafá, rei de Judá, dizendo: O rei dos moabitas se rebelou contra mim; irás tu comigo à guerra contra os moabitas? E disse ele: Subirei; e eu serei como tu, meu povo como teu povo, e meus cavalos como teus cavalos.
- E ele disse: Por que caminho subiremos? Então disse ele: Pelo caminho do deserto de Edom.
- Assim se partiu o rei de Israel, e o rei de Judá, e o rei de Edom, e havendo rodeado sete dias de caminho, o exército, e o gado que os seguia, não tinha água.
- Então disse o rei de Israel: Ah, porque o Senhor chamou a estes três reis, para os dar nas mãos dos moabitas!
- E disse Josafá: Não há aqui algum profeta do Senhor, para que consultemos ao Senhor por ele? Então respondeu um dos servos do rei de Israel, e disse: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que a Elias dava água às mãos.
- E disse Josafá: Está com ele a palavra do Senhor. Então o rei de Israel, e Josafá, e o rei de Edom, desceram a ele.
- Mas Eliseu disse ao rei de Israel: Que tenho eu contigo? Vai aos profetas de teu pai, e aos profetas de tua mãe. Porém o rei de Israel lhe disse: Não, porque o Senhor chamou a estes três reis, para entregá-los nas mãos dos moabitas.
- E disse Eliseu: Vive o Senhor dos Exércitos, perante cuja face estou, que se eu não atentasse para a face de Josafá, rei de Judá, não olhara para ti, nem te vira.
- Ora, pois, trazei-me um tangedor; e foi que, tangendo o tangedor, veio sobre ele a mão do Senhor.
- E disse: Assim diz o Senhor: Fazei neste vale muitas cavas.
- Porque assim diz o Senhor: Não vereis vento e não vereis chuva, todavia este vale se encherá de água; e bebereis vós outros, e vosso gado, e vossos animais.
- E ainda isto é pouco aos olhos do Senhor: dará também aos moabitas em vossas mãos.
- E ferireis a todas as cidades fortes, e a todas as cidades escolhidas; e a todas as boas árvores cortareis, e a todas as fontes de águas tapareis. E todo bom pedaço de terra danificareis com pedras.
- E foi que, pela manhã, oferecendo-se a oferta de manjares, eis que águas vinham pelo caminho de Edom; e a terra se encheu de água.
- Ouvindo, pois, todos os moabitas que os reis tinham subido, para pelejarem contra eles; convocaram-se juntamente, desde todos os que cingiam talabarte para cima, e puseram-se às fronteiras.
- E levantando-se de madrugada pela manhã, e saindo o sol sobre as águas; viram os moabitas de em fronte as águas vermelhas como sangue.
- E disseram: Sangue é isto; infalivelmente os reis se destruíram à espada, e se mataram um ao outro. Agora, pois, ao despojo, moabitas!
- Porém, chegando eles ao arraial de Israel, os israelitas se levantaram, e feriram aos moabitas, os quais fugiram diante deles; e ainda os feriram em suas terras, ferindo ali também aos moabitas.
- E arrasaram as cidades; e cada qual lançou sua pedra em todos os bons pedaços de terra, e entulharam-nos; e taparam todas as fontes de águas, e cortaram todas as boas árvores, até que só em Quir-Haresete deixaram ficar suas pedras. E os fundeiros a cercaram, e a feriram.
- Mas vendo o rei dos moabitas que a peleja prevalecia contra ele, tomou consigo setecentos homens que arrancavam espada, para romper contra o rei de Edom, porém não puderam.
- Mas tomou a seu filho primogênito, que havia de reinar em seu lugar, e ofereceu-o em holocausto no muro; pelo que houve grande indignação contra Israel. E retiraram-se dele, e tornaram-se à sua terra.
Capítulo 4
- E uma mulher, das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e bem sabes tu que teu servo temia ao Senhor. E o credor veio, para tomar-se a meus ambos filhos por servos.
- E Eliseu lhe disse: Que te hei de fazer? Declara-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite.
- Então disse ele: Vai, pede para ti vasos emprestados a todos teus vizinhos: vasos vazios, e não poucos.
- Então entra, e fecha a porta após ti, e após teus filhos; e deita o azeite em todos aqueles vasos. E ao que estiver cheio, põe à parte.
- Partiu-se pois dele, e fechou a porta após si, e após seus filhos; e eles lhe traziam os vasos, e ela deitava neles o azeite.
- E foi que, cheios os vasos, disse a seu filho: Traze-me ainda um vaso; porém ele lhe disse: Não há mais vaso nenhum. Então o azeite parou.
- Então veio ela, e fê-lo saber ao varão de Deus; e disse ele: Vai, vende o azeite, e paga tua dívida. E tu, com teus filhos, vivei do resto.
- Sucedeu também um dia que, indo Eliseu a Suném, havia ali uma mulher grandiosa, a qual o reteve a comer pão. E foi que, todas as vezes que passava, ali se retirava a comer pão.
- E ela disse a seu marido: Eis que bem atentei que este varão de Deus é santo: aquele que sempre passa por nós outros.
- Façamos-lhe, pois, um pequeno cenáculo de paredes, e ali lhe ponhamos cama, e mesa, e cadeira, e candeeiro; e será que, vindo ele a nós outros, ali se retirará.
- E foi que, um dia, veio ali; e retirou-se àquele cenáculo, e deitou-se ali.
- Então disse a seu moço, Geazi: Chama a esta sunamita. E chamando-a ele, ela se pôs perante ele.
- (Porque lhe tinha dito: Dize-lhe a ela: Eis que cuidado de nós tiveste, com todo cuidado; que há que por ti fazer? Há coisa alguma que fale por ti ao rei, ou ao maioral do exército? E dissera ela: Eu habito seguramente em meio de meu povo.
- Então dissera ele: Que há, pois, que fazer por ela? E Geazi dissera: Na verdade que ela não tem filho, e seu marido é velho.
- Pelo que dissera ele: Chama-a. E chamando-a ele, ela se pôs à porta).
- E ele lhe disse: A este tempo determinado, perto deste tempo da vida, abraçarás um filho. E disse ela: Não, senhor meu, varão de Deus, não mintas à tua serva.
- E concebeu a mulher, e pariu um filho: a tal tempo determinado, segundo o tempo da vida que Eliseu lhe dissera.
- E sendo o filho já grande, sucedeu que um dia saiu a seu pai junto aos segadores.
- E disse a seu pai: Minha cabeça, minha cabeça! Então disse a um moço: Leva-o à sua mãe.
- E tomou-o, e levou-o à sua mãe; e esteve sobre os joelhos dela até o meio-dia, e então morreu.
- E subiu ela, e deitou-o sobre a cama do varão de Deus; e fechou-lhe a porta, e saiu-se.
- E chamou a seu marido, e disse: Manda-me logo um dos moços, e uma das burras; para que eu corra ao varão de Deus, e logo me torne.
- E disse ele: Por que vais a ele hoje? Não é lua nova, nem sábado. E ela disse: Tudo vai bem.
- Então albardou a burra, e disse a seu moço: Guia, e anda; e não me detenhas no caminhar, senão quando eu to disser.
- Assim se partiu, e veio ao varão de Deus, ao Monte Carmelo. E foi que, vendo-a o varão de Deus de longe, disse a Geazi, seu moço: Eis ali a sunamita.
- Agora, pois, corre-lhe ao encontro, e dize-lhe: Vai-te bem a ti? Vai bem a teu marido? Vai bem ao filho? E ela disse: Vai-nos bem.
- Chegando ela, pois, ao varão de Deus, ao monte, pegou de seus pés. Mas chegou Geazi para repuxá-la; disse porém o varão de Deus: Deixa-a, porque sua alma nela está triste de amargura, e o Senhor mo encobriu, e mo não notificou.
- E disse ela: Pedi eu a meu senhor filho algum? Não disse eu: Não me enganes?
- E ele disse a Geazi: Cinge teus lombos, e toma meu bordão em tua mão, e vai; se encontrares alguém, não o saúdes; e se alguém te saudar, não lhe respondas. E põe meu bordão sobre a face do menino.
- Porém disse a mãe do menino: Vive o Senhor, e vive tua alma, que não te hei de deixar. Então ele se levantou, e a seguiu.
- E Geazi passara diante deles, e pôs o bordão sobre a face do menino; porém não havia nele voz, nem sentido. Assim que lhe tornou ao encontro, e lhe trouxe aviso, dizendo: Ainda não despertou o menino.
- E chegando Eliseu àquela casa, eis que o menino jazia morto sobre sua cama.
- Então entrou ele, e fechou a porta após ambos; e orou ao Senhor.
- E subiu, e deitou-se sobre o menino; e pondo sua boca sobre sua boca, e seus olhos sobre seus olhos, e suas mãos sobre suas mãos, se estendeu sobre ele; e a carne do menino se aqueceu.
- Depois tornou, e passeou naquela casa de uma parte à outra; e tornou a subir, e estendeu-se sobre ele. Então o menino espirrou sete vezes, e depois abriu os olhos.
- Então chamou a Geazi, e disse: Chama a esta sunamita; e chamou-a, e veio a ele. E disse ele: Toma a teu filho.
- E veio ela, e derribou-se a seus pés, e inclinou-se à terra; e tomou a seu filho, e saiu-se.
- E tornando Eliseu a Gilgal, havia fome naquela terra, e os filhos dos profetas estavam assentados perante ele. E disse a seu moço: Põe a panela grande ao fogo, e coze potagem para os filhos dos profetas.
- Então um saiu ao campo a apanhar ervas, e achou uma parra brava, e colheu dela sua capa cheia de uvas bravas; e veio, e cortou-as na panela da potagem, porque as não conheciam.
- E tiraram de comer para os varões. E sucedeu que, comendo eles daquela potagem, clamaram e disseram: Varão de Deus, a morte está na panela; e não puderam comer.
- Porém ele disse: Trazei pois farinha; e deitou-a na panela. E disse: Tirai de comer para o povo; e então não havia nenhum mal na panela.
- E um varão veio de Baal-Salisa, e trouxe ao varão de Deus pães das primícias – vinte pães de cevada –, e espigas verdes ainda em sua palha. E disse: Dá ao povo, e comam.
- Porém seu servo disse: Como poria isto perante cem varões? E disse ele: Dá-o ao povo, e comam; porque assim diz o Senhor: Comer-se-á, e sobejará.
- Então o pôs perante eles, e comeram, e sobejou-lhes, conforme à palavra do Senhor.
Capítulo 5
- E Naamã, maioral do exército do rei da Síria, era grande varão perante seu senhor, e de muito respeito; porque por ele o Senhor dera livramento aos sírios. E era este varão homem valoroso, porém leproso.
- E saíram tropas da Síria, e da terra de Israel levaram presa a uma menina; a qual estava em serviço da mulher de Naamã.
- E disse esta à sua senhora: Ah, se meu senhor estivera perante o profeta que está em Samaria! Ele o descarregaria de sua lepra!
- Então entrou Naamã, e notificou-o a seu senhor, dizendo: Assim e assim falou a menina, que é da terra de Israel.
- Então disse o rei da Síria: Vai, anda, e eu enviarei uma carta ao rei de Israel. E foi, e tomou em sua mão dez talentos de prata, e seis mil siclos de ouro, e dez mudas de vestes.
- E levou a carta ao rei de Israel, dizendo: Logo em chegando a ti esta carta, saibas que enviei a ti a Naamã, meu servo, para que o descarregues de sua lepra.
- E foi que, lendo o rei de Israel a carta, rasgou suas vestes, e disse: Sou eu Deus, para poder matar e vivificar, para que este envie a mim a que descarregue a um varão de sua lepra? Pelo que deveras notai ora, e vede, que busca ocasião contra mim!
- Sucedeu porém que, ouvindo Eliseu, varão de Deus, que o rei de Israel rasgara suas vestes, mandou a dizer ao rei: Por que rasgaste tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel.
- Veio, pois, Naamã com seus cavaleiros, e com seu carro; e parou-se à porta de Eliseu.
- Então Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e tua carne te tornará a vir, e ficarás purificado.
- Porém Naamã muito se indignou, e se foi. E dizia: Eis que eu em mim mesmo dizia: Logo ele sairá, e se ficará em pé, e invocará o nome do Senhor, seu Deus, e passará sua mão sobre o lugar chagado, e descarregará a mim, o leproso.
- Não são, porventura, Abana e Farfar, rios de Damasco, melhores que todas as águas de Israel? Não me poderia eu lavar neles, e ficar purificado? E tornou-se, e se foi com indignação.
- Então seus servos se achegaram, e lhe falaram, e disseram: Pai meu, se o profeta te dissera alguma grande coisa, porventura não a fizeras? Quanto mais que só te disse: Lava-te, e ficarás purificado.
- Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme à palavra do varão de Deus; e sua carne tornou a vir, como a carne de um menino, e ficou purificado.
- Então se tornou ao varão de Deus, ele e todo seu esquadrão; e veio, e pôs-se perante ele, e disse: Eis que tenho reconhecido que, em toda a terra, Deus não há, senão só em Israel. Agora, pois, te peço que tomes uma bênção de teu servo.
- Porém ele disse: Vive o Senhor, perante cuja face estou, que a não tomarei. E porfiava com ele, que a tomasse; mas ele a recusou.
- E disse Naamã: Quando não, contudo se dê a teu servo uma carga de terra de um jugo de mulas. Porque nunca mais oferecerá teu servo holocausto nem sacrifício a outros deuses, senão somente ao Senhor.
- Nisto perdoe o Senhor a teu servo: quando meu senhor entra na casa de Rimom, a encurvar-se ali, ele se encosta em minha mão, então eu também me hei de encurvar na casa de Rimom; quando assim me encurvar na casa de Rimom, que nisto o Senhor perdoe a teu servo.
- E ele lhe disse: Vai em paz. E foi-se dele um pequeno estirão de terra.
- Então Geazi, moço de Eliseu, varão de Deus, disse: Eis que meu senhor impediu a este sírio, Naamã, que de sua mão se tomasse alguma coisa do que trazia. Porém vive o Senhor, que hei de correr após ele, e tomar dele alguma coisa.
- E seguiu Geazi após Naamã. E vendo Naamã que corria após ele, saltou do carro, a encontrá-lo; e disse-lhe: Vai bem?
- E ele disse: Bem vai; meu senhor me enviar a dizer: Eis que agora mesmo vieram a mim dois mancebos, dos filhos dos profetas, da montanha de Efraim. Dá-lhes, pois, um talento de prata, e duas mudas de vestes.
- E disse Naamã: Sê servido de tomar dois talentos. E porfiou com ele; e amarrou dois talentos de prata em dois sacos, com duas mudas de vestes; e pô-los às costas a dois de seus moços, os quais os levaram diante dele.
- E chegando ele à altura, tomou-os de suas mãos, e entregou-os em uma casa; e despediu àqueles homens, e foram-se.
- Então ele entrou, e pôs-se perante seu senhor; e disse-lhe Eliseu: Donde vens, Geazi? E disse: Teu servo não foi nem a uma nem a outra parte.
- Porém ele lhe disse: Porventura não foi também juntamente meu espírito, quando aquele varão tornou de sobre seu carro, a encontrar-te? Era isto tempo para tomares prata, e para tomares vestes, e olivais, e vinhas, e ovelhas, e bois, e servos, e servas?
- Portanto, a lepra de Naamã se te pegará a ti e à tua semente, para sempre. Então saiu de diante dele leproso, branco como a neve.
Capítulo 6
- E disseram os filhos dos profetas a Eliseu: Eis que o lugar, em que habitamos perante ti, nos é estreito.
- Vamos, pois, ao Jordão, e cada um de lá tomemos uma viga, e façamos-nos ali um lugar, para habitar ali. E disse ele: Ide.
- E disse um deles: Sirvas-te de ires também com teus servos. E disse: Eu irei.
- E foi com eles. E chegando eles ao Jordão, cortaram madeira.
- E sucedeu que, derribando um deles uma viga, o ferro do machado caiu na água. E clamou, e disse: Ah, senhor meu! Pois era emprestado.
- E disse o varão de Deus: Onde caiu? E mostrando-lhe ele o lugar, cortou um pau, e lançou-o ali, e fez nadar ao ferro.
- E disse: Levanta-to. Então estendeu sua mão, e tomou-o.
- E o rei da Síria fazia guerra a Israel. E consultou a seus servos, dizendo: No lugar de fulano e sicrano, estará meu assento.
- Mas o varão de Deus enviou ao rei de Israel, dizendo: Guarda-te que não passes por tal lugar. Porque os sírios descerão ali.
- Pelo que o rei de Israel enviou àquele lugar, de que o varão de Deus lhe dissera, e o tinha avisado, e guardou-se ali: não uma, nem duas vezes.
- Então o coração do rei da Síria se turbou deste trato. E chamou a seus servos, e disse-lhes: Não me fareis saber quem dos nossos é pelo rei de Israel?
- E disse um de seus servos: Não, rei meu senhor. Mas o profeta Eliseu, que está em Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que tu falas em tua mais secreta recâmara.
- E ele disse: Vai, e vê onde está, para que envie, e mande a trazê-lo. E fizeram-lhe saber, dizendo: Eis que está em Dotã.
- Então enviou lá cavalos, e carros, e um grande exército; os quais vieram de noite, e cercaram a cidade.
- E o moço do varão de Deus se levantou mui cedo, e saiu; e eis que um exército tinha cercado a cidade, com cavalos e carros. Então seu moço lhe disse: Ah, senhor meu, que faremos!?
- E ele disse: Não temas. Porque mais são os que estão conosco, do que os que estão com eles.
- E orou Eliseu, e disse: Senhor, abre ora seus olhos, para que veja. E o Senhor abriu os olhos do moço, e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, ao redor de Eliseu.
- E como desceram a ele, Eliseu orou ao Senhor, e disse: Fere ora a esta gente com cegueiras. E feriu-a com cegueiras, conforme à palavra de Eliseu.
- Então Eliseu lhes disse: Não é este o caminho, nem é esta a cidade; vinde após mim, e guiar-vos-ei ao varão que buscais. E guiou-os a Samaria.
- E foi que, chegando eles a Samaria, disse Eliseu: Senhor, abre a estes os olhos, para que vejam. E o Senhor lhes abriu os olhos, para que vissem; e eis que estavam no meio de Samaria.
- E quando o rei de Israel os viu, disse a Eliseu: Feri-los-ei, feri-los-ei, pai meu?
- Mas ele disse: Não os ferirás: feririas tu aos que tomasses prisioneiros com tua espada, e com teu arco. Põe-lhes diante pão e água, para que comam e bebam, e se vão a seu senhor.
- E preparou-lhes um grande banquete, e comeram, e beberam; e despediu-os, e foram-se a seu senhor. E nunca mais entraram tropas de sírios na terra de Israel.
- E sucedeu depois disto que Ben-Hadade, rei da Síria, ajuntou todo seu exército; e subiu, e cercou a Samaria.
- E houve grande fome em Samaria, porque eis que por muito tempo a cercaram: até que se vendia uma cabeça de asno por oitenta moedas de prata, e a quarta parte de um cabo de esterco de pombas, por cinco moedas de prata.
- E sucedeu que, passando o rei pelo muro, uma mulher lhe bradou, dizendo: Acode-me, rei meu senhor!
- E ele disse: Se o Senhor te não acode, donde te acudirei eu? Da eira, ou do lagar?
- Disse-lhe mais o rei: Que tens? E disse ela: Esta mulher me disse: Dá a teu filho, para que hoje o comamos, e amanhã comeremos meu filho.
- Assim que cozemos meu filho, e o comemos. Mas dizendo-lhe eu ao outro dia: Dá a teu filho, para que também o comamos; escondeu seu filho.
- E sucedeu que, ouvindo o rei as palavras desta mulher, rasgou suas vestes, indo passando pelo muro; e o povo viu que eis que trazia um saco por de dentro, sobre sua carne.
- E disse: Assim me faça Deus, e assim me acrescente, se a cabeça de Eliseu, filho de Safate, hoje ficar sobre ele;
- – estava então Eliseu assentado em sua casa, e também os anciãos estavam assentados com ele. E enviou a um varão de diante de si; mas antes que o mensageiro viesse a ele, disse ele aos anciãos: Vistes como o filho do homicida enviou a tirar-me a cabeça? Olhai pois que, quando vier o mensageiro, lhe fecheis a porta, e o repuxeis fora com a porta; porventura, não vem o ruído dos pés de seu senhor após ele?
- E estando ele ainda falando com eles, eis que o mensageiro descia a ele. E disse: Eis que este mal vem do Senhor; que mais, pois, esperaria ao Senhor?
Capítulo 7
- Então disse Eliseu: Ouvi a palavra do Senhor: Assim diz o Senhor: Amanhã, quase a este tempo, uma medida de flor de farinha haverá por um siclo, e duas medidas de cevada por um siclo, à porta de Samaria.
- Porém um capitão, em cuja mão o rei se encostava, respondeu ao varão de Deus, e disse: Eis que, ainda que o Senhor fizesse janelas no céu, poder-se-ia fazer isso? E ele disse: Eis que o verás com teus olhos, porém daí não comerás.
- E quatro homens leprosos estavam à entrada da porta; os quais disseram um ao outro: Para que nós estamos aqui, até que venhamos a morrer?
- Se dissermos: Entremos na cidade, fome há na cidade, e morreremos aí; e se ficarmos aqui, também morreremos. Eia, pois, agora, e demos conosco no arraial dos sírios: se nos deixarem viver, viveremos; e se nos matarem, tão somente morreremos.
- E levantaram-se entre lusco e fusco, para se irem ao arraial dos sírios; e chegando à fronteira do arraial dos sírios, eis que não havia ali ninguém.
- Porque o Senhor fizera ouvir ao arraial dos sírios ruído de carros e ruído de cavalos, como o ruído de um grande exército. De maneira que disseram um ao outro: Eis que o rei de Israel alugou contra nós aos reis dos heteus e aos reis dos egípcios, para virem contra nós!
- Pelo que se levantaram, e entre lusco e fusco fugiram, e deixaram suas tendas, e seus cavalos, e seus asnos, e ao arraial como estava; e fugiram por salvarem sua vida.
- Chegando, pois, estes leprosos à fronteira do arraial, entraram numa tenda; e comeram, e beberam, e tomaram dali prata, e ouro, e vestes; e foram-se, e esconderam-no. Então tornaram, e entraram em outra tenda; e dali também algo tomaram, e foram, e esconderam-no.
- Então disseram um ao outro: Não fazemos bem: este dia é dia de boas novas, e nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, a iniquidade nos alcançará. Pelo que agora vamos, e anunciemo-lo à casa do rei.
- Vieram, pois, e bradaram ao porteiro da cidade; e anunciaram-lhes, dizendo: Fomos ao arraial dos sírios, e eis que lá não havia ninguém, nem voz de homem. Porém só cavalos atados, e asnos atados, e as tendas como estavam dantes.
- E ele chamou aos outros porteiros; e eles o anunciaram dentro, na casa do rei.
- E o rei se levantou de noite, e disse a seus servos: Far-vos-ei saber que é o que os sírios nos fizeram. Bem sabem eles que esfaimados estamos, pelo que se saíram do arraial, a esconder-se no campo, dizendo: Quando saírem da cidade, então vivos os tomaremos, e entraremos na cidade.
- Então um de seus servos respondeu, e disse: Tomem-se, pois, cinco dos cavalos restantes, que ficaram aqui dentro – pois são como toda a multidão dos israelitas, que ficaram aqui de resto, e como toda a multidão dos israelitas, que já pereceram –, e enviemo-los, e vejamos.
- Tomaram, pois, dois cavaleiros a cavalo. E o rei os enviou após o arraial dos sírios, dizendo: Ide, e vede.
- E foram após eles até o Jordão, e eis que todo o caminho estava cheio de vestes e de aviamentos que os sírios, apressando-se, lançaram fora; e tornaram os mensageiros, e anunciaram-no ao rei.
- Então saiu o povo, e saqueou o arraial dos sírios; e havia uma medida de flor de farinha por um siclo, e duas medidas de cevada por um siclo, conforme à palavra do Senhor.
- E pusera o rei à porta ao capitão em cuja mão se encostava, e o povo o atropelou na porta, e morreu: como falara o varão de Deus, o que falou quando o rei descera a ele.
- Porque assim sucedeu, como o varão de Deus falara ao rei, dizendo: Amanhã, quase a este tempo, haverá duas medidas de cevada por um siclo, e uma medida de flor de farinha por um siclo, à porta de Samaria.
- Ao que o capitão respondera ao varão de Deus, e dissera: Eis que, ainda que o Senhor fizesse janelas no céu, poder-se-ia isso fazer, conforme a essa palavra? E ele dissera: Eis que o verás com teus olhos, porém daí não comerás.
- E assim lhe sucedeu; porque o povo o atropelou à porta, e morreu.
Capítulo 8
- E falara Eliseu àquela mulher, cujo filho vivificara, dizendo: Levanta-te, e vai-te, tu e tua família, e peregrina onde puderes peregrinar. Porque o Senhor chamou a fome, a qual também virá à terra por sete anos.
- E a mulher se levantara, e fizera conforme à palavra do varão de Deus; porque fora ela com sua família, e peregrinara na terra dos filisteus por sete anos.
- E foi que, ao cabo dos sete anos, a mulher se tornou da terra dos filisteus; e saiu a clamar ao rei, por sua casa, e por seu chão.
- Então o rei falou a Geazi, moço do varão de Deus, dizendo: Conta-me ora todas as grandes obras que Eliseu tem feito.
- E foi que, contando ele ao rei como vivificara a um morto, eis que a mulher cujo filho vivificara clamou ao rei, por sua casa, e por seu chão. Então disse Geazi: Rei, meu senhor, esta é a mulher, e este seu filho, a quem Eliseu vivificou.
- E o rei o perguntou à mulher, e ela lho contou. Então o rei lhe deu um eunuco, dizendo: Faze-lhe tornar tudo quanto seu era, e todas as rendas do chão, desde o dia que deixou a terra, até agora.
- Depois veio Eliseu a Damasco, estando Ben-Hadade, rei da Síria, doente. E anunciaram-lho, dizendo: O varão de Deus é vindo aqui.
- Então o rei disse a Hazael: Toma um presente em tua mão, e vai ao varão de Deus ao encontro. E pergunta por ele ao Senhor, dizendo: Sararei eu desta enfermidade?
- Foi-lhe, pois, Hazael ao encontro, e tomou um presente em sua mão: de todo o bom de Damasco, quarenta camelos carregados. E veio, e pôs-se perante ele, e disse: Teu filho Ben-Hadade, rei da Síria, me enviou a ti, a dizer-te: Sararei eu desta enfermidade?
- E Eliseu lhe disse: Vai, dize-lhe: Certamente sararás. Mas o Senhor me tem mostrado que certamente morrerá.
- E afirmou sua vista, e pô-la firme nele, até se envergonhar; e chorou o varão de Deus.
- Então disse Hazael: Por que chora meu senhor? E ele disse: Porquanto bem sei o mal que hás de fazer aos filhos de Israel: suas fortalezas porás a fogo, e seus mancebos matarás à espada, e seus meninos despedaçarás, e suas prenhes racharás.
- E disse Hazael: Pois que é teu servo, o cão, para fazer tão grande coisa? E disse Eliseu: O Senhor me tem mostrado que tu hás de ser rei da Síria.
- Então se partiu de Eliseu, e se veio a seu senhor; o qual lhe disse: Que te disse Eliseu? E disse ele: Disse-me que certamente sararás.
- E sucedeu ao dia seguinte que tomou um cobertor, e molhou-o na água, e estendeu-o sobre sua face; e morreu. E Hazael reinou em seu lugar.
- E no ano quinto de Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, reinando ainda Josafá em Judá, começou a reinar Jeorão, filho de Josafá, rei de Judá.
- De idade de trinta e dois anos era, quando começou a reinar; e oito anos reinou em Jerusalém.
- E andou no caminho dos reis de Israel, como também fizeram os da casa de Acabe; porque tinha por mulher a filha de Acabe. E fez o mal aos olhos do Senhor.
- Porém o Senhor não quis destruir a Judá, por amor de Davi, seu servo; como lhe tinha dito, que lhe daria por seus filhos para sempre uma lâmpada.
- Em seus dias, se rebelaram os edomeus de debaixo do mando de Judá; e puseram rei sobre si.
- Pelo que Jorão passou a Zair, e todos os carros com ele. E ele se levantou de noite, e feriu aos edomeus que estavam ao redor dele, e aos maiorais dos carros; e o povo se foi a suas tendas.
- Todavia os edomeus se ficaram rebeldes de debaixo do mando de Judá, até o dia de hoje. Então também se rebelou Libna, no mesmo tempo.
- O demais dos sucessos de Jeorão, e tudo quanto mais fez; porventura não está escrito no livro das crônicas de Judá?
- E Jeorão dormiu, com seus pais; e foi sepultado junto a seus pais, na cidade de Davi. E Acazias, seu filho, reinou em seu lugar.
- No ano doze de Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, começou a reinar Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá.
- De vinte e dois anos de idade era Acazias, quando começou a reinar, e um ano reinou em Jerusalém. E era o nome de sua mãe Atalía, filha de Onri, rei de Israel.
- E andou no caminho da casa de Acabe, e fez o mal aos olhos do Senhor, como a casa de Acabe; porque era genro da casa de Acabe.
- E foi com Jorão, filho de Acabe, a Ramote em Gileade, à peleja contra Hazael, rei da Síria; e os sírios feriram a Jorão.
- Então o rei Jorão se tornou, a curar-se em Jezreel das feridas que os sírios lhe deram em Ramá, quando pelejou contra Hazael, rei da Síria. E desceu Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá, a ver a Jorão, filho de Acabe, em Jezreel; porquanto estava enfermo.
Capítulo 9
- Então o profeta Eliseu chamou a um dos filhos dos profetas. E disse-lhe: Cinge teus lombos, e toma esta almotolia de azeite em tua mão, e vai-te a Ramote de Gileade.
- E chegando lá, vê onde está Jeú, filho de Josafá, filho de Ninsi, e entra, e faze-o levantar do meio de seus irmãos, e leva-o à recâmara interior.
- E toma a almotolia de azeite, e derrama-o sobre sua cabeça, e dize: Assim diz o Senhor: Ungi-te por rei sobre Israel. Então abre a porta, e foge, e não te detenhas.
- Foi pois o mancebo, o mancebo do profeta, a Ramote de Gileade.
- E entrando ele, eis que os capitães do exército estavam assentados ali; e disse: Capitão, tenho uma palavra que dizer-te. E disse Jeú: A qual de todos nós outros? E disse: A ti, capitão.
- Então se levantou, e entrou na casa, e derramou o azeite sobre sua cabeça. E disse-lhe: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Ungi-te por rei sobre o povo do Senhor, sobre Israel.
- E ferirás a casa de Acabe, teu senhor; para que eu vingue o sangue de meus servos, os profetas, e o sangue de todos os servos do Senhor, da mão de Jezabel.
- E toda a casa de Acabe perecerá; e destruirei de Acabe todo o que tem fôlego, assim ao encerrado como ao desamparado em Israel.
- Porque a casa de Acabe hei de fazer como a casa de Jeroboão, filho de Nebate; e como a casa de Baasá, filho de Aías.
- E os cães comerão a Jezabel, no pedaço de chão de Jezreel; e não haverá quem a enterre. Então abriu a porta, e fugiu.
- E saindo Jeú aos servos de seu senhor, disseram-lhe: Vai tudo bem? Por que veio este louco a ti? E ele lhes disse: Bem conheceis ao varão e seu falar.
- Mas eles disseram: É mentira; faze-no-lo saber. E disse: Assim e assim me falou, dizendo: Assim diz o Senhor: Ungi-te por rei sobre Israel.
- Então se apressaram, e cada qual tomou sua veste, e a pôs debaixo dele, no mais alto degrau. E tocaram a buzina, e disseram: Jeú reina!
- Assim Jeú, filho de Josafá, filho de Ninsi, conjurou contra Jorão. (Tinha porém Jorão em guarda a Ramote de Gileade, ele e todo Israel, por causa de Hazael, rei da Síria;
- Porém o rei Jorão se tornara, a curar-se em Jezreel das feridas que os sírios lhe deram, quando pelejou contra Hazael, rei da Síria). E disse Jeú: Se é vossa vontade, ninguém saia da cidade, nem escape, para ir a denunciar isto em Jezreel.
- Então Jeú subiu no carro, e foi-se a Jezreel; porquanto Jorão estava deitado ali. E também Acazias, rei de Judá, descera a ver a Jorão.
- E a atalaia estava na torre em Jezreel, e viu a tropa de Jeú que vinha, e disse: Vejo uma tropa. Então disse Jorão: Toma um cavaleiro, e envia-lho ao encontro; e diga: Há paz?
- E o cavaleiro lhe foi ao encontro, e disse: Assim diz o rei: Há paz? E disse Jeú: Que tens tu a ver com a paz? Vira-te após mim. E a atalaia o fez saber, dizendo: Chegou a eles o mensageiro, porém não torna.
- Então enviou a outro cavaleiro; e chegando este a eles, disse: Assim diz o rei: Há paz? E disse Jeú: Que tens tu a ver com a paz? Vira-te após mim.
- E a atalaia o fez saber, dizendo: Também este chegou a eles, porém não torna. E a marcha parece como a marcha de Jeú, filho de Ninsi; porque soía marchar furiosamente.
- Então disse Jorão: Prepara o carro; e prepararam seu carro. E saiu Jorão, rei de Israel, e Acazias, rei de Judá, cada um em seu carro; e saíram ao encontro a Jeú, e acharam-no no pedaço de chão de Nabote, o jezreelita.
- E foi que, vendo Jorão a Jeú, disse: Há pois paz, Jeú? E disse ele: Que paz, enquanto as fornicações de tua mãe, Jezabel, e suas feitiçarias, são tantas?
- Então Jorão volveu sua mão, e fugiu. E disse a Acazias: Engano há, Acazias.
- Mas Jeú entesou seu arco, e feriu a Jorão entre seus braços, e a flecha saiu por seu coração; e caiu em seu carro.
- Então Jeú disse a Bidcar, seu capitão: Toma-o, e lança-o no pedaço de chão de Nabote, o jezreelita. Porque lembra-te que, indo eu e tu juntos a cavalo após seu pai, Acabe, o Senhor pôs sobre ele esta carga, dizendo:
- Se eu, ontem à tarde, não visse o sangue de Nabote, e o sangue de seus filhos, diz o Senhor, também to não pagaria neste pedaço de chão, diz o Senhor. Eia, pois, toma-o, e lança-o nesse pedaço de chão, conforme à palavra do Senhor.
- O que vendo Acazias, rei de Judá, fugiu pelo caminho da casa do jardim. Porém Jeú seguiu após ele, e disse: Também a este feri no carro, à subida de Gur, que está junto a Ibleão; e fugiu a Megidô, e morreu ali.
- E seus servos o levaram num carro a Jerusalém; e sepultaram-no em sua sepultura, junto a seus pais, na cidade de Davi.
- (E no ano undécimo de Jorão, filho de Acabe, começou Acazias a reinar sobre Judá).
- E Jeú veio a Jezreel; o que ouvindo Jezabel, tingiu seus olhos com álcool, e enfeitou sua cabeça, e olhou da janela.
- E entrando Jeú pelas portas, disse ela: Há paz, ó Zinri, matador de seu senhor?
- E ele levantou seu rosto para a janela, e disse: Quem é comigo? Quem? E dois ou três eunucos olharam para ele.
- Então disse ele: Empurrai-a d’alto a baixo; e empurraram-na d’alto a baixo. E com seu sangue a parede e os cavalos foram salpicados, e ele a fez atropelar.
- Entrando ele, pois, e havendo comido e bebido, disse: Olhai por aquela maldita, e sepultai-a. Porque é filha de rei.
- E foram para sepultá-la. Porém não acharam dela senão somente a caveira, e os pés, e as palmas de suas mãos.
- Então tornaram, e fizeram-lho saber; e ele disse: Esta é a palavra do Senhor, a qual falou pelo ministério de Elias, o tisbita, seu servo, dizendo: No pedaço de chão de Jezreel, os cães comerão a carne de Jezabel.
- E o corpo de Jezabel será como esterco sobre o campo, no pedaço de chão de Jezreel. De maneira que se não possa dizer: Essa é Jezabel.
Capítulo 10
- E Acabe tinha setenta filhos em Samaria. E Jeú escreveu cartas, e enviou-as a Samaria, aos maiorais de Jezreel, aos anciãos, e aos aios de Acabe, dizendo:
- Logo em chegando a vós outros esta carta, pois estão convosco os filhos de vosso senhor; como também os carros, e os cavalos, e a cidade fortalecida, e as armas;
- Olhai pelo melhor e mais reto dos filhos de vosso senhor, ao qual ponde sobre o trono de seu pai; e pelejai pela casa de vosso senhor.
- Porém eles temeram muitíssimo, e disseram: Eis que dois reis não puderam parar perante ele. Como pararíamos nós outros, logo?
- Então o que tinha o encargo da casa, e o que tinha o encargo da cidade, e os anciãos, e os aios, enviaram a Jeú, dizendo: Teus servos somos, e tudo quanto nos disseres, faremos. A ninguém poremos por rei: faze o que parecer bem aos teus olhos.
- Então pela segunda vez lhes escreveu, outra carta, dizendo: Se sois meus, e ouvirdes minha voz, tomai as cabeças dos varões, filhos de vosso senhor, e amanhã, a este tempo, vinde a mim a Jezreel. (E os filhos do rei, setenta varões, estavam com os grandes da cidade, que os mantinham).
- Sucedeu pois que, chegada a carta a eles, tomaram aos filhos do rei, e degolaram a setenta varões; e puseram suas cabeças em cestos, e mandaram-lhas a Jezreel.
- E um mensageiro veio, e anunciou-lhe, dizendo: Trouxeram as cabeças dos filhos do rei. E ele disse: Ponde-as em dois montões à entrada da porta, até amanhã.
- E foi que, pela manhã, saindo ele, parou, e disse a todo o povo: Justos sois vós outros. Eis que eu conspirei contra meu senhor, e o matei; mas quem feriu a todos estes?
- Sabei, pois, agora que, da palavra do Senhor, que o Senhor falou contra a casa de Acabe, nada cairá em terra; porque o Senhor tem feito o que falou pelo ministério de seu servo Elias.
- Também Jeú feriu a todos os restantes da casa de Acabe em Jezreel, como também a todos seus grandes, e a seus conhecidos, e a seus sacerdotes; até que nenhum lhe deixou ficar de resto.
- Então se levantou, e partiu-se, e se foi a Samaria; e estando no caminho, em Bete-Equede dos pastores,
- Jeú achou aos irmãos de Acazias, rei de Judá, e disse: Quem sois vós outros? E eles disseram: Os irmãos de Acazias somos; e descemos a saudar aos filhos do rei, e aos filhos da rainha.
- Então disse ele: Pegai-os vivos; e os pegaram vivos. E os degolaram junto ao poço de Bete-Equede, a quarenta e dois varões, e a nenhum deles deixou de resto.
- E partindo-se dali, encontrou a Jonadabe, filho de Recabe, que lhe vinha ao encontro; ao qual saudou, e lhe disse: É teu coração reto, como meu coração com teu coração o é? E disse Jonadabe: É, e re-é; dá-me a mão. E deu-lhe a mão, e fê-lo subir consigo no carro.
- E disse: Vai comigo, e olha meu zelo para com o Senhor; e puseram-no em seu carro.
- E chegando a Samaria, feriu a todos os que ficaram de Acabe em Samaria, até que de todo o destruiu: conforme à palavra do Senhor, que dissera a Elias.
- E ajuntou Jeú a todo o povo, e disse-lhes: Pouco serviu Acabe a Baal; Jeú, porém, muito o servirá.
- Pelo que chamai-me agora a todos os profetas de Baal, a todos seus servos, e a todos seus sacerdotes; nenhum falte, porque tenho um grande sacrifício para Baal: todo aquele que faltar, não viverá. Porém Jeú fazia isto com astúcia, para destruir os servos de Baal.
- Disse mais Jeú: Consagrai a Baal um dia de proibição; e apregoaram-no.
- Também Jeú enviou por todo Israel, e todos os servos de Baal vieram, e nenhum varão deles ficou que não viesse. E entraram na casa de Baal, e encheu-se a casa de Baal de cabo a cabo.
- Então disse ao que tinha encargo do vestiário: Tira as vestes para todos os servos de Baal. E tirou-lhes as vestes.
- E entrou Jeú com Jonadabe, filho de Recabe, na casa de Baal. E disse aos servos de Baal: Inquiri, e vede bem, que porventura nenhum dos servos do Senhor aqui haja convosco, senão somente os servos de Baal.
- E entrando eles a fazerem sacrifícios e holocaustos, Jeú fora se preparou oitenta varões, e disse-lhes: Se escapar algum dos varões que eu pus em vossas mãos, sua vida será pela dele.
- E foi que, acabando de fazerem o holocausto, disse Jeú aos de sua guarda, e aos capitães: Entrai, feri-os, nenhum escape; e os feriram a fio da espada. E os da guarda, e os capitães, os lançaram fora; então se foram à cidade, à casa de Baal.
- E tiraram as estátuas da casa de Baal, e queimaram-nas.
- Também quebraram a estátua de Baal; e derribaram a casa de Baal, e fizeram dela privadas, até o dia de hoje.
- E assim Jeú a Baal destruiu de Israel.
- Porém não se apartou Jeú de seguir os pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel: dos bezerros de ouro que em Betel e que em Dã estavam.
- Pelo que disse o Senhor a Jeú: Porquanto bem te houveste em fazer o que é reto aos meus olhos; e conforme a tudo quanto eu tinha em meu coração, fizeste à casa de Acabe: teus filhos até a quarta geração se assentarão no trono de Israel.
- Mas Jeú não atentou em andar com todo seu coração na Lei do Senhor, Deus de Israel; nem se apartou dos pecados de Jeroboão, que fez pecar a Israel.
- Naqueles dias, começou o Senhor a cortar em Israel; porque Hazael os feriu em todos os termos de Israel:
- Desde o Jordão até o nascimento do sol, a toda a terra de Gileade, dos gaditas, e dos rubenitas, e dos manassitas: desde Aroer, que está junto ao ribeiro de Arnom, e a Gileade, e a Basã.
- Ora, o demais dos sucessos de Jeú, e tudo quanto mais fez, e todo seu poder; porventura não está escrito no livro das crônicas de Israel?
- E Jeú dormiu, com seus pais; e sepultaram-no em Samaria. E Joacaz, seu filho, reinou em seu lugar.
- E os dias que Jeú reinou sobre Israel em Samaria, foram vinte e oito anos.
Capítulo 11
- Vendo pois Atalía, mãe de Acazias, que seu filho era morto; levantou-se, e destruiu a toda a semente real.
- Mas Jeosebá, filha do rei Jeorão, irmã de Acazias, tomou a Joás, filho de Acazias, e furtou-o dentre os filhos do rei, aos quais matavam, e a ele e a sua ama os pôs na recâmara; e escondeu-o de diante de Atalía, e assim não o mataram.
- E esteve com ela escondido na casa do Senhor seis anos; e Atalía reinava sobre a terra.
- E ao sétimo ano, enviou Joiadá, e tomou os centuriões, com os capitães e com os da guarda, e meteu-os consigo na casa do Senhor; e fez com eles aliança, e ajuramentou-os na casa do Senhor, e mostrou-lhes o filho do rei.
- E mandou-lhes, dizendo: Esta é a obra que vós outros haveis de fazer: uma terça parte de vós outros, os que entram ao sábado, fará a guarda da casa do rei.
- E outra terça parte estará à porta de Sur; e outra terça parte, à porta de trás dos da guarda. Assim fareis a guarda desta casa, contra toda irrupção.
- E as duas partes de vós outros, todos os que saem ao sábado, farão a guarda da casa do Senhor, junto ao rei.
- E ao rei cercareis ao redor, cada qual com suas armas em suas mãos; e àquele que entrar entre as fileiras, matá-lo-ão. E vós outros estai com o rei, quando sair, e quando entrar.
- Fizeram, pois, os centuriões conforme a tudo quanto mandara o sacerdote Joiadá, tomando cada qual seus varões, assim aos que entravam ao sábado, como aos que saíam ao sábado; e vieram ao sacerdote Joiadá.
- E o sacerdote deu aos centuriões as lanças e os escudos que haviam sido do rei Davi, que estavam na casa do Senhor.
- E os da guarda se puseram, cada qual com suas armas em suas mãos, desde a direita da casa até a esquerda da casa, da banda do altar e da banda da casa: junto ao rei, ao redor.
- Então tirou ao filho do rei, e pôs-lhe a coroa, e deu-lhe o testemunho; e fizeram-no rei, e ungiram-no. E bateram as mãos, e disseram: Viva o rei!
- E ouvindo Atalía a voz dos da guarda e do povo, entrou junto ao povo na casa do Senhor.
- E olhou, e eis que o rei estava junto à coluna, conforme ao costume, e os maiorais e as trombetas junto ao rei; e todo o povo da terra estava alegre, e tocava as trombetas. Então Atalía rasgou seus vestidos, e clamou: Traição, traição!
- Porém o sacerdote Joiadá mandou aos centuriões, que tinham o encargo do exército, e disse-lhes: Tirai-a até fora das fileiras; e a quem a seguir, matai-o à espada. Porque o sacerdote dissera: Não a matem na casa do Senhor.
- E deram-lhe lugar, e foi-se pelo caminho da entrada dos cavalos à casa do rei; e ali a mataram.
- E Joiadá fez aliança entre o Senhor, e o rei, e o povo, de que seria povo do Senhor; como também entre o rei e o povo.
- Então todo o povo da terra entrou na casa de Baal, e derribaram-na, como também seus altares; e suas imagens mui bem quebraram, e a Matã, sacerdote de Baal, mataram perante os altares. Então o sacerdote ordenou os ofícios na casa do Senhor.
- E tomou aos centuriões, e aos capitães, e aos da guarda, e a todo o povo da terra, e fizeram descer o rei da casa do Senhor; e vieram à casa do rei, pelo caminho da porta dos da guarda. E assentou-se no trono dos reis.
- E todo o povo da terra se alegrou, e a cidade repousou: depois que a Atalía mataram à espada, junto à casa do rei.
- Era Joás de idade de sete anos quando começou a reinar.
Capítulo 12
- No ano sétimo de Jeú, começou Joás a reinar, e quarenta anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Zíbia, de Berseba.
- E fez Joás o que era reto aos olhos do Senhor todos os dias em que o sacerdote Joiadá o instruía.
- Tão somente os altos se não tiraram, porque ainda o povo sacrificava e queimava perfumes nos altos.
- E disse Joás aos sacerdotes: Todo o dinheiro das coisas santas que se trouxer à casa do Senhor, isto é, o dinheiro daquele que passa aos contados, o dinheiro de cada uma das pessoas, segundo sua avaliação; e todo o dinheiro que à vontade de cada um vier, para o trazer à casa do Senhor;
- Os sacerdotes o recebam, cada qual de seus conhecidos; e eles reparem as quebraduras da casa, onde quer que se achar quebradura nela.
- Sucedeu porém que, no ano vinte e três do rei Joás, os sacerdotes ainda não haviam reparado as quebraduras da casa.
- Então o rei Joás chamou ao sacerdote Joiadá, e aos demais sacerdotes, e disse-lhes: Por que não reparais as quebraduras da casa? Agora, pois, não tomeis mais dinheiro de vossos conhecidos, para o dar pelas quebraduras da casa.
- E consentiram os sacerdotes, em não tomarem mais dinheiro do povo, nem de repararem as quebraduras da casa.
- Porém o sacerdote Joiadá tomou uma arca, e fez um buraco em sua tampa. E pô-la junto ao altar, à mão direita de quando alguém entrava na casa do Senhor; e os sacerdotes, que guardavam a entrada da porta, metiam ali todo o dinheiro que se trazia à casa do Senhor.
- Sucedeu pois que, vendo eles que já havia muito dinheiro na arca, o tabelião do rei subia com o sumo pontífice, e contavam e ensacavam o dinheiro que se achava na casa do Senhor.
- E o dinheiro, bem pesado, davam nas mãos dos vedores da obra, que tinham encargo da casa do Senhor; e eles o distribuíam aos carpinteiros, e aos edificadores, que reparavam a casa do Senhor;
- Como também aos pedreiros, e aos cabouqueiros, e para comprarem madeira e pedras de cantaria, para repararem as quebraduras da casa do Senhor; e para tudo quanto para a casa se dava, para assim a repararem.
- Todavia, do dinheiro que se trazia à casa do Senhor, ainda não se faziam nem taças de prata, nem cutelas, nem bacias, nem trombetas, nem nenhum vaso de ouro, ou vaso de prata, para a casa do Senhor.
- Porque aos que faziam a obra, o davam; e reparavam com ele a casa do Senhor.
- Também conta não pediam aos varões em cujas mãos entregavam aquele dinheiro, para o dar aos que faziam a obra; porquanto fielmente tratavam.
- Mas o dinheiro de sacrifício por delitos, e o dinheiro por sacrifício de pecados, se não trazia à casa do Senhor: para os sacerdotes era.
- Então subiu Hazael, rei da Síria, e pelejou contra Gate, e tomou-a. Depois Hazael pôs sua face em subir contra Jerusalém.
- Porém Joás, rei de Judá, tomou todas as coisas santas que Josafá, e Jeorão, e Acazias, seus pais, reis de Judá, consagraram, e as que ele mesmo tinha consagrado, como também todo o ouro que se achou nos tesouros da casa do Senhor, e na casa do rei; e mandou-o a Hazael, rei da Síria, e então este se retirou de Jerusalém.
- Ora, o demais dos sucessos de Joás, e tudo quanto mais fez; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
- E seus servos se levantaram, e conspiraram contra ele; e feriram a Joás na casa de Milo, que desce à Sila.
- Porque Jozacar, filho de Simeate, e Jozabade, filho de Somer, seus servos, o feriram, e morreu; e sepultaram-no com seus pais, na cidade de Davi. E Amasias, seu filho, reinou em seu lugar.
Capítulo 13
- Desde o ano vinte e três de Joás, filho de Acazias, rei de Judá, reinou Joacaz, filho de Jeú, sobre Israel em Samaria, por dezessete anos.
- E fez o mal aos olhos do Senhor; porque andou após os pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel, e não se apartou deles.
- Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel; e deu-os na mão de Hazael, rei da Síria, e na mão de Ben-Hadade, filho de Hazael, todos aqueles dias.
- Porém Joacaz orou fervorosamente à face do Senhor; e o Senhor o ouviu, porque viu a opressão de Israel, que os oprimia o rei da Síria.
- (Assim que o Senhor deu libertador a Israel, e saíram de debaixo das mãos dos sírios; e os filhos de Israel habitaram em suas tendas, como dantes;
- Contudo, se não apartaram dos pecados da casa de Jeroboão, que fez pecar a Israel, porém andou neles; e também Aserá ficou em pé em Samaria).
- Porque não deixara a Joacaz mais povo, senão só a cinquenta cavaleiros, e dez carros, e dez mil homens de pé; porquanto o rei da Síria os matara, e fê-los como a pó, trilhando-os.
- Ora, o demais dos sucessos de Joacaz, e tudo quanto mais fez, e seu poder; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
- E Joacaz dormiu, com seus pais; e sepultaram-no em Samaria. E Joás, seu filho, reinou em seu lugar.
- Desde o ano trinta e sete de Joás, rei de Judá, reinou Joás, filho de Joacaz, sobre Israel em Samaria, por dezesseis anos.
- E fez o mal aos olhos do Senhor: não se apartou de todos os pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel, porém andou neles.
- Ora, o demais dos sucessos de Joás, e de tudo quanto mais fez, e seu poder, com que pelejou contra Amasias, rei de Judá; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
- E Joás dormiu, com seus pais; e Jeroboão se assentou em seu trono. E Joás foi sepultado em Samaria, junto aos reis de Israel.
- E adoecera Eliseu de sua doença, de que morreu. E Joás, rei de Israel, descera a ele, e chorara sobre sua face, e dissera: Pai meu, pai meu, carro de Israel e seus cavaleiros!
- E Eliseu lhe disse: Toma um arco, e flechas. E tomou-se um arco, e flechas.
- Então disse ao rei de Israel: Põe tua mão ao arco; e pôs sua mão a ele. E Eliseu pôs suas mãos sobre as mãos do rei.
- E disse: Abre a janela para o oriente; e abriu-a. Então disse Eliseu: Atira; e atirou; e disse: A flecha é do livramento do Senhor, e a flecha do livramento contra os sírios; porque ferirás aos sírios em Afeca, até os consumir.
- Disse mais: Toma as flechas; e tomou-as. Então disse ao rei de Israel: Fere a terra; e feriu-a três vezes, e cessou.
- Então o varão de Deus se indignou muito contra ele, e disse: Cinco ou seis vezes a houveras de ferir; então feririas aos sírios, até os consumir. Porém agora só três vezes ferirás aos sírios.
- Depois morreu Eliseu, e sepultaram-no; e as tropas dos moabitas entraram na terra, à entrada do ano.
- E sucedeu que, enterrando a um homem, eis que viram uma tropa, e lançaram o homem na sepultura de Eliseu. E caindo nela o homem, e tocando os ossos de Eliseu, reviveu, e levantou-se sobre seus pés.
- E Hazael, rei da Síria, oprimiu a Israel, todos os dias de Joás.
- Porém o Senhor teve misericórdia deles, e apiedou-se deles, e volveu-se a eles, por amor de seu concerto com Abraão, Isaque e Jacó; e não os quis destruir, e não os lançou fora de sua face, até agora.
- E morreu Hazael, rei da Síria; e Ben-Hadade, seu filho, reinou em seu lugar.
- E Joás, filho de Joacaz, tornou a tomar as cidades das mãos de Ben-Hadade, que ele tomara das mãos de Joacaz, seu pai, na guerra: três vezes Joás o feriu, e recuperou as cidades de Israel.
Capítulo 14
- No ano segundo de Joás, filho de Joacaz, rei de Israel, começou a reinar Amasias, filho de Joás, rei de Judá.
- De vinte e cinco anos era quando começou a reinar, e vinte e nove anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Joadã, de Jerusalém.
- E fez o que era reto aos olhos do Senhor, ainda que não como seu pai Davi; fez porém conforme a tudo o que fizera Joás, seu pai.
- Tão somente os altos se não tiraram; porque ainda o povo sacrificava e queimava perfumes nos altos.
- Sucedeu pois que, sendo já o reino confirmado em sua mão, matou a seus servos que mataram ao rei, seu pai.
- Porém aos filhos dos matadores não matou. Como está escrito no Livro da Lei de Moisés, onde o Senhor mandou, dizendo: Não matarão aos pais pelos filhos, e aos filhos não matarão pelos pais, mas a cada um por seu pecado matarão.
- Este feriu a dez mil edomeus no Vale do Sal, e tomou a Sela por guerra; e chamou seu nome Jocteel, até o dia de hoje.
- Então Amasias enviou mensageiros a Joás, filho de Joacaz, filho de Jeú, rei de Israel, dizendo: Vem, vejamo-nos cara a cara.
- Porque Joás, rei de Israel, enviou a Amasias, rei de Judá, dizendo: O cardo que está no Líbano enviou ao cedro que está no Líbano, dizendo: Dá tua filha a meu filho por mulher. Mas os animais do campo que há no Líbano passaram, e pisaram ao cardo.
- Em verdade que feriste aos edomeus, pelo que teu coração a ti te levantou. Retém tua honra, e fica-te em casa; pois por que te misturarias no mal, para caíres tu, e Judá contigo?
- Mas Amasias não o ouviu, pelo que subiu Joás, rei de Israel, e viram-se cara a cara, ele e Amasias, rei de Judá: em Bete-Semes, que está em Judá.
- E Judá foi ferido perante Israel; e fugiu cada qual a suas tendas.
- E Joás, rei de Israel, tomou a Amasias, rei de Judá, filho de Joás, o filho de Acazias, em Bete-Semes; e veio a Jerusalém, e quebrou no muro de Jerusalém, desde a porta de Efraim, até a porta da esquina, até quatrocentos côvados.
- E tomou todo o ouro, e a prata; e todos os vasos que se acharam na casa do Senhor, e nos tesouros da casa do rei, como também os reféns. E tornou-se a Samaria.
- Ora, o demais dos sucessos de Joás, o que mais fez, e seu poder, e como pelejou contra Amasias, rei de Judá; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
- E dormiu, Joás com seus pais; e foi sepultado em Samaria, junto aos reis de Israel. E Jeroboão, seu filho, reinou em seu lugar.
- E viveu Amasias, filho de Joás, rei de Judá, depois da morte de Joás, filho de Joacaz, rei de Israel, quinze anos.
- Ora, o demais dos sucessos de Amasias, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
- E conspiraram contra ele em Jerusalém, e acolheu-se a Laquis; porém enviaram após ele até Laquis, e mataram-no ali.
- E trouxeram-no sobre cavalos; e sepultaram-no em Jerusalém, junto a seus pais, na cidade de Davi.
- E todo o povo de Judá tomou a Azarias, que já era de dezesseis anos; e fizeram-no rei em lugar de Amasias, seu pai.
- Este edificou a Elate, e restituiu-a a Judá: depois que o rei dormiu, com seus pais.
- Desde o ano quinze de Amasias, filho de Joás, rei de Judá; reinou Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, em Samaria, quarenta e um anos.
- E fez o mal aos olhos do Senhor: nunca se apartou de todos os pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel.
- Também este restituiu os termos de Israel, desde a entrada de Hamate, até o mar da planície: conforme à palavra do Senhor, Deus de Israel, a qual falara pelo ministério de seu servo Jonas, filho do profeta Amitai, o qual era de Gate-Hefer.
- Porque viu o Senhor que a miséria de Israel era mui amarga; e que nem havia encerrado, nem desamparado, nem quem ajudasse a Israel.
- E ainda não falara o Senhor de apagar o nome de Israel de debaixo do céu; porém livrou-os por mão de Jeroboão, filho de Joás.
- Ora, o demais dos sucessos de Jeroboão, e tudo quanto fez, e seu poder, como pelejou, e como restituiu a Damasco e a Hamate, pertencentes a Judá, sendo rei em Israel; porventura não está escrito no livro das crônicas de Israel?
- E Jeroboão dormiu, com seus pais, com os reis de Israel; e Zacarias, seu filho, reinou em seu lugar.
Capítulo 15
- No ano vinte e sete de Jeroboão, rei de Israel, começou a reinar Azarias, filho de Amasias, rei de Judá.
- De dezesseis anos era quando começou a reinar, e cinquenta e dois anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Jecolia, de Jerusalém.
- E fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme a tudo o que fizera Amasias, seu pai.
- Tão somente os altos se não tiraram, porque ainda o povo sacrificava e queimava perfumes nos altos.
- E o Senhor feriu ao rei, e ficou leproso até o dia de sua morte; e habitou numa casa separada. Porém Jotão, filho do rei, tinha o encargo da casa, julgando ao povo da terra.
- Ora, o demais dos sucessos de Azarias, e tudo o mais que fez; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
- E Azarias dormiu, com seus pais; e sepultaram-no junto a seus pais, na cidade de Davi. E Jotão, seu filho, reinou em seu lugar.
- No ano trinta e oito de Azarias, rei de Judá, reinou Zacarias, filho de Jeroboão, sobre Israel, em Samaria, seis meses.
- E fez o mal aos olhos do Senhor, como tinham feito seus pais: nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel.
- E Salum, filho de Jabes, conspirou contra ele; e feriu-o perante o povo, e matou-o. E reinou em seu lugar.
- Ora, o demais dos sucessos de Zacarias, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel.
- Esta foi a palavra do Senhor, que falou a Jeú, dizendo: Teus filhos, até a quarta geração, se te assentarão sobre o trono de Israel. E assim foi.
- Salum, filho de Jabes, começou a reinar no ano trinta e nove de Uzias, rei de Judá; e reinou um inteiro mês em Samaria.
- Porque Manaém, filho de Gadi, subiu de Tirza, e veio a Samaria; e feriu a Salum, filho de Jabes, em Samaria. E matou-o, e reinou em seu lugar.
- Ora, o demais dos sucessos de Salum, e sua conspiração, que fez; eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel.
- Então Manaém feriu a Tifsa, e a todos os que nela havia, como também a seus termos, desde Tirza, porque não lhe tinham aberto, e feriu-os; e rachou a todas suas grávidas.
- Desde o ano trinta e nove de Azarias, rei de Judá, Manaém, filho de Gadi, reinou sobre Israel dez anos, em Samaria.
- E fez o mal aos olhos do Senhor: todos seus dias se não apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel.
- Então veio Pul, rei da Assíria, contra a terra; e Manaém deu a Pul mil talentos de prata: para que sua mão fosse com ele, a fim de firmar o reino em sua mão.
- E Manaém tirou este dinheiro de Israel, de todos os fortes em poder, para dar ao rei da Assíria: por cada varão, cinquenta siclos de prata. Assim o rei da Assíria se tornou, e não ficou ali na terra.
- Ora, o demais dos sucessos de Manaém, e tudo quanto mais fez; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
- E Manaém dormiu, com seus pais; e Pecaías, seu filho, reinou em seu lugar.
- Desde o ano cinquenta de Azarias, rei de Judá, reinou Pecaías, filho de Manaém, sobre Israel, em Samaria, dois anos.
- E fez o mal aos olhos do Senhor: nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel.
- E Pecá, filho de Remalias, seu capitão, conspirou contra ele, e feriu-o em Samaria, no paço da casa do rei, juntamente com Argobe, e com Arié; e com ele estavam cinquenta varões dos filhos dos gileaditas. E matou-o, e reinou em seu lugar.
- Ora, o demais dos sucessos de Pecaías, e tudo quanto mais fez; eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel.
- Desde o ano cinquenta e dois de Azarias, rei de Judá, reinou Pecá, filho de Remalias, sobre Israel, em Samaria, vinte anos.
- E fez o mal aos olhos do Senhor: nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel.
- Nos dias de Pecá, rei de Israel, veio Tiglate-Pileser, rei da Assíria; e tomou a Jiom, e a Abel de Bete-Maaca, e a Janoa, e a Quedes, e a Hazor, e a Gileade, e a Galileia, e a toda a terra de Naftali. E levou-os a Assíria.
- E Oseias, filho de Elá, conspirou contra Pecá, filho de Remalias, e feriu-o, e matou-o, e reinou em seu lugar: aos vinte anos de Jotão, filho de Uzias.
- Ora, o demais dos sucessos de Pecá, e tudo quanto mais fez; eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel.
- No ano segundo de Pecá, filho de Remalias, rei de Israel, começou a reinar Jotão, filho de Uzias, rei de Judá.
- De vinte e cinco anos de idade era quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Jerusa, filha de Zadoque.
- E fez o que era reto aos olhos do Senhor: conforme a tudo quanto fizera seu pai, Uzias, fez.
- Tão somente os altos se não tiraram, porque ainda o povo sacrificava e queimava perfumes nos altos. Este edificou a porta da casa do Senhor.
- Ora, o demais dos sucessos de Jotão, e tudo quanto mais fez; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
- Naqueles dias começou o Senhor a enviar a Judá a Rezim, rei da Síria; e a Pecá, filho de Remalias.
- E Jotão dormiu, com seus pais; e foi sepultado junto a seus pais na cidade de Davi, seu pai. E Acaz, seu filho, reinou em seu lugar.
Capítulo 16
- No ano dezessete de Pecá, filho de Remalias, começou a reinar Acaz, filho de Jotão, rei de Judá.
- De vinte anos de idade era Acaz quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém; e não fez o que era reto aos olhos do Senhor, seu Deus, como Davi, seu pai.
- Porque andou no caminho dos reis de Israel; e até a seu filho fez passar pelo fogo, segundo as abominações das gentes que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel.
- Também sacrificou e queimou perfumes nos altos, e nos outeiros; como também debaixo de todo arvoredo verde.
- Então subiu Rezim, rei da Síria, com Pecá, filho de Remalias, rei de Israel, a Jerusalém, à peleja. E cercaram a Acaz; porém não a puderam tomar por combate.
- Naquele mesmo tempo Rezim, rei da Síria, restituiu Elate à Síria, e aos judeus lançou fora de Elote; e os sírios vieram a Elate, e habitaram ali, até o dia de hoje.
- Pelo que Acaz enviou mensageiros a Tiglate-Pileser, rei da Assíria, dizendo: Teu servo e teu filho sou. Sobe, e livra-me das mãos do rei da Síria, e das mãos do rei de Israel, que se levantam contra mim.
- E tomou Acaz a prata e o ouro que se achou na casa do Senhor, e nos tesouros da casa do rei; e mandou um presente ao rei da Assíria.
- E o rei da Assíria lhe deu ouvidos; pois o rei da Assíria subiu contra Damasco, e tomou-a; e levou-os presos a Quir. E matou a Rezim.
- Então o rei Acaz foi ao encontro a Tiglate-Pileser, rei da Assíria, a Damasco; e vendo um altar que estava em Damasco, o rei Acaz enviou ao sacerdote Urias a semelhança do altar, e seu retrato, conforme a toda sua feição.
- E Urias, o sacerdote, edificou um altar: conforme a tudo o que o rei Acaz desde Damasco ordenara, assim o sacerdote Urias o fez, enquanto o rei Acaz viesse de Damasco.
- Vindo, pois, o rei de Damasco, o rei viu ao altar; e o rei se chegou ao altar, e sacrificou nele.
- E incensou seu holocausto, e sua oferta de manjares, e derramou sua oferta de licores; e espargiu o sangue de seus sacrifícios gratíficos naquele altar.
- Porém o altar de metal, que estava perante a face do Senhor, o tirou da dianteira da casa, de entre seu altar e a casa do Senhor; e pô-lo ao lado de seu altar, da banda do norte.
- E o rei Acaz mandou a Urias, o sacerdote, dizendo: No grande altar, incensa o holocausto de pela manhã, como também a oferta de manjares da noite; e o holocausto do rei, e sua oferta de manjares; e o holocausto de todo o povo da terra, e sua oferta de manjares, e suas ofertas de licores; e todo o sangue dos holocaustos, e todo o sangue dos sacrifícios, espargirás nele. Porém o altar de metal será para mim, para inquirir dele.
- E fez Urias, o sacerdote, conforme a tudo quanto o rei Acaz lhe mandara.
- E o rei Acaz cortou as cintas das bases, e de cima delas tomou a pia, e o mar tirou de sobre os bois de metal, que estavam debaixo dele; e pô-lo sobre um assoalho de pedra.
- Também a coberta do sábado, que edificaram na casa, e a entrada de fora do rei, retirou por dentro da casa do Senhor: por causa do rei da Assíria.
- Ora, o demais dos sucessos de Acaz, e o que mais fez; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
- E dormiu Acaz, com seus pais; e foi sepultado junto a seus pais, na cidade de Davi. E Ezequias, seu filho, reinou em seu lugar.
Capítulo 17
- Desde o ano doze de Acaz, rei de Judá, reinou Oseias, filho de Elá, sobre Israel, em Samaria, por nove anos.
- E fez o mal aos olhos do Senhor; contudo, não como os reis de Israel que foram antes dele.
- Contra ele subiu Salmaneser, rei da Assíria; e Oseias ficou seu servo, e pagava-lhe presentes.
- Porém o rei da Assíria achou em Oseias conspiração; porque enviara mensageiros a Sô, rei do Egito, e não pagava presentes ao rei da Assíria a cada ano como dantes. Então o rei da Assíria o encerrou, e o aprisionou na casa do cárcere.
- Porque o rei da Assíria subiu por toda a terra; e veio até a Samaria, e cercou-a por três anos.
- Aos nove anos de Oseias, o rei da Assíria tomou a Samaria; e a Israel transportou à Assíria. E fê-los habitar em Hala, e em Habor, junto ao rio de Gozã, e nas cidades dos medos.
- Porque sucedera que os filhos de Israel pecaram contra o Senhor, seu Deus, que os fizera subir da terra do Egito, de debaixo da mão de Faraó, rei do Egito; e temeram a outros deuses.
- E andaram nos estatutos das gentes que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel; e nos dos reis de Israel, que eles fizeram.
- E os filhos de Israel palearam coisas que não eram retas, contra o Senhor, seu Deus; e edificaram-se altos em todas suas cidades, desde as torres das atalaias até as cidades fortes.
- E levantaram-se estátuas e imagens do bosque: em todo alto outeiro, e debaixo de todo verde arvoredo.
- E queimaram ali perfumes em todos os altos, como as gentes que o Senhor transportara de diante deles; e fizeram coisas ruins, para provocarem à ira ao Senhor.
- E serviram aos deuses de esterco; acerca dos quais o Senhor lhes dissera: Não fareis estas coisas.
- E o Senhor protestara a Israel e a Judá, pelo ministério de todos os profetas, e de todos os videntes, dizendo: Convertei-vos de vossos maus caminhos, e guardai meus mandamentos e meus estatutos, conforme a toda a Lei que mandei a vossos pais; e que eu vos enviei pelo ministério de meus servos, os profetas.
- Porém não deram ouvidos; antes, endureceram seu pescoço, como o pescoço de seus pais, que não creram ao Senhor, seu Deus.
- E rejeitaram seus estatutos, e seu concerto, que fizera com seus pais; como também seus testemunhos, com que protestara contra eles. E andaram após a vaidade, e ficaram-se vãos; como também após as gentes que havia ao redor deles, das quais o Senhor lhes mandara que não fizessem como elas.
- E deixaram todos os mandamentos do Senhor, seu Deus, e fizeram-se imagens de fundição, dois bezerros; e fizeram ídolo do bosque, e prostraram-se perante todo exército do céu, e serviram a Baal.
- Também fizeram passar a seus filhos e a suas filhas pelo fogo, e deram-se a adivinhações, e criam em agouros; e venderam-se a fazer o mal aos olhos do Senhor, para o provocaram à ira.
- Pelo que o Senhor muito se indignou sobre Israel, e rejeitou-os de sua face: nada mais ficou que só a tribo de Judá.
- (Até Judá não guardou os mandamentos do Senhor, seu Deus. Antes, andaram nos estatutos de Israel, que eles mesmos fizeram).
- Pelo que o Senhor enjeitou a toda a semente de Israel, e oprimiu-os, e deu-os nas mãos dos roubadores; até que os rejeitou de diante de sua face.
- Porque rasgou a Israel da casa de Davi; e fizeram rei a Jeroboão, filho de Nebate. E Jeroboão empurrou a Israel de após o Senhor, e fez-lhes pecar um grande pecado.
- Assim andaram os filhos de Israel em todos os pecados de Jeroboão, que tinha feito: nunca se apartaram deles.
- Até que o Senhor rejeitou a Israel de diante de sua face, como falara pelo ministério de todos seus servos, os profetas. Assim Israel foi transportado de sua terra à Assíria, até o dia de hoje.
- E o rei da Assíria trouxe gentes de Babel, e de Cuta, e de Ava, e de Hamate e Sefarvaim, e fê-las habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel; e tomaram a Samaria em herança, e habitaram em suas cidades.
- E foi que, no princípio de sua habitação ali, não temeram ao Senhor; e mandou entre eles o Senhor leões, que a alguns deles mataram.
- Pelo que falaram ao rei da Assíria, dizendo: As gentes que transportaste, e fizeste habitar nas cidades de Samaria, não sabem o costume do Deus da terra. Pelo que mandou leões entre eles, e eis que as matam; porquanto não sabem o costume do Deus da terra.
- Então o rei da Assíria mandou, dizendo: Levai ali a um dos sacerdotes que transportaste de lá; e vão-se, e habitem lá. E ele lhes ensine o costume do Deus da terra.
- Veio, pois, um dos sacerdotes que transportaram de Samaria, e habitou em Betel; e ensinou-lhes como haviam de temer ao Senhor.
- Porém cada nação fez seus deuses. E puseram-nos nas casas dos altos que os samaritanos fizeram: cada nação em suas cidades, em que eram moradores.
- E os de Babel fizeram a Sucote-Benote, e os de Cute fizeram a Nergal; e os de Hamate fizeram a Asima.
- E os aveus fizeram a Nibaz e a Tartaque; e os sefarvitas queimavam a seus filhos a fogo, a Adrameleque e a Anameleque, deuses de Sefarvaim.
- Também temiam ao Senhor; e dos mais baixos se fizeram sacerdotes dos altos, os quais lhes faziam o ministério nas casas dos altos.
- Assim que ao Senhor temiam; e também a seus deuses serviam, segundo o costume das gentes dentre as quais transportaram aquelas.
- Até o dia de hoje, fazem segundo os primeiros costumes: não temem ao Senhor, nem fazem segundo seus estatutos, e segundo seus direitos, e segundo a Lei, e segundo o mandamento que o Senhor mandou aos filhos de Jacó, a quem deu o nome de Israel.
- Contudo, o Senhor fizera concerto com eles, e mandara-lhes, dizendo: Não temereis a outros deuses. Nem vos prostrareis a eles, nem os servireis, nem lhes sacrificareis.
- Mas ao Senhor, que vos fez subir da terra do Egito com grande força, e com braço estendido, a esse temereis; e a ele vos prostrareis, e a ele lhe sacrificareis.
- E os estatutos, e os direitos, e a Lei, e o mandamento que vos escreveu, tereis cuidado de fazer todos os dias; e não temereis a outros deuses.
- E do concerto que fiz convosco, vos não esquecereis; e não temereis a outros deuses.
- Mas ao Senhor, vosso Deus, temereis; e ele vos livrará das mãos de todos vossos inimigos.
- Porém eles não ouviram. Antes, segundo seu primeiro costume fizeram.
- Mas estas nações temiam ao Senhor e serviam a suas imagens de vulto; também seus filhos, e os filhos de seus filhos, como fizeram seus pais, fazem até o dia de hoje.
Capítulo 18
- E foi que, no ano terceiro de Oseias, filho de Elá, rei de Israel, começou a reinar Ezequias, filho de Acaz, rei de Judá.
- De vinte e cinco anos de idade era quando começou a reinar, e vinte e nove anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Abi, filha de Zacarias.
- E fez o que era reto aos olhos do Senhor; conforme a tudo o que fizera Davi, seu pai.
- Este tirou os altos, e quebrou as estátuas, e desarraigou o bosque; e esmiuçou a serpente de metal que Moisés fizera, porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam perfumes, e chamavam-lhe Neustã.
- No Senhor, Deus de Israel, confiou; de maneira que, depois dele, não houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele.
- Porque se achegou ao Senhor: não se apartou de ir após ele. E guardou seus mandamentos, que o Senhor dera a Moisés.
- Assim, foi o Senhor com ele: em toda parte a que saía, prudentemente se havia. E rebelou-se contra o rei da Assíria, e não o serviu.
- Ele feriu aos filisteus até Gaza, como também a seus termos: desde a torre das atalaias, até às cidades fortes.
- E sucedeu no ano quarto do rei Ezequias – que era o sétimo ano de Osias, filho de Elá, rei de Israel –, que Salmaneser, rei da Assíria, subiu contra Samaria, e cercou-a.
- E tomaram-na ao cabo de três anos, no ano sexto de Ezequias; que era o ano nono de Oseias, rei de Israel, quando tomaram a Samaria.
- E o rei da Assíria transportou a Israel à Assíria; e fê-los levar a Hala, e a Habor, junto ao rio de Gozã, e às cidades dos medos.
- Porquanto não obedeceram à voz do Senhor, seu Deus; antes, traspassaram seu concerto, e tudo quanto mandara Moisés, servo do Senhor: nem o ouviram, nem o fizeram.
- Porém, aos catorze anos do rei Ezequias, subiu Senaqueribe, rei da Assíria, contra todas as cidades fortes de Judá, e tomou-as.
- Então Ezequias, rei de Judá, enviou ao rei da Assíria, a Laquis, dizendo: Pequei, torna-te de mim; tudo o que me impuseres, levarei. Então o rei da Assíria impôs a Ezequias, rei de Judá, trezentos talentos de prata, e trinta talentos de ouro.
- Assim deu Ezequias toda a prata que se achou na casa do Senhor, e nos tesouros da casa do rei.
- Naquele tempo, cortou Ezequias o ouro das portas do templo do Senhor, e das ombreiras, de que Ezequias, rei de Judá, as cobrira; e deu-o ao rei da Assíria.
- Contudo, enviou o rei da Assíria a Tartã, e a Rabe-Saris, e a Rabsaquê, de Laquis, com um grande exército ao rei Ezequias, a Jerusalém. E subiram, e vieram a Jerusalém; e subindo e vindo eles, pararam ao cano da água do viveiro mais alto, que está junto ao caminho alto do campo do lavandeiro.
- E chamaram ao rei, e saiu a eles Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo; e Sebná, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o chanceler.
- E Rabsaquê lhes disse: Dizei já a Ezequias: Assim diz o grande rei, o rei da Assíria: Que confiança é esta, em que confias?
- Dizes tu – porém palavra só de lábios é – que há conselho e poder para a guerra. Em quem, pois, agora confias, que contra mim te rebelas?
- Eis que agora tu confias naquele bordão de cana quebrada, isto é, no Egito, em quem se alguém se encostar, entrar-lhe-á pela mão, e lha furará! Assim é Faraó, rei do Egito, para com todos os que nele confiam.
- Se porém me disserdes: No Senhor, nosso Deus, confiamos. Porventura não é este aquele cujos altos e cujos altares Ezequias tirou, e disse a Judá e a Jerusalém: Perante este altar vos prostrareis em Jerusalém?
- Eia, pois, aposta agora com meu senhor, o rei da Assíria! E eu te darei dois mil cavalos, se é que tu podes dar cavaleiros para eles.
- Como farias, pois, virar o rosto a um só príncipe dos menores servos de meu senhor? Porém tu confias no Egito, por causa dos carros e cavaleiros.
- Agora, pois, subi eu porventura sem o Senhor contra este lugar, para destruí-lo? O Senhor mesmo me disse: Sobe contra esta terra, e destrói-a.
- Então disse Eliaquim, filho de Hilquias, e Sebná, e Joá, a Rabsaquê: Rogamos-te que fales a teus servos em siríaco, porque bem o entendemos. E não nos fales em judaico, aos ouvidos do povo, que está sobre o muro.
- Porém Rabsaquê lhes disse: Porventura mandou-me meu senhor só a teu senhor e a ti, a falar estas palavras? E não, antes, aos varões que estão assentados sobre o muro, que juntamente convosco comerão seu esterco e beberão sua urina?
- Rabsaquê, pois, se pôs em pé, e clamou em alta voz em judaico. E falou, e disse: Ouvi a palavra do grande rei, do rei da Assíria.
- Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias! Porque não vos poderá livrar de suas mãos.
- Nem tampouco Ezequias vos faça confiar no Senhor, dizendo: Infalivelmente nos livrará o Senhor. E esta cidade não será entrega nas mãos do rei da Assíria.
- Não deis ouvidos a Ezequias. Porque assim diz o rei da Assíria: Contratai comigo por presentes, e saí a mim, e cada qual coma de sua vide, e de sua figueira, e cada qual beba a água de sua cisterna.
- Até que eu venha, e vos leve a uma terra como a vossa, terra de trigo e de mosto, terra de pão e de vinhas, terra de oliveiras de azeite e de mel; e assim vivereis, e não morrereis. E não deis ouvidos a Ezequias; porque vos provoca, dizendo “o Senhor nos livrará”.
- Porventura os deuses das gentes puderam livrar, cada qual sua terra, das mãos do rei da Assíria?
- Que é feito dos deuses de Hamate, e de Arpade? Que é feito dos deuses de Sefarvaim, Hena e Iva? Porventura livraram a Samaria de minhas mãos?
- Quais são, dentre todos os deuses das terras, os que livraram sua terra de minhas mãos? Para que o Senhor livrasse a Jerusalém de minhas mãos?
- Porém o povo calou, e palavra nenhuma lhe respondeu. Porque mandado do rei havia, dizendo: Não lhe respondereis.
- Então Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebná, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o chanceler, vieram a Ezequias com os vestidos rotos; e fizeram-lhe saber as palavras de Rabsaquê.
Capítulo 19
- E aconteceu que, ouvindo-o Ezequias, rasgou suas vestes; e cobriu-se com um saco, e entrou na casa do Senhor.
- Então enviou a Eliaquim, o mordomo, e a Sebná, o escrivão, e aos anciãos dos sacerdotes, cobertos com sacos, a Isaías, o profeta filho de Amós.
- E disseram-lhe: Assim diz Ezequias: Este dia é dia de angústia, e de vituperação, e de blasfêmia. Porque já chegados são os filhos ao parto, e força não há para dar à luz.
- Bem pode ser que o Senhor, teu Deus, ouça todas as palavras de Rabsaquê, ao qual enviou seu senhor, o rei da Assíria, a afrontar ao Deus vivente, e a vituperá-lo com as palavras que o Senhor, teu Deus, tem ouvido. Faze, pois, oração pelo resto, que ainda se acha.
- E os servos do rei Ezequias vieram a Isaías.
- E Isaías lhes disse: Assim direis a vosso senhor: Assim diz o Senhor: Não temas pelas palavras que ouviste, com as quais os servos do rei da Assíria blasfemaram de mim.
- Eis que meterei nele tal espírito, que ouvirá ruído, e tornar-se-á à sua terra; e à espada o derribarei em sua terra.
- Tornou pois Rabsaquê, e achou ao rei da Assíria pelejando contra Libna; porque ouvira que já se partira de Laquis.
- E ouvindo ele dizer acerca de Tiraca, rei de Cuxe, “eis que tem saído a te fazer guerra”; tornou a enviar mensageiros a Ezequias, dizendo:
- Assim falareis a Ezequias, rei de Judá, dizendo: Não te engane teu Deus, em quem confias, dizendo: Jerusalém não será entregue nas mãos do rei da Assíria.
- Eis que já tens ouvido que é o que fizeram os reis da Assíria a todas as terras, consagrando-as à destruição. E livrar-te-ias tu?
- Porventura, livraram-nas os deuses das gentes, a quem meus pais destruíram, como a Gozã, e a Harã? E a Rezefe, e aos filhos de Eden, que estavam em Telassar?
- Que é feito do rei de Hamate, e do rei de Arpade, e do rei da cidade de Sefarvaim? Hena, e Iva?
- Recebendo, pois, Ezequias as cartas das mãos dos mensageiros, e lendo-as; subiu à casa do Senhor, e Ezequias estendeu-se perante a face do Senhor.
- E orou Ezequias perante a face do Senhor, e disse: Senhor, Deus de Israel, que habitas entre os querubins; tu mesmo, tu só és Deus de todos os reinos da terra! Tu fizeste os céus e a terra!
- Inclina, Senhor, teu ouvido, e ouve; abre, Senhor, teus olhos, e olha. E ouve as palavras de Senaqueribe, que enviou a este, a afrontar ao Deus vivente.
- Verdade é, ó Senhor, que os reis da Assíria assolaram as gentes, e suas terras.
- E a seus deuses lançaram no fogo. Porquanto deuses não eram, mas obra de mãos de homens – madeira e pedra –, e por isso os destruíram.
- Agora, pois, Senhor, nosso Deus, sejas servido de livrar-nos de suas mãos; e assim saberão todos os reinos da terra que tu só és o Senhor Deus.
- Então Isaías, filho de Amós, mandou dizer a Ezequias: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: O que me pediste acerca de Senaqueribe, rei da Assíria, ouvi.
- Esta é a palavra que o Senhor falou acerca dele: A virgem, a filha de Sião, te despreza, de ti zomba; a filha de Jerusalém meneia a cabeça após ti.
- A quem afrontaste, e de quem blasfemaste? E contra quem alçaste a voz? Que levantaste teus olhos em alto, contra o Santo de Israel?
- Por meio de teus mensageiros, afrontaste ao Senhor, e disseste: Com a multidão de meus carros, subi eu aos cumes dos montes, aos lados do Líbano. E cortarei seus altos cedros, e suas mais formosas faias; e entrarei em sua extrema estalagem, até no bosque de seu campo fértil.
- Eu cavei, e bebi águas estranhas; e com as plantas de meus pés secarei todos os rios do Egito.
- Porventura não ouviste que, já dantes, muito há, fiz isto, já desde dias antigos, e que o formei? Agora, porém, vir o fiz, para que tu fosses que destruísses, e reduzisses a montões desertos, as cidades fortes.
- Por isso seus moradores, com as mãos encolhidas, foram pasmados e confundidos: eram como a erva do campo, e a hortaliça verde, e o feno dos telhados, e o trigo queimado, antes que se levante a seara.
- Porém teu assentar, e teu sair, e teu entrar, eu sei; e teu furor contra mim.
- Por teu furor contra mim, e porque tua ousadia subiu a meus ouvidos; portanto, porei meu anzol em teu nariz, e meu freio em tua boca, e tornar-te farei pelo caminho por onde vieste.
- E isto te seja por sinal: que este ano se comerá o que de próprio nascer, e no ano seguinte, o que daí proceder. Porém, no terceiro ano, semeai e segai, e plantai vinhas, e comei seus frutos.
- Porque o que escapou da casa de Judá, e de resto ficou, tornará a arraigar-se abaixo; e dará fruto por cima.
- Porque de Jerusalém sairá o restante, e do monte de Sião o que escapou: o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.
- Pelo que assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Não entrará nesta cidade, nem lançará nela flecha alguma. Tampouco virá perante ela com escudo, nem levantará contra ela tranqueira alguma.
- Pelo caminho que veio, por ele se tornará; porém nesta cidade não entrará, diz o Senhor.
- Porque eu ampararei a esta cidade, para a livrar: por amor de mim, e por amor de meu servo Davi.
- Sucedeu pois que, aquela mesma noite, saiu o anjo do Senhor, e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles. E levantando-se pela manhã cedo, eis que tudo eram corpos mortos.
- Então Senaqueribe, rei da Assíria, se partiu, e se foi, e assim se tornou; e ficou-se em Nínive.
- E sucedeu que, estando ele prostrado na casa de Nisroque, seu deus, Adrameleque e Sarezer, seus filhos, o feriram à espada; porém eles se escaparam na terra de Ararate. E Asar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar.
Capítulo 20
- Naqueles dias, Ezequias enfermou de morte. E o profeta Isaías, filho de Amós, veio a ele, e disse-lhe: Assim diz o Senhor: Dispõe de tua casa; porque hás de morrer, e não hás de viver.
- Então virou seu rosto para a parede; e orou ao Senhor, dizendo:
- Ah Senhor, sejas servido de lembrar-te de que andei perante tua face em verdade, e com íntegro coração; e fiz o que era reto aos teus olhos! E chorou Ezequias muitíssimo.
- Sucedeu pois que, não havendo Isaías ainda saído do meio do pátio, palavra do Senhor veio a ele, dizendo:
- Torna-te, e dize a Ezequias, guia de meu povo: Assim diz o Senhor, Deus de teu pai Davi: Ouvi tua oração, e vi tuas lágrimas. Eis que eu te sararei; ao terceiro dia subirás à casa do Senhor.
- E acrescentarei a teus dias quinze anos, e das mãos do rei da Assíria te livrarei a ti, e a esta cidade; e ampararei a esta cidade por amor de mim, e por amor de Davi, meu servo.
- Disse mais Isaías: Tomai massa de figos. E tomaram-na, e puseram-na sobre a chega; e ele sarou.
- E Ezequias dissera a Isaías: Qual é o sinal de que o Senhor me haja de sarar? E de que ao terceiro dia haja de subir à casa do Senhor?
- E disse Isaías: Isto te será sinal da parte do Senhor, de que o Senhor cumprirá a palavra que disse: Passará a sombra dez graus adiante, ou tornará dez graus atrás?
- Então disse Ezequias: Fácil coisa é declinar a sombra dez graus. Não assim, mas a sombra torne dez graus atrás.
- Então o profeta Isaías clamou ao Senhor; e fez tornar a sombra dez graus atrás, pelos graus que tinha declinado nos graus do relógio de sol de Acaz.
- Naquele tempo, enviou Berodaque-Baladã, filho de Baladã, rei da Babilônia, cartas e um presente a Ezequias; porque ouvira que Ezequias estivera enfermo.
- E Ezequias lhes deu ouvidos, e mostrou-lhes toda a casa de seu tesouro, a prata, e o ouro, e as especiarias, e os melhores unguentos, e sua casa de armas, e tudo quanto se achou em seus tesouros: coisa nenhuma houve que a eles lhes não mostrasse, nem em sua casa, nem em todo seu senhorio.
- Então o profeta Isaías veio ao rei Ezequias. E disse-lhe: Que é o que disseram aqueles varões, e donde vieram a ti? E disse Ezequias: De longínquas terras vieram: de Babilônia.
- E disse ele: Que é o que viram em tua casa? E disse Ezequias: Tudo quanto há em minha casa, viram: coisa nenhuma há em meus tesouros que lhes não haja mostrado.
- Então disse Isaías a Ezequias: Ouve a palavra do Senhor.
- Eis que dias vêm, em que tudo quanto houver em tua casa, e o que entesouraram teus pais até o dia de hoje, será levado à Babilônia: nada ficará de resto, disse o Senhor.
- E ainda até de teus filhos, que procedem de ti, e tu gerares, tomarão; para que sejam eunucos no paço do rei da Babilônia.
- Então disse Ezequias a Isaías: Boa é a palavra do Senhor que disseste. Disse mais: E, pois, não o seria? Pois em meus dias haverá paz e verdade.
- Ora, o demais dos sucessos de Ezequias, e todo seu poder – e como fez o viveiro, e o cano d’água, e trouxe água à cidade –, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
- E Ezequias dormiu, com seus pais; e Manassés, seu filho, reinou em seu lugar.
Capítulo 21
- De doze anos de idade era Manassés quando começou a reinar, e cinquenta e cinco anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Hefzibá.
- E fez o mal aos olhos do Senhor: conforme às abominações das gentes que o Senhor desterrara de diante dos filhos de Israel, de suas possessões.
- Porque tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, destruíra. E levantou altares a Baal; e fez um ídolo do bosque, como o que fizera Acabe, rei de Israel; e prostrou-se perante todo o exército dos céus, e serviu a estes.
- E edificou altares na casa do Senhor; de que o Senhor dissera: Em Jerusalém porei meu nome.
- Também edificou altares a todo o exército dos céus, em ambos os pátios da casa do Senhor.
- E até a seu filho fez passar pelo fogo; e usava de ilusões, e era agoureiro, e ordenou adivinhos e feiticeiros. E prosseguiu em fazer mal aos olhos do Senhor, para o provocar à ira.
- Também pôs uma imagem de vulto do ídolo do bosque, que fizera, na casa de que o Senhor dissera a Davi, e a Salomão, seu filho: Nesta casa, e em Jerusalém, que escolhi de todas as tribos de Israel, porei meu nome para sempre.
- E mais não prosseguirei em mover o pé de Israel desta terra, que tenho dado a seus pais: tão somente que tenham cuidado de fazer conforme a tudo o que lhes tenho mandado, e conforme a toda a Lei que Moisés, meu servo, lhes mandou.
- Porém não ouviram; porque Manassés de tal maneira os fez errar, que fizeram pior que as gentes que o Senhor destruíra de diante dos filhos de Israel.
- Então o Senhor falou pelo ministério de seus servos, os profetas, dizendo:
- Porquanto Manassés, rei de Judá, fez estas abominações, fazendo pior do que quanto fizeram os amorreus, que antes dele foram; e até também a Judá fez pecar com seus deuses de esterco;
- Por isso, assim diz o Senhor, Deus de Israel: Eis que hei de trazer um tal mal sobre Jerusalém e Judá; que qualquer que o ouvir, lhe retinam ambos os ouvidos.
- E sobre Jerusalém puxarei o cordel de Samaria, e o prumo da casa de Acabe. E limparei a Jerusalém como quem limpa a escudela: a limpa, e vira sobre sua face.
- E desampararei o resto de minha herança, e entregá-los-ei nas mãos de seus inimigos; e serão em roubo e despojo para todos seus inimigos.
- Porquanto fizeram o mal aos meus olhos, e me provocaram à ira; desde o dia que seus pais saíram do Egito, e ainda até o dia de hoje.
- Demais disto, também Manassés derramou muitíssimo sangue inocente, até que encheu a Jerusalém de cabo a cabo; demais de seu pecado, com que fez pecar a Judá, fazendo o mal aos olhos do Senhor.
- Quanto ao demais dos sucessos de Manassés, e tudo quanto mais fez, e seu pecado, que pecou; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
- E Manassés dormiu, com seus pais; e foi sepultado no jardim de sua casa, no jardim de Uzá. E Amom, seu filho, reinou em seu lugar.
- De vinte e dois anos de idade era Amom quando começou a reinar, e dois anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Mesulemete, filha de Haruz, de Jotbá.
- E fez o mal aos olhos do Senhor: como fizera Manassés, seu pai.
- Porque andou em todo o caminho em que andara seu pai; e serviu aos deuses d’esterco a que seu pai tinha servido, e prostrou-se a eles.
- Assim deixou ao Senhor, Deus de seus pais; e não andou no caminho do Senhor.
- E os servos de Amom conspiraram contra ele; e mataram ao rei em sua casa.
- Porém o povo da terra feriu a todos os que conspiraram contra o rei Amom; e o povo da terra pôs a Josias, seu filho, por rei em seu lugar.
- Quanto ao demais dos sucessos de Amom, que fez; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
- E sepultaram-no em sua sepultura, no jardim de Uzá; e Josias, seu filho, reinou em seu lugar.
Capítulo 22
- De oito anos de idade era Josias quando começou a reinar, e reinou trinta e um anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Jedida, filha de Adaías, de Bozcate.
- E fez o que era reto aos olhos do Senhor; e andou em todo o caminho de Davi, seu pai, e não se apartou dele nem à direita, nem à esquerda.
- Sucedeu pois que, aos dezoito anos do rei Josias, o rei mandou ao escrivão Safã, filho de Asalias, filho de Mesulam, à casa do Senhor, dizendo:
- Sobe a Hilquias, o sumo pontífice, para que some o dinheiro que se trouxe à casa do Senhor; o qual os guardas do umbral da porta ajuntaram do povo.
- E que o dêem nas mãos dos que têm encargo da obra, e estão ordenados sobre a casa do Senhor; para que o dêem àqueles que fazem a obra que há na casa do Senhor, para repararem as quebraduras da casa:
- Aos carpinteiros, e aos edificadores, e aos pedreiros; e para comprar madeira e pedras lavradas, para repararem a casa.
- Porém com eles se não fez conta do dinheiro que se lhes entregara em suas mãos; porquanto fielmente tratavam.
- Então disse o sumo pontífice Hilquias ao escrivão Safã: O Livro da Lei achei na casa do Senhor. E Hilquias deu o livro a Safã, e ele o leu.
- Então o escrivão Safã veio ao rei, e referiu ao rei a resposta. E disse: Teus servos tiraram o dinheiro que se achou na casa; e entregaram-no nas mãos dos que têm encargo da obra, e estão ordenados sobre a casa do Senhor.
- Também Safã, o escrivão, fez saber ao rei, dizendo: O sacerdote Hilquias me deu um livro. E Safã o leu perante o rei.
- Sucedeu pois que, ouvindo o rei as palavras do Livro da Lei, rasgou suas vestes.
- E o rei mandou a Hilquias, o sacerdote, e a Aicã, filho de Safã, e a Acbor, filho de Micaía, e a Safã, o escrivão, e a Asaías, o servo do rei, dizendo:
- Ide, e consultai ao Senhor por mim, e pelo povo, e por todo Judá, acerca das palavras deste livro que se achou. Porque grande é o furor do Senhor, que se acendeu contra nós; porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro, para fazerem conforme a tudo quanto nos está escrito nele.
- Então foi o sacerdote Hilquias, e Aicã, e Acbor, e Safã, e Asaías, ter com a profetisa Hulda, mulher de Salum, filho de Ticva, o filho de Harás, o guarda das vestiduras – e ela habitava em Jerusalém, na segunda parte. E falaram-lhe.
- E ela lhes disse: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Dizei ao varão que vos enviou a mim.
- Assim diz o Senhor: Eis que trarei mal sobre este lugar, e sobre seus moradores: todas as palavras do livro que leu o rei de Judá.
- Porquanto me deixaram, e incensaram a outros deuses, para me provocarem à ira com toda a obra de suas mãos: meu furor se acendeu contra este lugar, e não se apagará.
- Porém ao rei de Judá, que vos enviou a consultar ao Senhor, assim lhe direis: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca das palavras que ouviste:
- Porquanto teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante a face do Senhor, em ouvindo tu o que falei contra este lugar, e contra seus moradores, que seriam para assolação e para maldição, e que rasgaste tuas vestes, e choraste perante minha face; também eu te ouvi, diz o Senhor.
- Pelo que eis que eu te ajuntarei a teus pais, e tu serás ajuntado em paz à tua sepultura, e teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer sobre este lugar. Então referiram ao rei a resposta.
Capítulo 23
- Então o rei enviou; e todos os anciãos de Judá, e de Jerusalém, se ajuntaram a ele.
- E o rei subiu à casa do Senhor, e todo varão de Judá, e todos os moradores de Jerusalém, com ele; e os sacerdotes, e os profetas, e todo o povo, desde o menor até o maior. E leu perante seus ouvidos todas as palavras do livro do concerto, que se achara na casa do Senhor.
- E o rei se pôs em pé junto à coluna, e fez o concerto perante a face do Senhor, para andarem após o Senhor, e guardarem seus mandamentos, e seus testemunhos, e seus estatutos, com todo o coração, e com toda a alma; confirmando assim as palavras deste concerto, que estavam escritas naquele livro. E todo o povo esteve por este concerto.
- E o rei mandou ao sumo pontífice Hilquias, e aos sacerdotes da segunda ordem, e aos guardas do umbral da porta, que se tirassem do templo do Senhor todos os aviamentos que se tinham feito para Baal, e para o ídolo do bosque, e para todo o exército dos céus. E queimou-os fora de Jerusalém, nos campos de Cedrom; e levou o pó deles até Betel.
- Também ab-rogou aos sacerdotes que os reis de Judá estabeleceram para perfumarem sobre os altos nas cidades de Judá, e ao redor de Jerusalém; como também aos que incensavam a Baal, ao Sol, e à Lua, e aos demais planetas, e a todo o exército dos céus.
- Também tirou da casa do Senhor o ídolo do bosque, e levou-o fora de Jerusalém, até o ribeiro de Cedrom, e queimou-o junto ao ribeiro de Cedrom, e desfê-lo em pó; e lançou seu pó sobre as sepulturas dos filhos do povo.
- Também derribou as casas dos rapazes escandalosos, que estavam na casa do Senhor; em que as mulheres teciam casinhas para o ídolo do bosque.
- E a todos os sacerdotes trouxe das cidades de Judá, e profanou os altos em que os sacerdotes incensaram, desde Geba até Berseba; e derribou aos altos das portas, como também o que estava à entrada da porta de Josué, o maioral da cidade, que estava à esquerda daquele que entrava pela porta da cidade.
- Mas os sacerdotes dos altos não sacrificavam sobre o altar do Senhor em Jerusalém; porém comiam pães ázimos em meio de seus irmãos.
- Também profanou a Tofete, que está no vale dos filhos de Hinom; para que ninguém fizesse passar seu filho, ou sua filha, pelo fogo a Moloque.
- Também tirou aos cavalos que os reis de Judá tinham ordenado para o Sol, desde a entrada da casa do Senhor, até a recâmara de Natã-Meleque, o eunuco, que estava em Parvarim; e aos carros do Sol, queimou a fogo.
- Também o rei derribou os altares que estavam sobre o terraço do cenáculo de Acaz, aos quais fizeram os reis de Judá; como também o rei derribou os altares que fizera Manassés, nos dois pátios da casa do Senhor. E esmiuçados os tirou dali, e lançou seu pó no ribeiro de Cedrom.
- E aos altos que estavam em fronte de Jerusalém, à direita do monte de Masite – aos quais edificara Salomão, rei de Israel, a Astarote, a abominação dos sidônios, e a Quemos, a abominação dos moabitas, e a Milcom, a abominação dos filhos de Amom –, o rei profanou também.
- Semelhantemente, quebrou as estátuas, e desarraigou os bosques; e encheu seu lugar com ossos de homens.
- E também ao altar que estava em Betel, como também ao alto que fez Jeroboão, filho de Nebate, que fizera pecar a Israel, juntamente com aquele altar, também o alto derribou: queimando o alto, em pó o esmiuçou, e queimou o ídolo do bosque.
- E virando-se Josias, viu as sepulturas que estavam ali no monte, e enviou, e tomou os ossos das sepulturas, e queimou-os sobre aquele altar, e assim o profanou: conforme à palavra do Senhor, que apregoara o varão de Deus, quando apregoou estas palavras.
- Então disse: Que sinal de sepultura é este que vejo? E os varões da cidade lhe disseram: A sepultura do varão de Deus é, que veio de Judá, e apregoou estas coisas que fizeste contra este altar de Betel.
- E disse: Deixai-o estar: ninguém burle com seus ossos. Assim livraram seus ossos, juntamente com os ossos do profeta que viera de Samaria.
- Demais disto, também Josias tirou todas as casas dos altos que havia nas cidades de Samaria, e os reis de Israel fizeram para ao Senhor provocarem à ira; e fez-lhes conforme a todos os feitos que tinha feito em Betel.
- E sacrificou a todos os sacerdotes dos altos que havia ali sobre os altares; e queimou ossos de homens sobre eles. E com isto, se tornou a Jerusalém.
- E o rei mandou a todo o povo, dizendo: Celebrai a Páscoa ao Senhor, vosso Deus: como está escrito no livro do concerto.
- E na verdade, nunca se celebrou tal Páscoa como esta, desde os dias dos juízes que julgaram a Israel; nem em todos os dias dos reis de Israel, nem tampouco dos reis de Judá.
- Porém aos dezoito anos do rei Josias, esta Páscoa se celebrou ao Senhor em Jerusalém.
- E também aos adivinhos, e aos feiticeiros, e aos terafins, e aos deuses d’esterco, e todas as abominações que se viam na terra de Judá, e em Jerusalém, desarraigou Josias: para confirmar as palavras da Lei, que estavam escritas no livro que o sacerdote Hilquias achara na casa do Senhor.
- E antes dele não houve rei semelhante, que se convertesse ao Senhor com todo seu coração, e com toda sua alma, e com todas suas forças, conforme a toda a Lei de Moisés; e depois dele, nunca se levantou outro tal.
- Todavia o Senhor se não tornou do ardor de sua grande ira, com que ardia sua ira contra Judá: por todas as provocações com que Manassés o provocara.
- E disse o Senhor: Também a Judá hei de tirar de diante de minha face, como tirei a Israel. E rejeitarei esta cidade de Jerusalém, a qual elegi; como também a casa de que disse: Estará ali meu nome.
- Ora, o demais dos sucessos de Josias, e tudo quanto fez; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
- Em seus dias, subiu Faraó Necô, rei do Egito, contra o rei da Assíria, ao rio de Eufrates. E o rei Josias lhe foi ao encontro; e vendo-o ele, matou-o em Megidô.
- E seus servos o levaram morto de Megidô, e trouxeram-no a Jerusalém; e sepultaram-no em sua sepultura. E o povo da terra tomou a Joacaz, filho de Josias, e ungiram-no; e fizeram-no rei em lugar de seu pai.
- De idade de vinte e três anos era Joacaz quando começou a reinar, e três meses reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Hamutal, filha de Jeremias, de Libna.
- E fez o mal aos olhos do Senhor, conforme a tudo o que fizeram seus pais.
- Porém Faraó Necô o mandou prender em Ribla, na terra de Hamate, para que não reinasse em Jerusalém; e à terra impôs pena de cem talentos de prata, e um talento de ouro.
- Também Faraó Necô estabeleceu por rei a Eliaquim, filho de Josias, em lugar de seu pai Josias, e mudou seu nome para Jeoaquim. Porém a Joacaz tomou consigo, o qual veio ao Egito, e morreu ali.
- E Jeoaquim deu aquela prata e aquele ouro a Faraó, porém taxou a terra para dar este dinheiro conforme ao mandado de Faraó: a cada um, segundo sua taxa, demandou a prata e o ouro do povo da terra, para o dar a Faraó Necô.
- De vinte e cinco anos de idade era Jeoaquim quando começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Zebida, filha de Pedaías, de Ruma.
- E fez o mal aos olhos do Senhor, conforme a tudo quanto fizeram seus pais.
Capítulo 24
- Em seus dias, subiu Nabucodonosor, rei da Babilônia. E Jeoaquim ficou três anos seu servo; porém depois se virou, e se rebelou contra ele.
- E Deus enviou contra ele as tropas dos caldeus, e as tropas dos sírios, e as tropas dos moabitas, e as tropas dos filhos de Amom, e enviou-as contra Judá, para destruí-la: conforme à palavra do Senhor, que falara pelo ministério de seus servos, os profetas.
- E na verdade, conforme ao mandado do Senhor, assim sucedeu a Judá, que a tirou de diante de sua face; pelos pecados de Manassés, conforme a tudo quanto fizera.
- Como também pelo sangue inocente que derramara; e enchera a Jerusalém com sangue inocente. Pelo que o Senhor lhe não quis perdoar.
- Ora, o demais dos sucessos de Jeoaquim, e tudo quanto fez; porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
- E Jeoaquim dormiu, com seus pais; e Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar.
- E o rei do Egito nunca mais saiu de sua terra; porque o rei da Babilônia tomou tudo quanto era do rei do Egito, desde o rio do Egito, até o rio Eufrates.
- De dezoito anos de idade era Joaquim quando começou a reinar, e reinou três meses em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Neústa, filha de Elnatã, de Jerusalém.
- E fez o mal aos olhos do Senhor, conforme a tudo quanto fizera seu pai.
- Naquele tempo, subiram os servos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém; e a cidade foi cercada.
- Também veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, contra a cidade; quando já seus servos a estavam cercando.
- Então saiu Joaquim, rei de Judá, ao rei da Babilônia – ele, e sua mãe, e seus servos, e seus príncipes, e seus eunucos –, e o rei da Babilônia o tomou preso no ano oitavo de seu reinado.
- E tirou dali todos os tesouros da casa do Senhor, e os tesouros da casa do rei. E fendeu todos os vasos de ouro que fizera Salomão, rei de Israel, no templo do Senhor: como o Senhor tinha dito.
- E deportou a toda Jerusalém, como também a todos os príncipes, e a todos os varões valorosos – ao todo, dez mil presos –, e juntamente todos os carpinteiros e ferreiros: ninguém mais ficou, senão só o pobre povo da terra.
- Assim deportou a Joaquim à Babilônia. Como também a mãe do rei, e as mulheres do rei, e a seus eunucos, e aos poderosos da terra, levou presos de Jerusalém à Babilônia.
- E a todos os valentes varões até sete mil, e carpinteiros e ferreiros até mil, e a todos os heróis destros na guerra: a estes o rei da Babilônia levou presos à Babilônia.
- E o rei da Babilônia estabeleceu a Matanias, seu tio, por rei em seu lugar; e mudou seu nome para Zedequias.
- De vinte e um anos de idade era Zedequias quando começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Hamutal, filha de Jeremias, de Libna.
- E fez o mal aos olhos do Senhor, conforme a tudo quanto fizera Jeoaquim.
- Porque assim sucedeu pela ira do Senhor contra Jerusalém, e contra Judá, até os rejeitar de diante de sua face; e Zedequias se rebelou contra o rei da Babilônia.
Capítulo 25
- E aos nove anos de seu reinado, no mês décimo, aos dez do mês, sucedeu que Nabucodonosor, rei da Babilônia, veio contra Jerusalém, ele e todo seu exército, e se pôs em campo contra ela; e levantaram contra ela tranqueiras ao redor.
- Assim a cidade veio a estar de cerco, até o ano undécimo do rei Zedequias.
- Aos nove do mês quarto, quando já a fome se fortalecia na terra, e o povo da terra não tinha pão;
- Então a cidade foi arrombada, e todos os homens de guerra fugiram de noite pelo caminho da porta, entre os dois muros que estavam junto ao jardim do rei – porque os caldeus estavam em derredor contra a cidade –, e o rei se foi pelo caminho da campina.
- Porém o exército dos caldeus perseguiu ao rei; e alcançaram-no nas campinas de Jericó. E todo seu exército se dispersou dele.
- E tomaram ao rei, e fizeram-no subir ao rei da Babilônia, a Ribla; e procederam contra ele.
- E aos filhos de Zedequias degolaram perante seus olhos; e os olhos a Zedequias cegaram, e ataram-no com duas cadeias de bronze, e levaram-no à Babilônia.
- E no mês quinto, aos sete do mês – este era o ano dezenove de Nabucodonosor, rei da Babilônia –, veio Nebuzaradã, maioral dos da guarda, servo do rei da Babilônia, a Jerusalém.
- E queimou a casa do Senhor, e a casa do rei; como também a todas as casas de Jerusalém, e todas as casas dos grandes queimou a fogo.
- E aos muros de Jerusalém ao redor, derribou todo o exército dos caldeus que estava com o maioral dos da guarda.
- E ao demais do povo que deixaram ficar na cidade, e aos rebeldes que se renderam ao rei da Babilônia, e ao demais da multidão, Nebuzaradã, o maioral dos da guarda, os levou presos.
- Porém dos mais pobres da terra, deixou o maioral dos da guarda ficar a alguns: para vinhateiros, e para lavradores.
- Quebraram mais os caldeus as colunas de bronze que estavam na casa do Senhor, como também as bases e o mar de bronze, que também estavam na casa do Senhor; e levaram seu bronze à Babilônia.
- Também as caldeiras, e as pás, e as cutelas, e os perfumadores, e todos os vasos de bronze, com que se ministrava, tomaram.
- Também aos braseiros, e às bacias, tanto o que de puro ouro como o que de prata maciça era, tomou o maioral dos da guarda.
- As duas colunas, um mar, e as bases, que Salomão fizera para a casa do Senhor: o bronze de todos estes vasos não tinha peso.
- A altura de uma coluna era de dezoito côvados, e tinha sobre si um capitel de bronze; e era a altura do capitel de três côvados; e a rede, e as romãs do redor do capitel, tudo era de bronze. E semelhante a esta, era a outra coluna com a rede.
- Também tomou o maioral dos da guarda a Seraías, primeiro sacerdote, e a Sofonias, sacerdote segundo; e aos três guardas do umbral da porta.
- E da cidade tomou a um eunuco, que tinha encargo da gente de guerra, e a cinco varões dos que viam a face do rei, e se acharam na cidade, como também ao escrivão-mór do exército, que registrava ao povo da terra para a guerra; e a sessenta varões do povo da terra, que se acharam na cidade.
- E tomando-os Nebuzaradã, o maioral dos da guarda, trouxe-os ao rei da Babilônia, a Ribla.
- E feriu-os o rei da Babilônia, e matou-os em Ribla, na terra de Hamate. E assim Judá foi levado preso de sobre sua terra.
- Porém, quanto ao povo que ficara na terra de Judá, e Nabucodonosor, rei da Babilônia, deixara ficar; pôs sobre eles por maioral a Gedalias, filho de Aicã, o filho de Safã.
- Ouvindo, pois, os maiorais dos exércitos, eles e seus varões, que o rei da Babilônia pusera a Gedalias por maioral, vieram-se a Gedalias, a Mispa, a saber: Ismael, filho de Netanias, e Joanã, filho de Careá, e Seraías, filho de Tanumete, o netofatita, e Jazanias, filho do maacatita, eles e seus varões.
- E Gedalias lhes jurou, a eles e a seus varões, e disse-lhes: Não temais de ser servos dos caldeus. Ficai na terra, e servi ao rei da Babilônia, e bem vos irá.
- Sucedeu porém que, no sétimo mês, veio Israel, filho de Netanias, o filho de Elisamá, da semente real, e dez varões com ele, e feriram a Gedalias, e morreu; como também aos judeus e aos caldeus que com ele estavam em Mispa.
- Então todo o povo se levantou, desde o menor até o maior, como também os maiorais do exército, e vieram-se ao Egito; porque temiam aos caldeus.
- Depois disto sucedeu que, aos trinta e sete anos da transmigração de Joaquim, rei de Judá, no mês duodécimo, aos vinte e sete do mês, exaltou Evil-Merodaque, rei da Babilônia, no ano em que começou a reinar, a cabeça de Joaquim, rei de Judá, da casa da prisão.
- E falou com ele afavelmente; e pôs sua cadeira mais acima que a cadeira dos reis que estavam com ele na Babilônia.
- E mudou-lhe as vestes de sua prisão; e de contínuo comeu pão perante sua face, todos os dias de sua vida.
- E tocante a seus gastos, do rei lhe foi dado gasto ordinário, cada cotidiana porção em seu dia: todos os dias de sua vida.